Hello peoples, como estão? Espero que todos estejam bem assim como eu. É a Bruna falando mais uma vez e hoje estarei indicando um mangá que me deixou radioativamente animada pelas coisas que trouxe à tona, estou falando de Funouhan, uma narrativa criada por Miyatsuki Arata e desenhada por Kanzaki Yuuya.  

O mangá possui os gêneros horror, psicológico (isso é a base da história) e seinen. Acabei lendo-o por ter encontrado alguns trechos no Tumblr e ter me apaixonado pela crueldade-não-crueldade do protagonista. Com traços muito bonitos e expressivos quando as mortes acontecem, Funouhan faz o leitor repensar sobre seus ideais e aquilo que é certo e errado, os personagens são muito palpáveis e se transformam conforme vão sendo apresentados.

Não existe algo muito fixo na história além do protagonista, obviamente, e um detetive altamente “inocente”. A cada capítulo há uma nova narrativa para ser contada e isso é algo que deixa o mangá mais gostoso de se ler, pois você fica esperando qual será o próximo pensamento a ser debatido e qual será a reflexão sobre os seres humanos que irá ser exposta.

Funouhan conta a história de um homem de olhos vermelhos e terno preto, Usobuki Tadashi, ele vive parcialmente em um parque e é por lá, onde há uma cabine telefônica, que o rapaz aceita pedidos de pessoas para assassinar outras. A grande questão nisso tudo é que o homem jamais pode ser indiciado pelos crimes por nunca cometer nenhuma ilegalidade no ato, sua força está no poder da sugestão e no arranjo de eventos. Tadashi aceita esses pedidos enquanto, ao mesmo tempo, zomba dos tolos que têm seus desejos idiotas garantidos.

Ao longo da narrativa, o leitor vê os motivos que levam Usobuki a concordar com as solicitações de homens e mulheres e resolver seus problemas, problemas estes ligados a outros humanos que se tornaram, por algum motivo, empecilhos em suas vidas. Tudo leva a crer, até então, que o rapaz misterioso é uma espécie de demônio, porém ele não faz algo que deixe isso explícito já que utiliza uma tática muito singular para concluir seu trabalho. Ele usa a mente das pessoas contra elas mesmas, ele as faz acreditar em coisas não existentes até elas próprias tirarem suas vidas.

Não vou mentir para vocês, eu gostei muito desta característica do Tadashi, pois ele arquiteta tudo, desde o local em que a morte vai acontecer até como as pessoas vão se matar. O humor negro dele é muito legal de se observar, ainda mais que, a cada final de capítulo, o rapaz sempre diz algo como: “os humanos são todos tolos”, “os humanos são estúpidos” e “os humanos são interessantes”.

Porém, a parte mais divertida deste mangá é simplesmente o que ele mostra sobre cada pessoa que o contrata, elas não são boas (se bem que isto é relativo), e Usobuki mostra isso conforme faz seu trabalho, ele apresenta o quão sórdidos homens e mulheres podem ser em diferentes situações. Tudo bem que o homem intensifica os desejos e pensamentos de seus clientes para seu bel-prazer, porém isso não tira o brilho das reflexões que ele traz.

Funouhan faz o leitor criar uma expectativa grande sobre o protagonista revelar sua identidade total, ao mesmo tempo que ficam psicologicamente abalados ao pensarem sobre seus ideais. Talvez isto seja uma das melhores coisas da história, apresentar ideologias e contrastá-las com as ações dos personagens, os recados são fortes e o jeito que cada um morre é espetacularmente simples.

Usobuki diz em um determinado capítulo: “Eu não matei ninguém. Só assisto as pessoas morrerem, elas mesmas decidem que devem morrer”. Esta frase ilustra perfeitamente as ações do Tadashi ao longo do mangá, ele não precisa pegar uma arma e atirar em alguém, tampouco precisa jogá-las de um trem, o rapaz apenas brinca com a mente das pessoas fazendo-as se matar graças às suas ações.

Os valores de cada ser humano podem ser muito distorcidos e variam de pessoa para pessoa, apesar de termos uma noção coletiva do que seria certo e errado isto ainda é algo relativo. É por conta desta relatividade que muitos fazem o que fazem seguindo suas próprias convicções, nós julgamos uns aos outros baseados em nossas noções de bem e mal, mas isso ainda não nos faz boas pessoas

Funouhan além de ter uma história muito boa e convincente, apresenta o lado escuro dos desejos humanos, o que os fazem ir tão longe para tirar algo do seu caminho. Vale muito a pena ler para ter uma mistura de sensações perturbadoras, de verdade.

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