One Punch Man 2 – Monstros, heróis e artes marciais
A segunda temporada de One Punch Man já começou polêmica. Depois do primeiro ano da série contar com a excelente qualidade do estúdio Madhouse, a segunda não teria tanta sorte, ficando com o J.C.Staff. É claro que a segunda opção não é ruim, mas com certeza ficaria abaixo da primeira. O quanto isso prejudicou o anime? Vamos discutir abaixo.
Até para o público menos exigente, se você assistir a segunda temporada logo após a primeira consegue perceber uma notável diferença. Particularmente, me incomodou a armadura fosca de Genos, além da movimentação dos personagens não estar tão fluida como antes. Mas, sinceramente? Isso não chega a ser um problema desta temporada. No momento, só nos resta lembrar de como era antes, aceitar como ficou agora e torcer para uma melhora na terceira temporada. Dito isto, vamos à trama.
Esta temporada parte de uma premissa interessante, onde conhecemos a Associação de Monstros, inimiga direta da Associação de Heróis. Esse foco no outro lado da história traz dinâmicas interessantes, principalmente graças ao grande vilão da vez: Garo.
O homem-monstro se torna uma espécie de Caçador de Heróis e dá bastante trabalho a eles. Sua história de origem e motivações são muito convincentes, mostradas a partir de flashbacks emocionantes de sua infância. Em alguns momentos cheguei até mesmo a torcer por ele. É possível entender seu lado e ele se mostra um inimigo a altura de diversos personagens – não vamos incluir Saitama aqui, obviamente. Porém, o que me incomoda é como o roteiro deixa de dar foco nele para privilegiar outros momentos, perdendo a chance de trabalhá-lo melhor ou pelo menos dar um fim em seu arco. Ele termina completamente aberto e sabe-se lá quando continuará.
Outro foco desta temporada está nos lutadores de artes marciais, contando até mesmo com o famoso Arco do Torneio aqui. Porém, ele se mostrou bem decepcionante em relação ao que esperava, pois a maioria dos personagens venciam com apenas um soco. Quando Saitama derrota os inimigos desse jeito, tudo bem, mas se todo mundo faz isso a ideia se banaliza e perde sua potência.
A partir disso, esse arco do torneio acabou sendo apressado demais, sem trabalhar os lutadores, mesmo que todos tenham um mínimo potencial aqui, cada um com técnicas diferentes. Quem se destaca é Suiryu, que começa como um babaca arrogante, mas aprende uma grande lição com Saitama.
E por falar no Careca de Capa, a pressa da temporada conseguiu prejudicar até mesmo ele. Seu grande objetivo aqui é aprender mais sobre artes marciais, e por isso entra no torneio, mas não há uma evolução do personagem. Pelo menos a piada em derrotar os inimigos com apenas um soco ainda funciona e temos seus clássicos pensamentos filosóficos.
Outra discussão que vemos aqui é a relação dos heróis com o sistema de classificação imposto. Muitos dos que estão abaixo da Classe S se mostram insatisfeitos com isso, pois não recebem o mesmo tratamento. Isso inclui Fubuki, irmã de Tatsuki, que infelizmente conta com apenas uma breve participação.
A galeria de heróis aumenta bastante em comparação à temporada anterior, e isso prejudica os clássicos. Porém, também nos dá a chance de acompanhar novos personagens em potencial. Um dos meus preferidos passou a ser Metal Bat, por exemplo, que ganhou um episódio para brilhar.
Apesar dos problemas, a segunda temporada de One Punch Man serviu para expandir ainda mais o universo criado por ONE. Infelizmente, o arco não chegou ao fim e terminou de forma aberta. Não se sabe quando chega a nova temporada, mas, levando em conta que esta demorou três anos e meio, devemos esperar bastante para termos uma conclusão.