Cop Craft – ep 8 e 9 – Troca de corpo e Bandeira falsa
Bom dia!
Bem-vindo a mais um dos meus artigos atrasados! Dessa vez, coloco Cop Craft em dia. Assim como Vinland Saga, Cop Craft não teve episódio novo semana passada, então esse artigo ficou com um número razoável de apenas dois episódios.
Symphogear XV, por outro lado, já está quatro episódios atrasado, ultrapassando Carole & Tuesday, no qual o atraso é de apenas três episódios. Mas tudo vai se ajeitar, eu prometo!
Devo dizer que um dos motivos de eu ter atrasado Cop Craft foi que esse arco da troca de corpo entre a Tilarna e a gata foi simplesmente terrível. Pouca coisa se salvou. Pior ainda que uma história tão besta dure um episódio e meio.
Com vários outros animes atrasados e várias outras coisas para fazer, eu fiz o sensato e simplesmente comecei a atrasar tudo.
Essa história é especialmente ruim porque contrastada com o melhor episódio do anime até agora, que veio imediatamente antes. Não só a história da Zoey foi incrível, como ela não parecia ter acabado ainda. A Tilarna ainda iria atrás do Mozeleemay, não?
Não, ela não foi. Isso em si foi um pouco frustrante, mas não acho que seja um problema de forma alguma. Em histórias policiais, às vezes as coisas dão errado mesmo.
O gênero policial não é como histórias de heróis. Em histórias de heróis (supers ou não), raramente há uma derrota definitiva. Há barreiras que o herói precisa superar sim, mas no final o herói sempre triunfa.
Um policial não pode sonhar com o mesmo. Em alguns casos a justiça perde e não há nada que se possa fazer. Que em sua curta duração Cop Craft transmita isso é um ponto positivo do anime, não um negativo.
Mas que logo depois disso venha a troca de corpos entre a heroína e sua gata de estimação, ah, isso não tem perdão.
Não vou dizer que foi de todo imprestável, porém. O que falta em qualidade de animação e às vezes em direção Cop Craft compensa com personagens convincentes e cativantes.
Detalhes como a Cecil saber onde o Kei guarda a chave reserva de sua casa merecem ser apreciados, mormente em um episódio no geral ruim. Eles já tiveram um relacionamento, afinal.
A alegria de Kuroi (no corpo de Tilarna) ao ver Cecil foi outro ponto positivo. Mais uma vez, como ex-frequentadora habitual da casa, Cecil deve ser conhecida da Kuroi. Vê-la depois de tanto tempo com certeza a encheu de alegria a ponto de pular na mulher.
Tem ainda a preocupação do Kei que a Tilarna possa ter sido abusada sexualmente, entre outras coisas. Já está bem estabelecida a personalidade do Kei como alguém que se importa e evita demonstrar, mas quando se trata de proteger ele não se segura, embora possa tentar mascarar sua preocupação no instante seguinte.
No todo, nada disso salva ou redime essa história ruim, mas pelo menos evita que ela seja absolutamente ruim.
E para uma dose extra de esquisitice, ela acaba na metade do episódio 9, quando então começa o novo arco. As eleições para prefeito estão esquentando então talvez o caso Mozeleemay ressurja de uma forma bem diferente?
Quero dizer, a coisa está tão feia que a eleição de um pervertido com uma esposa assassina parece ser o mal menor.
Zelada está de volta, e uma operação de bandeira falsa coloca um candidato extremista e anti-imigrantes (os alienígenas) em posição vantajosa.
Todos os elementos políticos já estavam ali: preconceito, inquietação étnica, sentimento anti-imigrantes, desconfiança da política. Só faltava, como diz Jerry em Carole & Tuesday, anime que está abordando exatamente o mesmo tema, “tocar na superfície pra criar uma onda”.
Ele se referia a uma operação de bandeira falsa. Zelada também executou uma, enfeitiçando um semaniano para que ele matasse o candidato a prefeito favorito nas pesquisas, o conservador moderado Nathan Kahns.
O beneficiário direto é Tourte, candidato da extrema-direta e anti-imigração. Ainda não sabemos a essa altura se Zelada está atuando junto com ele, mas considerando seu modus operandi no primeiro arco não só é possível como é provável.
Os cadáveres ainda nem esfriaram e Tilarna já sentiu aumentar o preconceito. Vindo de um policial, dentro do edifício da corporação.
Se nem uma nobre e que está trabalhando ao lado deles escapa disso em um dos centros nervosos do poder na cidade, e ao lado de seu parceiro humano ainda por cima, o que outros de sua raça não sofrerão em vizinhanças empobrecidas?
Kei toma em suas mãos o dever de proteger Tilarna, mas não há Keis o suficiente nessa cidade – se houvesse, essa situação toda seria diferente para começo de conversa.
E mesmo o Kei é um personagem mais complexo do que um simples defensor de semanianos. Ele defendeu Tilarna porque é sua parceira. Ele entende como funciona o preconceito e porque é absurdo, mas não sei se é o tipo de pessoa para sair de seu caminho por desconhecidos.
Enfim, estou curioso para acompanhar o desenvolvimento desse arco, que tem potencial para compensar pela troca de corpos.
Pedro
Não vou mentir, vim ver a review do episódio 8 só para saber se comentariam o pequeno trecho da trilha sonora que estava em português no meio do episódio. “Que navio é esse que chegou agora?”
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá Pedro, desculpe pela demora!
Estou menos enrolado agora do que quando escrevi o artigo, e como pode ter notado, além da demora em conseguir responder um simples comentário, eu sequer conseguia manter a periodicidade dos artigos, sendo que esse em particular foi sobre dois episódios.
Assim, coisas interessantes, mas obviamente secundárias, como a trilha sonora (o que sequer é minha praia, em todo caso), acabam ficando de fora. Mas eu lembro dessa música e lembro que fiquei curioso sobre ela também. Você pesquisou mais, chegou a descobrir qual era?
Obrigado pela visita e pelo comentário!