Em Maou-Sama, Retry! o protagonista é invocado em um mundo de fantasia (novidade…) como o seu personagem Hakuto Kunai, o Rei Demônio do jogo Infinity Game. Mas não é o Infinity Game. Não. É um mundo completamente desconhecido. Não por menos, a maior parte do anime Kunai passa reunindo informações sobre esse novo e desconhecido mundo.

Qualquer semelhança entre Kunai e um membro da Yakuza é mera coincidência. Qual é o isekai onde o protagonista parece um chefe de uma organização criminosa? Veja a criatividade. DESCONSTRUÇÃO DE GÊNERO!

Kunai salva uma garotinha, Aku, que fugia de um demônio que Kunai derrota facilmente. Ela se torna sua companheira de viagem. Uma delas ao menos. Aqui já revelo que esse é mais um daqueles animes com harém. Mas não se anima, até o harém é ruim.

De todo modo, Kunai não se preocupa muito em voltar para seu mundo, seu maior objetivo é reconstruir seu grande império que possuía no jogo. Mas no jogo seu império causava dor e sofrimento a todos, e agora ele pretende ir a uma direção oposta. Isso demonstra como ele aceitou aquele mundo como a realidade. Sua realidade.

Mas o protagonista é tão raso que mal apresenta uma motivação decente. O pior foi o final com um “Tenho mais coisas a proteger agora”, pelo amor de deus Kunai, você quer sair desse mundo ou quer viver nele?

Vamos falar um pouco sobre o romance agora. Ah, o romance. Então, aí vem a parte interessante sobre o harém. Não tem romance. São seis garotas que demonstram interesse no protagonista. Claro, eu estou contando a Yukikaze que na verdade… é um cara. O famigerado trap. Mas não quero falar sobre ela, pois é a pior personagem desse anime, e veja bem, ela tem muitos competidores de alto nível.

 

 

Algumas delas o tratam como um irmão mais velho, ou como um chefe admirável, ou somente gostam por ele ser “maneiro”. Ou seja, o anime não tem nem faísca de romance. É o harém mais aleatório e ilógico possível.

As cenas de ação poderiam salvar o anime, mas elas são tão simples e raras que posso contar em meus dedos todas as cenas, e se tirar as mais sem graças, logo ficarei com somente uma das mãos e poucos dedos levantados. E não estou sendo rigoroso.

Já o desenvolvimento dos personagens não existe. Para provar minha tese proponho um exercício. Claro, você deve ter visto o anime para conseguir fazer isso. E queira deus que você não tenha visto. Enfim, faça o seguinte: imagine cada personagem no instante em que apareceu no anime, e depois imagine eles ao final. Então, o que mudou neles? Exato, nada, absolutamente nada. Faça esse exercício com personagens de outros animes (os bons) e verá o que é desenvolvimento de personagens.

E o que acharia se eu dissesse que o protagonista cria um império graças a sabonetes? Não, eu não estou brincando. Esse objeto comum é usado para ganhar a amizade de uma das pessoas mais ricas daquele mundo. É rir para não chorar.

 

 

Mas a coisa mais interessante (única?) desse anime é a construção que Kunai começa a realizar nas terras de Luna, uma garota que é uma das três santas donzelas daquele mundo. Ela é péssima em administrar seu território, ao ponto que sua terra é completamente infértil e pobre.

Kunai começa ajudando Luna, mas rapidamente se torna o dono das terras. Ele começa construindo um hospital de ponta, e depois um resort de termas. Ou seja, coisas nunca antes vistas naquele mundo. Inclusive coisas simples, como sabonetes.

Logo eles começam a fazer construções milionárias. Sem dúvidas a parte mais divertida da obra. Deveria focar mais nisso. Mas mesmo sendo a melhor parte, ainda esconde grandes pontos negativos. Irei falar sobre um deles.

Kunai é basicamente o administrador daquele mundo, ele tem um monte de poderes e itens que ninguém mais tem. É tudo tão acessível e idiota que dá dor de cabeça. Tudo que ele precisa é de pontos, e então, puf! Ele cria um hospital do nada. Isso parece idiota, é idiota, e é apresentado de maneira idiota.

Além do seu poder de trocar de personagens que é completamente aleatório e aparece na hora mais propícia ao personagem. Tipo, “droga, o que é que eu faço agora? Opa, acabei de descobrir que eu posso trocar de personagem!”, não Maou-Sama, não.

Tentei me afastar o máximo possível dos defeitos normais e esperados de animes isekai, pois acredite, o buraco é ainda mais fundo. Nem comentei os diálogos desse anime, que são uma obra prima. Tiraram Shakespeare do túmulo para escrever essas maravilhas.

Se quiser seguir um conselho, fique longe dessa coisa. Deixei alguns pontos sem comentar pois não entravam nos tópicos principais. Enfim, quem assistiu pode ter se entretido. Mas não é aquela coisa que você sai recomendando por aí.