Vindo como uma das agradáveis surpresas dessa temporada, Tejina-senpai é uma comédia que narra as peripécias de uma protagonista que ama a mágica e tudo o que está ligado a essa arte. Ela batalha para dominar os truques, ao lado dos amigos mais “normais”, que apenas se importam com os desastres que ela pode causar nas tentativas.

Pessoalmente foi uma série que me agradou muito, pelo bom uso do tempo, a gama de possibilidades exploradas a cada situação bizarra construída pela Senpai, além da variação nos truques. O ecchi aparece bem aqui através da garota, mas acredito que não seja tão ofensivo, justamente pelas circunstâncias inusitadas nas quais ele aparece. Juntando todas essas pecinhas, definitivamente não tinha como ficar apático a uma opção de diversão como essa.

A Senpai é uma personagem incrivelmente engraçada e carismática, cuja falta de habilidade surpreende até a pessoa mais descrente. O curioso é que ela na verdade é habilidosa, porém o seu medo de público a desestabiliza, fazendo com que ela meta os pés pelas mãos, literalmente. Em contraponto a sua personalidade efervescente temos o Assistente, que tenta controlar suas insanidades com mão de ferro e não andando para lugar nenhum – no fim ele acaba apenas aceitando os constrangimentos e se metendo em confusão junto a parceira.

Ao longo dos episódios outros personagens entram para compor o grupo como a pervertida Saki – contando também a irmã da Senpai, que já aparece mais esporadicamente -, o sério Masashi ou Maa-kun, e a tímida líder do clube de ciência, Madara. Cada um exerce seu papel como fio condutor cômico, mas todos estão ligados e vitimados pela mesma loucura: o vício mágico da protagonista.

De começo a série pode parecer até simplória demais pelas várias esquetes curtas, mas a forma como a comédia se constrói em cima dos truques, é bem orgânica e funciona. Esses por sinal, tem graus variados de dificuldade e possuem explicações mais casuais que servem para o entendimento geral de quem pouco sabe sobre o assunto – só não sei se com isso dá para tentar algo em casa.

Um elemento pincelado na obra e que ficou bom – podendo render mais se bem explorado -, foi a leve paixonite do Assistente pela sua veterana. A química entre os dois é muito boa, com ele demonstrando uma relação conflituosa por achar a garota atraente, legal e ao mesmo tempo desalinhada demais. Só que nesse bolo também dá para perceber que o seu interesse é maior do que as suas reclamações, uma pena que ela seja densa até então – porque um romancezinho no meio da bobeira nunca é demais, não é verdade Senryuu Shoujo?

Em suma Tejina-senpai confia no carisma da dupla principal e seus amigos, não falhando em explorar as várias macaquices de cada um, em prol da comédia puramente boba. O anime entende a sua falta de noção, e que a vergonha alheia é o seu forte, abraçando essa individualidade e investindo nela.

Quanto a parte mais técnica, só posso dizer que o estúdio LIDENFILMS executa um trabalho decente, fazendo uso de uma arte simples, mas tentando se manter consistente dentro do possível – inclusive corrigindo erros menores, como um que havia nos minutos finais da abertura, logo nos primeiros episódios. Destaco também a música da abertura que eu gostei além de “visgar” na mente, é animada e casa perfeitamente com a história.

Bom, para quem sabe se divertir com pouco, o anime é um prato cheio e faz bonito no seu gênero, mesmo com meia duração. Agora se você não sabe desligar a mente enquanto assiste, já não garanto que a experiência será tão prazerosa, mas ainda assim vale a pena dar a uma chance a essa “maga” maluca e seus asseclas igualmente aloprados.

Agradeço a quem leu até o fim e nos vemos no próximo artigo!

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