A segunda temporada de DanMachi contou com vários altos e baixos, mas com esse último episódio me lembrei do que realmente me fez gostar do anime: a relação entre Bell e Hestia. Apesar de ser um episódio bem parado e sem lutas, esse tom mais intimista foi muito bem-vindo para terminá-lo aquecendo nossos corações.

É muito interessante como dois episódios seguidos podem ser tão diferentes em questão de qualidade. Enquanto o episódio 11 foi um dos mais fracos, na minha opinião, o último foi um dos melhores. Esperava que iam inventar um confronto contra o Dragão Negro e apressar as coisas para uma batalha épica, mas a escolha narrativa foi bem melhor do que imaginei.

Felizmente, toda a ideia do Ares estar caçando Hestia foi deixada de lado, assim como Hestia, Bell e Ais sobreviveram à queda. Não precisa mostrar. Vamos ao que interessa. Com os dois protagonistas em uma vilarejo nas montanhas, eles ficaram longe de todas as interrupções de Orario e puderam resolver sua relação. Lembram da discussão que tiveram na mansão? Isso me fez pensar em outro ponto.

Na primeira temporada do anime, uma das coisas mais legais era a dinâmica de mãe e filho entre Hestia e Bell. Os dois viviam em uma casa pequena, se admiravam, cuidavam um do outro e havia muito esforço em tudo que conquistavam. Quando a Família Hestia cresceu e se mudou para uma casa enorme, acabou perdendo um pouco da essência da Deusa do Lar. Felizmente, esse episódio conseguiu resgatar um pouco disso, focando em diálogos íntimos e trabalhando melhor com menos personagens.

O vilarejo em si foi um elemento bem importante aqui. Quando Bell encontrou a escama do Dragão Negro, jurava que até o final do episódio nosso protagonista iria lutar contra ele, mas fomos presenteados com algo melhor que uma batalha: um questionamento.

Enquanto Orario é cercado por deuses e aventureiros, que protegem o local, a vila tem a proteção das escamas do dragão, que afastam monstros. Mas o que mais me chamou atenção foi a fala de um dos moradores, temendo que o dragão fosse derrotado. Ou seja, o que transformaria Bell em um herói poderia prejudicar outras pessoas. Isso também nos leva à questão sobre a construção do que é sagrado para alguns e não é para outros, como Ais sentir raiva dos habitantes tratarem os dragões como deuses. Será que ela tem algum passado com esse monstro?

Levando em conta o tipo de herói que Bell é, com certeza esse papo com os moradores do vilarejo vai fazer ele pensar duas vezes antes de derrotar o Dragão Negro, sabendo que prejudicaria outras pessoas fazendo isso. Provavelmente ele encontrará uma forma de todo mundo sair ganhando.

Outro personagem que se destacou nesse episódio foi Karm, o prefeito do vilarejo. Assim como Bell, ele também era filho de uma deusa, e trouxe à tona aquela conversa sobre romance entre deuses e humanos e o tempo que cada um tem. Apesar de curto, seu arco foi muito comovente, principalmente levando em conta seu dilema em querer encontrar sua deusa novamente, mas ao mesmo tempo não poder abandonar a vida que ela se sacrificou para ele ter.

Triste pensar que talvez ele nem consigam se encontrar no céu.

Isso ajudou a construir o momento final dessa temporada, com o diálogo entre Bell e Hestia. Fazia tempo que o anime não trazia cenas emocionantes como essa, assim como não desenvolvia esses dois. Mais uma vez, é como se seus outros filhos mais atrapalhassem do que ajudassem. Esse episódio também me fez lembrar que a Hestia pode ser uma deusa inútil às vezes, mas como Deusa do Lar não tem defeitos. Aqui ela esbanjou carisma e empatia e me fez até ficar com inveja do Bell.

Quero.

Mesmo com momentos bons e ruins, terminar o anime desse jeito fez com que DanMachi tivesse um saldo positivo na temporada como um todo. Espero que tenhamos mais episódios assim na próxima, que já está confirmada para julho de 2020. Outra confirmação é o surgimento de uma nova personagem, como nos adiantou a última cena, onde uma garota sai da parede de uma dungeon (?). Ok, você tinha meu interesse, agora tem minha atenção.

Eu tenho uma pergunta melhor: quem é você?

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