Recentemente vi Ultraman, um dos novos originais da Netflix. Nunca tive contato com o tokusatsu e nem li o mangá publicado pela JBC pouco tempo atrás. Mesmo assim me interessei em ver essa nova obra de um personagem tão relevante nesse cenário da cultura pop japonesa. De cara devo “dizer” que foi uma experiência bem interessante, ainda que tenha sido um Ultraman diferente daquilo que eu esperava.

Logo de cara somos apresentados a uma situação pós vinda do Ultraman e com isso, digamos que não temos um herói no momento. Aquele que foi o hospedeiro Ultraman agora é velho e faz uns bons anos que não é ativo no campo de batalha. No meio disso nós temos a Patrulha Científica tomando as rédeas de segurar os alienígenas perigosos e claro, esconder tais existências da humanidade.

Só esse pretexto inicial já é bem interessante pois temos uma batalha entre humanos e suas armas contra alienígenas que são uma ameaça difícil de combater. Porém, há um problema claro nisso: ninguém assumiu o manto do Ultraman. Então fica óbvio que precisam de um Ultraman, até porque não faria sentido a obra ter esse nome e não ter aquele que dá o nome da série. E é partir daí que o bixo pega…

É meio difícil explicar bem o que rola pois eu não sei muito sobre Ultraman e por isso, talvez acabe errando em alguma informação. Mas do que eu entendi, o nosso querido Ultraman já não existe mais, tendo apenas o cara que foi o hospedeiro. Esse mesmo homem já tem uma idade avançada e também um filho adolescente, que inclusive está numa idade boa para assumir tal responsabilidade (só que não, mas ok). Para melhorar (ou piorar a situação) ainda temos uma ameaça bem problemática que deverá ser confrontada e derrotada assim que possível.

Por isso, Ultraman nada mais é que um garoto tendo que assumir uma tarefa que só ele pode fazer, ainda que não queira. Sim, é um clichê bem comum mas se bem trabalhado pode ser um trunfo legal. Nesse caso a obra opta por trazer outros elementos que histórias de heróis e até tokusatsus fazem. Companheiros, um interesse amoroso que não sabe da identidade do protagonista e por aí vai. Você se sente vendo um tokusatsu em alguns momentos e em outros, está assistindo uma obra de heróis estilo homem-aranha (na questão de esconder a identidade ao mesmo tempo em que o interesse amoroso está em seu território).

Esses elementos tornam a responsabilidade do protagonista um detalhe legal, o que melhora ainda mais quando você vê as ideias do protagonista e sua opinião sobre essa responsabilidade. Enfim, Ultraman consegue casar bem os elementos novos que a obra deseja colocar sem tirar a essência daquilo que um tokusatsu costuma apresentar. Inclusive essa “atualização” da história para os dias atuais foi feita de maneira bem curiosa pois combinou bastante com a proposta de inserir uma nova geração.

No tocante à animação, vale frisar que temos aqui um anime com CG em absolutamente tudo. Sim, eu sei bem que muitos não gostam disso (o que é uma baita frescura tosca, sem mas!), mas aqui no caso de Ultraman nem há espaço para reclamar da qualidade. Aliás, só por ser um original Netflix a qualidade técnica já diz muito, pois os mesmos costumam ter um padrão de qualidade no mínimo bom.

Enfim, considerando os elementos e como a história é tratada acredito que nem valha muito a pena comentar mais sobre a história e sua adaptação. Aliás, também temos um desenvolvimento sobre a responsabilidade que é ser um herói e com isso, o cuidado necessário para tomar suas decisões pois as mesmas podem afetar seriamente a vida das pessoas. Por fim, ainda há a questão de desenvolver mais a situação de alguns alienígenas que tem uma vida dura longe do alcance dos humanos.

No final das contas a primeira parte da obra foi bem interessante, tendo algumas surpresas boas durante sua trajetória. Com tudo isso em mente confesso estar bastante interessado na segunda parte, que só será lançada em 2020. Até lá, recomendo que assista essa repaginada do herói e se divirta bastante.

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