Baseada em um game de RPG para smartphones – cujas adapatações tendem ao medíocre em vários aspectos -, essa estreia me deixou pasmo por conseguir conciliar tanta coisa legal e ruim num mesmo episódio, complicando a minha impressão sobre ela, quando eu esperava apenas que começasse bem e pronto.

Ainda tem quem engrandeça o diretor de Konosuba e ache que a mão dele nesse anime vá torná-lo divertido, mas julgando pelo que vi nesse primeiro episódio, tenho lá minhas razões para achar que não é bem por aí.

Princess Connect já começa com o protagonista sendo despertado em um outro mundo, com a missão de mudar a história daquele lugar e consequentemente a sua. Ficou meio subentendido pelos flashbacks, que ele passou por algum tipo de derrota e falha, culminando em perdas e nessa “nova chance” concedida pelo oráculo Ameth – uma personagem misteriosa e até então a mais interessante.

O mundo apresentado tem suas singularidades e parece interessante por ser bem diverso, tanto arquitetonicamente, como nas raças que vivem pelas suas cidades, mas o fato é que ainda não ficou claro e nem tivemos pistas sobre qual seria a ameaça a se enfrentar ali, ou qualquer outra problemática ligada a missão central.

Yuuki chega sem memória e aparentemente sem qualquer tipo de habilidade que lhe seja útil na jornada – pelo menos até os últimos minutos do episódio -, mas em compensação já foi ganhando aliadas que devem ajudá-lo até o fim. Sobre essas, eu não sei nem por onde começar, pois o que eu achava que poderia ser cômico, acabou sendo trágico.

Kokkoro é a garota padrão, com muita bondade no coração – rimou – e que muitos adorariam ter por perto pela sua personalidade dócil e os seus dotes mágicos de suporte, que se não fossem a inutilidade do protagonista, seriam bem mais aproveitados – mas ok, isso o tempo corrige nele.

A menina é simpática, porém avoadinha e ingênua, o que leva aos momentos engraçados da estreia, por conta da interação entre eles e aqueles lobos medonhos. Apesar de ter essa aura bobinha, a personagem ainda consegue causar uma boa primeira impressão, diferente da sua nova colega de grupo a Pekorine – esse foi o nome dado a ela pela Kokkoro e é o que usarei.

Senhor do céu, o que é a Pekorine? No começo achei que ela era do tipo alienada e talvez desastrada, mas só. Qual não foi a minha surpresa quando me apresentaram uma sujeita insuportavelmente tonta, cuja mentalidade não vai além da de uma criança de seus 3 anos? Isso chega a ser revoltante porque ela tem um design lindo.

Olha que eu não costumo me importar com gente boba e meio idiota fazendo macaquices nos animes, mas a guerreira espremeu minha paciência. As idiotices que ela fazia ao invés de me fazerem rir, só me deixavam mais irritado com a presença dela. Ok, ela tem habilidades invejáveis que cobrem bastante a sua tolice em batalhas, mas não dá, mesmo com a utilidade que pode ter – e até demonstrou – a loira não desce.

O episódio até tentou emplacar outras piadas que pudessem ser engraçadas, além dos lobos com a Kokkoro e o fracasso de herói que é o Yuuki desmemoriado, mas como todas elas envolviam a Pekorine, praticamente nenhuma deu certo comigo – exceto a do cogumelo devorado.

No mais tudo se resumiu a mostrar o lugar e desenvolver o entrosamento entre os personagens, enquanto cumpriam uma missão para ganhar dinheiro. Por sinal notei que esse mundo é bem perigoso e mesmo na comédia isso não ficou oculto – o que achei bom -, vide os bandidos que estavam sendo mortos pelos cogumelos mutantes que atacaram os protagonistas.

Se há algo que de fato posso exaltar aqui sem medo de errar, é a qualidade da produção feita pela Cygames, que acertou mais uma vez. A animação é simplesmente maravilhosa, detalhada e fluida, esbanjando em absolutamente todas as cenas, as de batalha então ficaram incríveis – só elas para fazerem o traste da Pekorine parecer legal.

Acredito que o anime desperta algumas curiosidades quanto a questão do passado do Yuuki, o poder misterioso que ele ativou repentinamente, mas principalmente, a introdução das mais de 20 garotas que devem aparecer ao longo da história, afinal quem já conhece a obra deve estar louco para ver sua musa ao vivo e em cores.

Confesso que não sei o veredito exato a dar aqui, levando em conta o que achei legal, mas não esquecendo a bomba que veio junto. De todo modo, para quem quiser tentar um estilo de comédia diferente, pode ser que funcione. Penso eu que se uma certa fulana for ganhando menos foco, é certeza de dar certo, vamos ver o que a regra dos três episódios nos diz.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

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