Simplesmente massa! Esse anime estava fora do meu radar há um tempo atrás, mas depois de ver os trailers fiquei curioso e busquei mais informações sobre a fonte original, para assim adicioná-lo as minhas prioridades. Só posso dizer que não me arrependi nem um pouco e me animei ainda mais, pensem numa estreia divertida? Pois é, foi essa.

A história de Fugou Keiji se baseia numa série de novels curtas, onde o milionário Kanbe Daisuki, passa a integrar uma das divisões da polícia, de modo que apartir daí ele passa a resolver vários casos junto a um parceiro que é seu completo oposto, o justiceiro Katou Haru.

A estreia trata de estabelecer logo em seu começo o que está por trás da rica figura de Kanbe e acredito que essa jogada teve o intuito de já humanizar o personagem, vide que sua natureza singular não é lá das mais agradáveis. Acompanhando o episódio, achei ele um misto de Bruce Wayne com Tony Stark, sendo esse último o que tem a semelhança mais óbvia.

Ele parece ter passado por um grande trauma com a morte dos pais e isso o deixou um vazio que não consegue preencher, no que acredito que talvez seja essa a função do sua mania de gastar a rodo, trazer um alívio momentâneo – que no final não resolve, já que o mesmo continua sempre em busca de algo novo.

Para complementar sua pessoa, ele é dono de uma personalidade bem “eu quero, eu posso”, não poupando meios para cumprir o que precisa, indo de encontro ao que é o Katou – inclusive vejo a relação dos dois com um olhar meio Homem de Ferro e Capitão América.

O policial pertencia a primeira divisão da polícia, lidando com grandes casos, mas agora estava no meio da divisão de pequenos incidentes – para seu desgosto. Analisando o que seus colegas lhe disseram e o que vi enquanto ele agia, noto que seu demérito é exatamente aquilo que lhe colocaria em um status de herói: o seu senso de justiça.

Almejar salvar vidas é algo louvável e correto, no entanto quando isso constitui uma barreira ao cumprimento do dever e principalmente da sua própria convicção, o que ajudaria apenas piora. Ele é um idealista cuja ingenuidade ultrapassa o limite do aceitável e na condição de policial, o rapaz acaba virando um peso – certamente daqui vem seu rebaixamento.

Algo interessante que o anime jogou de isca, é o fato de no setor do Katou ter um livro com casos importantes sem solução, arquivados. Fiquei pensando, quer dizer que o que a primeira divisão não resolve, fica na mão dos menores? O lado positivo disso é que como a sinopse sugere, é dessa oportunidade que vem a chance dos protagonistas brilharem juntos.

Durante uma simples missão de segurança a dupla se conhece, e aquilo que era para ser só uma vigilância e talvez apreensão, acaba se tornando uma zona. Kanbe chega no melhor estilo “trator” e é isso que o torna cativante, divertido e curiosamente mais eficaz em ação do que o Katou, que só conseguia observar e reclamar.

Um destaque inesperado foi o casal de ladrões do dia, Yoko e Hiroshi. Ela por amor a ele topou entrar no roubo improvisado se dando mal, mas o que me surpreendeu nessa história foi a força dos sentimentos dela, que não só agiu no impulso, como ainda perdoou toda a fraqueza e covardia dele, mesmo depois de ser deixada para morrer sozinha – felizmente ela não pagou por ele.

Nem preciso dizer como achei fantástico a resolução desse caso não é verdade? Gente, o modo como o Kanbe empregou seu dinheiro, resolvendo cada problema mínimo que aparecesse no caminho com a ajuda do mordomo Alfred/Jarvis HEUSC, foi maravilhoso – ainda assim fiquei com um pouco de gastura pelas quantias que saiam da sua conta.

O que já está claro é que a dualidade e confronto entre os ideais dos dois, apesar de constituir um problema, obviamente também é uma solução para os defeitos de ambos. Katou tem a humanidade e senso comum que falta ao Kanbe, enquanto esse tem a realidade prática e malícia que falta ao parceiro – além do dinheiro, claro.

Enfim, falando um pouco dos outros personagens, achei o time do Katou bem legalzinho e simpático para compor a história, mas ironicamente quem me instigou foram as duas mulheres da abertura. A de cabelo preto parece que vai ter uma função importante junto aos protagonistas, enquanto a outra cheia das joias me cheira a uma vilã poderosa e influente, se assim serão, só o tempo dirá.

Somando aos pontos positivos, o anime conta com uma produção de ponta comandada pela Cloverworks, que até então vem emendando ótimos trabalhos – espero que esse seja mais um. A animação é muito boa, trilha sonora nem se fala e as vozes estão indo bem, incluindo o novato Yuusuke Oonuki, que em seu primeiro trabalho já pega a grande responsabilidade de dar vida ao Kanbe.

Com essa base Fugou Keiji se afirma com gosto no meio dos outros ótimos animes que lhe fazem companhia na temporada, sendo uma excelente opção para quem curte o tema policial e investigativo, com toques sutis e pontuais de bom humor, fora os bons protagonistas.

Adorei esse saldo no final do episódio, me pergunto de quanto será o prejuízo dele ao final do anime

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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