Oshi ga Budoukan Ittekuretara Shinu – ep 12 final – Se Oshibudo tiver segunda temporada quero estar vivo para ver isso
Budoukan terminou e se você duvidava que eu fosse dar cinco estrelas incondicionalmente para esse episódio você errou!
É sério, tem coisas que te puxam pelo coração, com anime não é diferente, não à toa esse foi meu anime favorito da temporada de inverno e justifico que gostei particularmente desse episódio, pois, apesar de não ter curtido uma cena dele, o resto foi excelente.
A história do anime acabou muito bem, ao menos até o ponto em que foi possível contá-la. Eu não queria me despedir, mas é o jeito, é hora do artigo do último episódio de Budoukan no Anime21!
Acho fascinante a conexão formada entre o estado em que a Reo já esteve um dia e o estado em que a Maina se encontra, e foi melhor ainda por ter aparecido a ex-companheira da Reo que claramente a subestima, a vendo como uma idol inferior, porque assim o público pôde ver mais claramente um momento de fraqueza daquela líder tão respeitada e admirada por todos, além da ideia de que a Maina ainda pode evoluir ter sido bem passada.
Não que ela precise sair do seu grupo e formar outro como líder para isso, não mesmo, a questão é que, como dito pela própria Maina em momento oportuno, trabalho duro pode não ser recompensado sempre como você deseja, mas isso não significa que não tem seu valor, que não é capaz de fazer alguma diferença. A Reo só se tornou uma líder tão capaz e querida devido ao seu esforço, a Maina só vai conseguir ter mas que dois fãs fazendo o mesmo.
Inclusive, perderam a oportunidade de mostrar a Maina com mais fãs, mas vou perdoar a produção se isso acontecer em uma segunda temporada hehe… Enfim, a Maina é mais ou menos como a Reo do passado, o paralelo é claro e excelente e, assim como sua líder, ela ainda tem muito o que crescer e amadurecer como idol; seja com o apoio de suas companheiras, de sua fã número um ou de pequenos progressos (mas constantes e perceptíveis).
Progressos como assumir o centro por um momento, crescer no ranking de popularidade, aparecer em um evento, ter mais que uma fã, etc… O tempo de uma idol ou de um grupo como um todo ser diferente para cada um é por que há idols melhores que outras? Sim, mas isso significa que quem demora mais a conquistar as coisas é desprezível em comparação a quem vê de fora ou mesmo quem está lá dentro, em um estágio melhor? De maneira alguma, não é esse o caso.
Sendo assim, o baque que atingiu a Reo naturalmente atingiria o grupo todo e o discurso motivacional de suas companheiras não foi vazio; a capacidade de liderança, o carisma, as inseguranças, as qualidades; tudo sobre a Reo foi trabalhado afim de humanizá-la e justificar uma cena como aquela anterior ao show. Ao mesmo passo em que tudo isso serviu para a Maina como perspectiva, também serviu como lição no tempo presente da história.
A Maina precisa se espelhar no exemplo de sua líder e amiga, é um exemplo inspirador que não pode ser menosprezado por alguém com mais talento ou mais sorte. Contudo, na vida real esse menosprezo ocorre, faz parte do show bussiness, até acho que faltava algo assim no anime, algo que mostrasse como o mundo das idols não é só sorrisos e tapinha nas costas; mas também competição, inveja ou até mesmo complexo de inferioridade.
Não havia outra maneira de se resolver a situação, o anime acertou e fez toda a construção necessária para esse momento tão bonito e importante para o grupo, não só para aumentar sua popularidade, necessário a qualquer grupo de idols, mas também para solidificar o laço entre elas, assim como o objetivo que as une e impulsiona, cuja importância em nada foi diminuída pela forma indiferente como a senpai da Reo falou.
Minha memória me escapa enquanto escrevo o artigo, então não lembro ao certo se foi a Reo quem trouxe a tona esse objetivo de tocar no Budoukan (no Nippon Budoukan, só para diferenciar haha), mas, sendo esse o caso, faz sentido a senpai usar isso para afetá-la. Existem várias explicações possíveis para a rispidez dela, mas isso não é relevante, o importante, repito,´é que fazia sentido uma idol de sucesso agir dessa forma “tóxica”.
E que também fez sentido a Reo ter desabado ali naquele momento e ter sido amparada pelas outras. A Reo é humana, né, o anime passou esse tempo todo nos mostrando vários relances dela lidando com suas inseguranças e sim, dando seu melhor para superá-las. Líderes também choram, tremem as pernas, descem do salto sem nem perceber e carecem do amparo das pessoas que costumam amparar. A mensagem do anime com todo esse trecho foi fantástica!
Legal que Budoukan é um anime sobre uma fã louca de uma idol quase “fantasma”, mas cá estou eu praticamente escrevendo uma redação só sobre o aspecto “idol” que o anime explora. Budoukan não é só um anime de comédia, é também anime de idol em toda sua plenitude. O máximo que posso pincelar é que poderia ter tido mais música, mas vamos dar um desconto, exposição sobre como é a vida das idols, e de idols undergrounds, não faltou.
Quanto a Eripiyo, a grande protagonista da história, o episódio foi novamente reconfortante e se não mostrou nada de novo, nada de inesperado, de sua parte no que se refere a forma como ela apoia e se emociona com a Maina, foi muito bom em aprofundar um ponto imprescindível quase que maltratado (tratado de forma bastante superficial) na fala da Sorane para a Maina lá pelo finalzinho; o que faz o fã gostar da idol para apoiá-la tanto.
Sim, fofura não é um fator irrelevante, mas a Eripiyo já deixou bastante claro que o que ela sente pela Maina vai além das aparências, é uma conexão profunda, estranha, mas indubitavelmente honesta. Se a Maina sofresse um acidente e “perdesse” sua beleza ou se tivesse qualquer outra dificuldade que a impedisse de “enfeitiçar” a fã com sua fofura, tenho certeza de que mesmo assim a Eripiyo ainda a apoiaria incondicionalmente, né.
Você tem alguma dúvida? Da para ter alguma dúvida? Não depois de como a cena dela vendo o show do grupo principal da noite foi exposta, ela deixou bem claro quem prende o olhar da Maina, quem faz a wota se sentir feliz, quem faz ela se sentir realizada vivendo a vida louca dela do jeito maluco que ela vive. Coisas assim não tem preço e, honestamente, a felicidade é algo muito particular para cada pessoa, não dá mesmo para afirmar que é impossível ser feliz assim.
Seria leviano se eu fizesse isso, seria leviano se você fizesse isso. Me incomodou a Sorane responder a Maina de maneira tão superficial, mas, ao mesmo tempo eu entendo ela dizer aquilo, ainda mais pela forma como ela tenta “envolver” o Motoi em seu charme. talvez ela pense assim e fazê-la mudar de opinião sobre a conexão que uma idol pode compartilhar com um fã seja um dos objetivos da trama mais a frente? Eu não duvido disso.
Legal que escrevi que não tinha gostado da cena, mas busquei uma explicação lógica para ela. É que pensando melhor faz sentido se visto dessa forma, contudo, só teria como afirmar que foi o caso com mais história a acompanhar e infelizmente o anime acaba aqui, então fica registrado meu descontentamento com a ressalva de que ele pode ser só mais um momento de um arco que bati tanto na tecla de que queria ver acontecendo.
Um arco da Sorane e do Motoi em que a relação de idol e fã dos dois muda, se tornando algo mais próximo do que ocorre com o Kumasa e a Eripiyo, dois fãs que, de maneiras e com circunstâncias bem diferentes, nutrem um amor incondicional e razoavelmente saudável por suas favoritas. O que há mais a comentar agora? Não sei ao certo, talvez que curti a performance da Cham Jam e a música, ainda que tenha achado que a animação poderia ter sido melhor?
É por aí mesmo. Para dar uma compensada, o encerramento cantado em dueto pela seiyuu da Eripiyo e pela seiyuu da Maina foi um presente recompensante para quem acompanhou o anime até o final e presenciou justamente o que essa música simboliza, o estreitamento da conexão entre duas pessoas em uma relação para lá de peculiar, mas por que não verdadeira e bela? Se sua imagem de wotas não tiver mudado, caso fosse ruim, após assistir Budoukan, então nada mais deve fazer isso.
Não que Budoukan seja super verdadeiro e condizente com a realidade da maioria das idols undergrounds do Japão, mas a proposta feita de observar esse microcosmo da sociedade moderna japonesa sobre uma perspectiva mais “afável” foi bastante proveitoso. Sem esconder os aspectos negativos dessa relação (apesar de muitas vezes minimizá-los), mas principalmente sem deixar de expôr que existem sim aspectos positivos.
Por fim, a Eripiyo estar lá para apoiar a Maina quando ela mais precisava foi o momento mais previsível e emocionante do episódio, porque dá a dimensão de como a conexão delas é forte, vai muito além do que eu poderia qualificar em palavras. É até mais por isso que gostei tanto de Budoukan, por ser uma história que teve a capacidade de me cativar, de me fazer “comprar a briga” de seus personagens mais preciosos.
Eripiyo não ama a Maina porque ela é fofa, meiga, tímida; ou o que mais for que possa ser considerado uma encenação de sua parte, Eripiyo ama mesmo é o trabalho como idol que, assim como tudo na vida, traduz ao menos em parte quem a Maina é, e é só por meio do trabalho duro de ambas, idol e fã, que essa relação tem como dar certo de seu jeitinho especial, edificando a vida das duas, sendo um amor que vai durar pela eternidade.
Budoukan vai deixar saudades, tantas saudades que fico até receoso de escrever uma resenha do anime por não querer dizer adeus a ele, mas a vida é assim, nada dura para sempre, então que tenha sido eterno enquanto durou.
Foi? Muito!
Até a próxima!