My Hero Academia já está em sua quarta temporada, o que é tempo suficiente para mostrar se a adaptação realmente se sustenta ou perdeu fôlego com o tempo. O lançamento do primeiro ano da animação aconteceu numa ótima época para a temática de super-heróis e com certeza se aproveitou muito disso para criar hype. Agora, quatro anos depois, o anime ainda entrega o que promete?

A quarta temporada pode ser dividida, basicamente, em duas partes, com a primeira focada no vilão Overhaul, apresentando um arco mais sombrio e com bastante destaque para coadjuvantes. Mesmo que sempre seja legal ver as lutas com nosso protagonista, é bom quando o anime procura dar uma maior diversificada.

Nesse caso, entre os que mais ganharam profundidade, com direito a história de origem e confrontos emocionantes foram Kirishima, Amajiki e Mirio. O interessante é que os dois últimos fazem parte do Big Three, que foi apresentado no último episódio da temporada anterior. Por outro lado, senti falta da mesma atenção para o grupo feminino, principalmente personagens como Hado e Uraraka.

Entre os novos personagens, tivemos muitos heróis profissionais apresentados, com destaque para Nighteye. Ele introduziu o conceito de previsão na série, que trouxe novas dinâmicas interessantes e deu uma boa movimentada na trama como um todo. O personagem em si também é muito carismático, mesmo com uma personalidade séria, tanto que sua perda foi um dos momentos mais emocionantes até então.

Também não poderia deixar de mencionar a presença de Eri, esbanjando ainda mais carisma e com uma das melhores introduções da temporada. Lembra da cena em que Deku esbarra nela? É um dos meus momentos preferidos na temporada.

Outro ponto alto foi o vilão Oberhaul, que trouxe uma pegada diferente pra série. Ele não só odiava pessoas com individualidades, como desenvolveu uma espécie de alergia à elas, aumentando ainda mais a ideia de “fobia”. Ele ainda entregou uma das melhores lutas da temporada com Deku, que impressionou pelo visual.

Todo esse primeiro arco foi muito bem construído, pois tivemos uma grande quantidade de heróis e vilões, que foram se enfrentando aos poucos até sobrarem os protagonistas. O mais legal foi que conseguiram mostrar ótimas lutas ao longo da temporada, ficando cada vez melhor conforme a trama avançava.

Talvez um dos principais problemas dessa temporada seja os episódios avulsos, que foram muitos. Logo após o arco de Overhaul, tivemos vários outros apenas tratando das consequências de suas ações e que não avançava na trama de fato. Em meio a isso, há os semi-fillers, como o retorno das licenças provisórias com Bakugou e Todoroki, só que bem inferior ao original.

Então tivemos o arco do Festival Cultural. Esse, a princípio, não esperava nada, mas até que foi melhor do que imaginei. Acredito que manter as expectativas baixas valeu a pena, pois consegui me surpreender. De um lado, tivemos um maior protagonismo para Jiro, que teve a chance perfeita para brilhar, mas a preparação até o dia do Festival poderia ser mais dinâmica e concisa.

Os vilões da vez foram a dupla Gentle Criminal e La Brava, introduzidos como inimigos bobos, ao estilo Equipe Rocket, mas que foram ganhando mais camadas conforme a trama avançava.

A quarta temporada não poderia terminar de forma melhor do que com a redenção de Endeavor. Ele entregou, possivelmente, a melhor luta da temporada, agora como Herói Nº 1. É promissor o que vem por aí.

Eu, depois dessa luta.

Este ano da série pode não ser o melhor, mas conseguiu entregar de tudo um pouco. Fomos apresentados a novos personagens cativantes e a trama passou a ser menos dependente de Deku, dando espaço para outros. Entre altos e baixos, o saldo ainda é positivo, com um excelente gancho para continuar acompanhando o anime.

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