Argonavis from BanG Dream! – Para ser o melhor é preciso ser idiota – Primeiras impressões
Como sempre cá estou eu, escrevendo sobre uma das minhas zonas de conforto, os legais e subestimados animes de bandas masculinas. Argonavis poderia até surgir como um concorrente a IDOLiSH7: Second Beat que está no ar, porém diferente do outro que foca na vida de vários idols de verdade, aqui temos apenas uma simples banda de garotos da faculdade que querem alçar o mundo.
Para começar eu achei bem legal a ideia da franquia BanG Dream! ter uma contraparte boy band, porque isso estende tudo o que ela tem de melhor para um público muito maior e que precisa de mais, já que são poucos os animes desse gênero que focam em bandas de fato – os idols acabam tomando tudo.
Argonavis tem um elemento que eu particularmente gosto muito e acredito que talvez seja a fórmula que faça isso dar certo. Contando com uma ambientação mais adulta – com protagonistas universitários – e um cenário mais sóbrio, o anime assume uma direção um pouco mais madura do que sua saga base e os outros “concorrentes” do tipo.
Pode não parecer muita coisa, mas essas leves diferenças já ajudam a captar aqueles que condenam a “infantilidade” da grande maioria dos representantes, pertencentes ao gênero musical. Para quem curtiu, o anime ainda conta com o mesmo CG eficiente da versão feminina, o que soma as demais qualidades que citei.
A história da banda se inicia de uma forma simples, clichê, mas gostosinha de assistir. O protagonista Nanahoshi Ren, é um jovem normal, mas ao mesmo tempo meio isolado que sempre enxergou o tédio na vida, até descobrir a magia da música boa – sendo similar a Miki de Houkago Saikoro Club, com os jogos.
Ainda que seja comum, sua motivação acompanha a dos outros dois personagens Yuto e Wataru, que são amantes inigualáveis da música e que em nada pensam além dela, sonhando em ser a maior banda já vista.
É bem curiosa a observação que o Yuto faz acerca de precisar ser um idiota para encarar esse sonho, porque se formos olhar, é assim que a sociedade comum enxerga alguém que vai muito a fundo naquilo que gosta. Para os “normais”, essas pessoas são loucas que não pensam em ninguém ou nada mais interessante.
Apesar de amar cantar e querer encontrar novamente a magia da música, Ren tem um problema mal resolvido da infância, seguindo a premissa do cara que é bom, mas que as pessoas não acompanham e nem ligam pro que pensa, o que faz com que ele prefira estar sozinho e fuja de qualquer um que represente ameaça ao seu desejo.
Achei interessante e até um pouco engraçada a situação do rapaz e o modo como ele foi perseguido a todo tempo pela dupla de colegas, porque apesar de lhe oferecerem o que precisava com a banda, aquilo não representava uma segurança de que eles levam a sério essa ideia.
No fim tudo podia não passar da empolgação de dois chatos que só queriam tocar mais ou menos e pronto – o que já deixaram claro que não é o caso. Felizmente sua relutância excessiva durou o necessário, até ele perceber que essa oportunidade incerta talvez possa lhe render algo mais, ao lado de outras pessoas igualmente incomuns e idiotas.
Um ponto que achei legal no episódio foi o fato de não fecharem tudo agora. A estreia ainda apresentou rapidamente mais dois personagens que farão parte da banda, sem dar muitas informações – exceto as posições de baterista e tecladista. Também foi bom não terem transformado o Ren logo num membro, apenas com o poder do protagonismo ou de uma amizade que nem existe direito.
Essas escolhas no geral não tornam a história diferente de nenhuma outra, porém abre espaço para que a construção desse grupo seja bem mais orgânica, palpável e divertida de acompanhar ao longo dos episódios que vierem.
Falando nisso, foi uma ideia de gênio colocar o dono do bar como um amigo meio patrocinador e ainda “tocador das horas vagas” do grupo, porque o homem se mostrou uma adição bem interessante no meio dos mais jovens. Uma pena que a vaga de baterista já tenha dono, porque seria o máximo ter alguém mais velho oficialmente na turma.
Bom, Argonavis me deixou com uma boa impressão do que pretende trazer no seu enredo, tanto em história quanto em música, então acredito que ao final possa ser aquela gema que não é tão valiosa quanto as outras, mas que não deixa de ser preciosa a sua maneira.
Agradeço a quem leu e até a próxima!