Tá aí, não sabia exatamente o que esperar desse anime e acabei me surpreendendo com o que ele me apresentou. A temática de jogos por si só já é bem interessante, e quando se trata de jogos de tabuleiro – o que é bem incomum -, acho que as possibilidades são ainda mais promissoras, me deixando mais animado pelo que vem por aí.

A história se inicia de uma forma bem simples nos apresentando a Miki, uma garota bem tímida e que simplesmente não entende o conceito de diversão – imagino que também o de amizade -, ficando sozinha e desanimada a maior parte do seu tempo.

A menina tem verdadeiro horror a multidões e não aproveita nada comum que as outras gostam – inclusive se questionando o porque de gostarem das coisas. O nervosismo dela me levou a cogitar se isso seria fruto de algum trauma pessoal como costuma acontecer, ou se era algum tipo de dificuldade social, mas no final parece que é somente um complexo mental da mesma.

Observando um pouco mais seu comportamento, de imediato imaginei que talvez se tratasse de uma condição similar a de Chloe em Akanesasu Shoujo, o que acontece no entanto é que Miki é diferente nos detalhes.

Chloe embora gostasse muito de estar isolada e ter um momento mais reservado, não renegava a companhia de suas amigas e principalmente, curtia muito os seus hobbies. Por outro lado, a protagonista daqui não vê graça em nada e só se angustia com sua própria condição, apenas desejando pelo dia seguinte.

A solução então surge com a chegada da iluminada Aya, que numa circunstância impensada e até constrangedora, começa a mover a colega. Eu fiquei pasmo com a tranquilidade da maluquinha ao ficar nua para se trocar embaixo da ponte, e mais ainda quando decidiu sair aparentemente sem calcinha na companhia de uma quase estranha, em uma cidade que ela não conhecia – fato esse que passou em branco.

Aya é extremamente alegre e agradável, cativando bastante pela sua simplicidade e sendo um bom impulsionador para a Miki, uma vez que ela a tira de sua zona de conforto e vai revelando aos poucos que é possível encontrar o caminho da diversão, apenas se deixando levar pelo momento.

Pessoalmente achei que Miki ia se reduzir a personagem chatinha que não tinha grandes motivos para ser como era e que apenas ia ficar se arrastando, enquanto ia sendo mudada gradualmente pelas outras até o fim do anime.

Felizmente isso não aconteceu, pois apesar de ser fechada, no fundo o que ela realmente quer é encontrar um meio de viver feliz como todos os outros, chance essa que ela acaba encontrando na Aya e posteriormente na Midori.

Midori é extremamente rigida com as regras da escola e é cheia de lógicas, mas tem um bom coração. Ela tem um emprego como vendedora numa loja de jogos, cuja ambientação me agradou bastante, e com um chefe bem legal, que me lembrou o amigável Pops de Mitsuboshi Colors.

Através do jogo, a representante de classe assim como a Aya, tenta se entrosar com Miki, e depois do interesse que parte dela, a aproximação é conquistada. Essa cena é curiosa porque tem todo um contexto, já que no começo Midori tinha sido jogada para escanteio e agora estava sendo procurada. Pelo que o chefe dá a entender, ela também deseja ter amizades – o que parece não ter, por ser como é -, então a ação da outra protagonista junta a fome com a vontade de comer.

A ideia da disputa entre eles foi bacana e o jogo Marrakech me pareceu interessante, além de bem explicado nas cenas – entendi ele como um tipo de banco imobiliário oriental com algumas regras diferentes, curti. Acredito que a mecânica aplicada aqui funcionou bem, se os demais jogos seguirem essa fórmula, pode dar certo.

Por fim a Miki decidiu mudar, ouvindo mais uma vez o discurso de que se lançar para a frente é bom e assumir riscos também. Aqui começa uma história de amizade e o desabrochar de uma garota que está redescobrindo o mundo que antes estava “fechado” para ela, com boas amigas ao seu lado.

Concluo dizendo que o anime começou bem, fazendo uma estreia simpática apesar de não ter grandes momentos. Gosto das personagens já apresentadas de modo geral, e também fico na expectativa, já que não haverão somente meninas o que é bom – como já mostra a prévia do próximo episódio.

 

Houkago Saikoro Club sai com um saldo inicial positivo e torço para que se mantenha bem até o final, agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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