Quando nos tornamos mais velhos, temos a tendência de olhar para a infância de uma forma romantizada ao lembrarmos dos bons momentos vividos. Entretanto, quando ainda estávamos na fase infantil, queríamos crescer logo, a fim de alcançarmos um falso estado de liberdade, no qual não ouviríamos os (necessários) “nãos” de nossos pais ou responsáveis.

As crianças são frágeis a tal ponto que aqui no Brasil (creio que em outros países também) existe um estatuto dedicado à proteção delas. Porém, as mesmas não são impotentes. 

O anime comentado neste artigo aborda essa temática tão linda que é a infância, todavia Mitsuboshi Colors estreou com estigma de ser apenas mais uma obra exagerada com lolis e moe (o que não é verdade), afastando assim muitos espectadores aqui no ocidente.

Leve, divertido e até mesmo relaxante. É assim que eu defino este show, que é ideal para quem está interessado em esquecer os problemas do dia a dia. As aventuras de Yui, Kotoha e Sacchan lembram muito nossas aventuras de quando éramos crianças. Afinal quem nunca brincou de ser um super-herói? Ou de ter uma base secreta? Quantas vezes não imitamos nossos personagens favoritos dos animes a que assistimos?

Para as Colors (grupo formado pelas protagonistas), o parque onde elas brincam é um mundo cheio de aventuras, pois na mente imaginativa de uma criança tudo ganha um novo significado, ou seja, tarefas comuns se tornam missões secretas, o guarda do parque se transforma no grande vilão a ser derrotado, um simples passeio vira uma épica aventura, e por aí vai. Enfim, qualquer coisa é motivo de diversão, não só para as personagens principais, mas para qualquer criança no mundo.

Yui (esquerda/atrás), Sacchan (centro) e Kotoha (direita/a frente)

A naturalidade das personagens, sem dúvida, foi o ponto forte da série. O comportamento de cada uma das protagonistas era verossímil como o de uma criança real. A Yui, por exemplo, representa o tipo de criança comportada e chorona. Já a Sacchan simbolizava o tipo mais extrovertido, “mal-educado”, que está sempre aprontando alguma coisa. Por último temos a Kotoha, que é uma garotinha introvertida e muito esperta, ela também tem um lado sádico, quem viu as ações dela acha que ela se tornará uma psicopata no futuro. Outro detalhe interessante sobre a Kotoha é que ela sempre está com um jogo eletrônico em suas mãos, simbolizando bem as crianças atuais, que estão cada vez mais habituadas não só a jogos eletrônicos, mas a qualquer tipo de tecnologia.

As brincadeiras, interações e situações vividas por nossas pequenas heroínas fazem a parte cômica ser boa (apesar de algumas repetições de piadas). Outro ponto a ser destacado é a valorização da naturalidade das meninas, já referida no parágrafo anterior, deixando que a fofura natural delas brilhasse sem qualquer tipo de artifício usado em animes do tipo moe.

O espaço no qual as meninas podiam brincar merece ser destacado, pois dá para perceber que era grande, pois correspondia a um parque, um centro comercial, um zoológico e até uma estação de trem. Fazendo um paralelo rápido com as garotas do anime, boa parte das crianças aqui no brasil, infelizmente, não tem tanto espaço para brincar, tendo de brincar na rua mesmo. Há casos em que os pais são obrigados a deixar os filhos “trancados” em casa por não ter um parque ou um lugar seguro para eles se divertirem.

Tecnicamente a animação foi pobre, notava-se o uso de quadros estáticos em diversas cenas, enquanto a trilha sonora, embora não fosse grandiosa, cumpria seu papel. Já o character design não era dos mais bonitos, mas não era tão feio a ponto de estragar a fofura de nossas adoráveis personagens.

Infelizmente faltou carisma para os personagens secundários (não que eles fossem ruins), para que eles contribuíssem mais com o anime. Portanto, o charme da obra vem todo das personagens principais (Yui, Kotoha e Sacchan). Para encerrar este parágrafo tenho a dizer só uma coisa: pobre Saito! (Quem viu o anime entende o que estou dizendo).

O artigo fica por aqui. Obrigado a você que leu até o fim, e até a próxima!

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