Gravity Daze (Rush) – A adorável gravidade de uma linguagem órfã
Gravity Daze, também chamado de Gravity Rush no ocidente, é um jogo de PlayStation Vita e 4. Sim essa resenha tem por norte falar de animes e não de jogos, mas o OVA em questão é um daqueles curtas promocionais lançados devido a ocasiões especiais que dizem respeito a obra original. Deixo aqui os links para mais informações caso tenham interesse. (Canal do youtube da PlayStation Europe)
Esse OVA se passa exatamente após o final do primeiro jogo da franquia, e serve como prequel e ponte para introduzir e anunciar o segundo jogo, Gravity Daze 2.
Mas porque peguei um OVA aleatório recortado da obra original e fora de contexto? Por que eu quis. Me desculpem por isso.
Não é a primeira vez que faço isso e não será a última, já que muito da identidade dos OVAs, é ser um segmento ou um chamariz para promover ou comemorar algo em relação ao produto original.
Sobre o OVA em questão. Ele é protagonizado por Kat, uma espécie de Shiffter, ou seja, uma deslocadora. Ela possui o poder de controlar a gravidade, mas com foco em si mesma, e não em relação ao ambiente, ao que tudo indica na animação.
Kat habita a cidade de Henkseville, e dois eventos ocorrem nessa cidade que dizem respeito a ela. O anime se divide exatamente nesses dois eventos, sendo assim considerado em lado A e lado B. Como cada evento se distingue completamente do outro, falarei deles em dois blocos.
O lado A nos apresenta Kat em um turismo gastronômico pelo centro da cidade, ela se diverte ao se alimentar nas barracas locais, mas o seu passeio é interrompido por criaturas estranhas, que para mim são desconhecidas, mas que devem fazer todo o sentido para quem já jogou o jogo em questão. Ao ser atacada e ser obrigada a se defender, vemos que ela possui uma grande força física e habilidades de combate. O que já se é esperado de uma protagonista de um jogo de ação e aventura. A dimensão dos poderes que possui não é completamente ilustrada, mas podemos presenciar combates bem interessantes e, mesmo que em CGI, muito bem animados e com uma boa dinâmica de movimento.
Toda vez que Kat usa o seu poder com maior intensidade, a sua cor, ou aura, muda, dando a ela um efeito luminoso bem bonito. O que combina tanto com a personalidade carismática da mesma, como com sua aparência e design. Vestuários e expressividade. É uma moça bem adorável.
Após algum tempo de combate somos apresentados a Sid, um policial amigo da protagonista, e a Raven, uma Coprotagonista.
O lado B do OVA, nos apresenta em si a profissão das Shiffters. Elas são uma espécie de guardiãs dos fluxos gravitacionais, e com isso interpreto que os oponentes que enfrentam são entidades que estão causando distúrbios a harmonia local. Não cheguei a mencionar, mas Henkseville é uma cidade flutuante.
Um distúrbio gravitacional é anunciado em um local chamado de Neu Hiraleon, e ambas imediatamente se direcionam ao local para investigar e resolver a anomalia. Pela minha interpretação, esse local, Neu Hiraleon, é uma espécie de incubadora, um orfanato que gerencia e amadurece crianças, provavelmente órfãs, para algum objetivo não revelado no OVA. Ao chegarem ao local, as garotas são obrigadas a lutar contra os invasores do local, que parecem ser marionetes, ou seres, mecânicos desprovidos de “humanidade”.
Os poderes de seus oponentes misteriosos, ao que tudo indica, é um misto de teletransporte com intangibilidade. Após um interessante combate, as protagonistas conseguem obter êxito e vitória, entretanto são atingidas por uma explosão que abala a estrutura gravitacional e o equilíbrio local. Os oponentes, uma IA mecânica, orienta que seus subordinados, ou mesmo àqueles mesmos órfãos que ali habitam, encontrem e lhe tragam o Genoma Estelar. E o OVA termina nesse ponto. Na verdade, ele termina com Kat e Sid em um local desconhecido, uma dimensão diversa da qual se encontravam, mas isso diz respeito apenas ao jogo infelizmente.
É um OVA bem bacana, com destaque para a apresentação pertinente do cenário e da bagagem do jogo anterior, mesmo que apenas pinçando elementos necessários para que o jogador, ou mesmo o espectador de primeira viagem, possa se interessar por esse mundo.
Muitos elementos e perguntas podem ser feitos, por exemplo, quem é Durga? Um dos nomes que os órfãos parecem pronunciar, e eles pronunciam outros nomes também. Podemos também questionar quem é a organização que rapta essas crianças, e o que aconteceu com elas após o rapto. Entre outras diversas coisas.
No que o OVA se propõe a nos apresentar, ele nos apresenta muito bem, e é uma pena que não tenhamos mais material promocional ou animação que transponha esse jogo para uma outra mídia.
E por fim e mais importante, a língua falada por todos os personagens é muito foda. Parece um russo misturado com chinês. Me lembrou bastante a língua falada pelo Pingu e seus conterrâneos do desenho animado.
De todo modo, gostei bastante desse OVA, e compartilho aqui em resenha o meu respeito por ele, mesmo que não possa jogar o jogo ao qual tem por origem sua história.