Beatiarus é um mangá bem interessante que não é muito conhecido por aqui. Publicado pela Panini, a obra possui atualmente 7 volumes e nesse artigo eu irei contar um pouco sobre o primeiro deles. Lembrando que o preço de capa do mangá é de 15,90 reais (o último volume está saindo por R$ 22,90) e está disponível para compra em várias lojas e livrarias. E sim, o preço deu uma “bela” aumentada mas isso é esperado da editora Panini.

Primeiro, devo fazer uma confissão: comprei o volume sem saber do que se tratava, pois estava barato e parecia legal. Sim, eu sou do tipo de “idiota” que compra algo sem saber exatamente o que está comprando. Tal prática ainda não se tornou um problema e com isso, o dinheiro investido na obra acabou valendo a pena. A edição é bem feita, possui orelhas dos dois lados e mostrou ter uma durabilidade boa. A única reclamação que eu poderia fazer é que a minha edição acabou tendo umas folhas coladas de maneira estranha e fora do que deveria. Não atrapalha e eu nem faço tanta questão, mas é uma observação  válida.

Sobre o conteúdo, “digamos” que ele me causou estranheza. Não é uma história bizarra e nem nada do tipo, mas do segundo capítulo em diante você sente que está lendo um compilado de oneshots. São histórias diferentes que até tem ligação, mas que tratam de épocas diferentes (próximas, vale destacar) e de protagonistas diferentes. Aliás, sendo mais específico a diferença entre as histórias é de alguns anos, em torno de 20 (no mangá tem as datas dos acontecimentos).

Enfim, apesar de trabalhar com três protagonistas diferentes, a obra parece girar em torno de um Wyvern de grande importância que foi capturado após ver seu povo sendo derrotado pelo Império Romano. Na história, o Império Romano está numa era de expansão e nesse mundo, nem mesmo criaturas mitológicas e de fantasia estão sendo perdoadas. A partir daí já começamos a história numa guerra contra os Wyverns, uma batalha sangrenta onde ambos os lados perderam e muito.

Porém a história foca num rapaz de 19 anos que é filho de um comandante daquela batalha. Na época em que seu pai foi para a batalha o jovem rapaz era bem novo e após o embate e a morte de seu pai, ele tornou-se um órfão que ficou com a alternativa de se tornar um gladiador. Com gladiador ele tem sucesso e começa a ganhar visibilidade, algo que acaba sendo um problema mais tarde. O final de seu conto é interessante mas deixa um gosto de “quero mais” maior do que deveria e poderia.

Seria legal ver um desenvolvimento maior na história ao invés do que foi mostrado. É como foi mencionado no início do texto, as histórias contidas no volume são meros one-shots que poderiam ter um desenvolvimento mais profundo e completo, mas acabaram ficando rasos e sendo apenas uma espécie de prévia. A segunda história segue o mesmo padrão, tendo como única diferença a quantidade de protagonistas e uma participação menor do Wyvern.

Ele inclusive é um personagem interessante que é apresentado com características atribuídas para dragões (apesar dele ser um tipo de dragão) como o grande orgulho independente da situação. Na primeira história ele recebe uma função de maior proximidade com o protagonista, tendo uma relação de mestre e aluno ou pai e filho. Já na segunda sua função é de apoio para a dupla, servindo de trampolim para que ambos pudessem agir e assim, conquistar seus objetivos.

Bestiarius é um mangá interessante que apresenta duas histórias legais numa época pouco explorada nos mangás apesar da quantidade de material disponível. Falha por ser raso e desenvolver absolutamente nada, seja sobre o cenário ou os personagens, trazendo uma abordagem que te oferece o mínimo para que você consiga aceitar o que está para acontecer. Apesar disso vale o preço (numa promoção então, nem se fala) pela qualidade da edição, a arte da ilustração e a história que se prova como um bom e rápido passatempo.