Mais um episódio exuberante e com um desfecho interessante que denota desafios ainda mais difíceis de serem encarados por outras personagens que não as que tiveram foco nessa partida contra a Seiwa. O anime segue de vento em popa entre a vitória de um time e a derrota de outro. Esporte competitivo é igual a vida, não se pode vencer sempre, mas não é bem assim para quem vê Major 2nd, pois cada episódio é uma vitória. É hora de Major 2nd 2 no Anime21!

O aspecto psicológico dos personagens foi ainda mais importante na reta final da partida, o que é bem compreensível visto que não dava mais para errar. O ponto mais interessante disso tudo, que comentarei mais detalhadamente a frente, é que nem mesmo os mais experientes dos times deixaram o nervosismo de lado, a diferença residiu na forma como reagiram, um sofreu um abalo na confiança, o outro seguiu em frente confiando no próprio taco e em seus amigos.

Antes de comentar os desdobramentos relacionados aos personagens, não poderia deixar de elogiar um quesito em que esse episódio me chamou um pouco mais a atenção que de costume: a trilha sonora. Não é incomum que ela potencialize as principais cenas das partidas, mas acho que a tensão pelo resultado a vista, exacerbada pelo pragmatismo de ambas as estratégias, fez com que ela fosse mais necessária para manter o episódio constantemente instigante.

Não que ele tenha sido ruim, só foi mais marcado por sutilezas envolvendo os personagens. Por exemplo, a volta por cima da Anita foi até inusitada, visto que ela vinha de seguidos baques em sua confiança. Porém, qualidade ela tinha, faltava criatividade para rebater lesionada e ela teve. Na adversidade, sob pressão, a moça se mostrou guerreira e versátil, agiu um pouco mais de acordo com a figura confiante que vendia. A Anita superou o que a dispersava e conseguiu jogar.

A volta por cima do Tanba já foi mais simples, menos impactante, mas não irrelevante. O detalhe legal foi o Daigo notar a não superação do trauma por parte do amigo, o que faz sim sentido, mas também não era desculpa para errar de novo, não após ter iniciado um processo de restabelecimento da confiança perdida. Ele fez como a Anita, deixou as distrações de lado (fosse nervosismo ou receio) para ajudar a equipe e recebeu sua recompensa. E até que ele rebate bem.

Enfim, sobre o Urabe, a pressão psicológica nele foi escalando e a natureza de sua relação com o Daigo, a rivalidade que alimentava, fez a coisa se acentuar de uma forma impactante para o desfecho do jogo, tanto é que ele temeu por sua titularidade e focou em superar o Daigo em detrimento da vitória. Não que as coisas não andassem lado a lado, mas para ele não adiantaria ganhar o jogo sem se provar superior ao ex-companheiro e rival e o mais cruel foi o “quase”…

Porque ele quase conseguiu, perdeu por um detalhe, o que não diminui a relevância de sua instabilidade emocional, pois se estivesse mais controlado não teria deixado as rebatidas chegarem até o Daigo para confrontá-lo, além de que se deixasse um pouco a rivalidade de lado faria de tudo é para evitar a disputa e o risco que ela significava. O resultado, bem, falou por si só e gostei da saída pelos fundos do Urabe, foi coerente sua incapacidade de processar o fracasso.

Por outro lado, a Anita processou muito bem o que viu na partida, um receptor que se não estava tão a frente dela no quesito técnica, a humilhava quando o assunto era qualquer outro. Dentro das limitações do time ele conseguiu administrar vaidades, mobilizar o elenco e preparar uma estratégia adaptável que pode ter contado com o talento individual em momentos, mas de nada isso teria servido não fosse a solidez que o time buscou empregar sob sua orientação.

Nâo deu certo 100% do tempo, o jogo foi marcado por falhas, mas foram erros de ambos os lados e que se foram aproveitados é sinal de que os times de ambas as escolas estavam buscando a vitória com tudo, e foi dando tudo de si e extraindo bastante do grupo que o time da Fuurin conseguiu vencer sob os cuidados de seu capitão, alguém que fez por merecer o respeito dos companheiros dentro e fora de campo, se provando alguém em quem a Anita podia confiar.

O clímax teve suas reviravoltas rápidas e me prendeu bastante, tanto que gostei da diferença entre a vitória e a derrota ter sido determinada quase que ao acaso, pois não vi desperdício do aprofundamento dadas as situações e os personagens, além de ser quase que senso comum que uma partida só é decidida dentro de campo, mas para se chegar aos tais detalhes não é tão simples assim, há coisas que se precisa fazer e são elas que definem as circunstâncias do resultado.

O “medo” do Instituto Eihou ainda vai repercutir muito e deve expôr algum trauma das garotas, que devem ter sido massacradas em campo e por isso evitam acreditar ser possível vencer esse time. O Daigo deve mostrar a elas que não machuca ter esperanças, ou ao menos não deveria, e se a superação do trauma das duas significar a vitória no torneio local digo que o anime vai botar o sarrafo lá em cima na segunda metade da temporada e promete muito se for o caso.

Por fim, esse episódio representou mais um avanço no desenvolvimento de alguns personagens, além de ter apresentado um desfecho condizente com o jogo que vimos por semanas, mas deixou assuntos mal ressolvidos que devem ganhar espaço já a partir do próximo episódio. Se isto servir para trabalhar alguns personagens e esclarecer questões relevantes no desenvolvimento dos jogadores, como a rivalidade meio unilateral do Daigo e do Urabe, vou achar ótimo.

Sobre o aproveitamento da coisa toda eu não preciso escrever muito, Major 2nd não cansa de nos entregar desfechos emocionantes, mas não menos criativos e desenvolvimentos sólidos que só aumentam a minha expectativa para o que está por vir. Venha o time que vier, tenho certeza que vai dar jogo. E jogo dos bons!

Até a próxima!

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