O reboot de Digimon vem nos surpreendendo a cada episódio, e sempre de uma forma diferente. Tem defeitos? Uma coleção deles é claro. Mas eu confesso que estou bastante surpreso pois minha expectativa era bem baixa. Por que estou falando disso? Simples, esse episódio foi especial. Sim, a aparição do MetalGreymon foi especial, mas esse episódio foi mais. Na minha opinião esse foi de longe o melhor episódio do anime e mostrou um potencial até então escondido. E isso sim é algo especial.

Mas vamos ao episódio. Depois daquela queda (que eu ainda não sei como ela saiu ilesa) sem a menor dificuldade a Mimi se meteu outra vez em encrenca. Esse parece ser o superpoder dos digiescolhidos. Gostei bastante da atmosfera que toda aquela cena do lixão teve, sei que não forçaram um clima tenso, mas ela foi de certa forma tensa.

Primeiro ela encontra alguns pedaços de digimons em algo que parecia de fato ser um lixão. Mas de uma cena para outra aquilo pareceu mais um cemitério. A chegada repentina do Andromon foi como uma daquelas aparições em filmes de terror, ainda que levado com certa leveza.

Um dos grandes acertos desse episódio foi a forma como o Guardromon foi tratado. Não forçaram uma personalidade nele, ele não teve diálogos e quase nenhuma interação. A única coisa que o episódio mostrou foi a sua vontade. E eu acho que esse foi o grande acerto. Pois vamos lembrar que ele é uma máquina e aquilo era uma fábrica de armas, então talvez ele não passasse de uma ferramenta. Mas há algo a mais nele, algo que o anime deixa claro.

A única coisa de “humana” que o anime dá a ele é uma vontade. E é nessa vontade que uma segunda coisa emerge, as suas emoções. Como na cena em que ele dá uma flor para a Mimi. Isto deixa ainda mais claro que ele não é uma máquina programada, porque é como se ele tivesse uma vontade genuína de ajudar a garota e de arriscar a própria vida se necessário. Ele não é uma máquina seguindo um algoritmo.

E ele consegue ter certa relação com a Mimi. Uma amizade, de certa forma. E mesmo que tenha sido bastante simples, esse desenvolvimento de personagem foi muito eficiente e acertado. As cenas de perseguição deram uma pequena tenção que se agravou com a queda desse personagem e depois com o sacrifício final dele.

Uma outra coisa que eu adorei nesse episódio, e que me pegou de surpresa, foi a aparição e participação do MetalGreymon. Eu tinha certeza que eles iriam isolar os dois núcleos e se aproveitar disso para digievoluir a Togemon. Mas não, eles não precisaram fazer isso. O MetalGreymon apareceu, teve cena com música e tudo e ainda foi útil, e nem fizeram ele ser derrotado ou coisa do tipo, na realidade passou a impressão de que ele iria vencer se a batalha continuasse.

É interessante lembrar como o Andromon apareceu no Digimon antigo e não parecia ser tão forte por não ter enfrentado nenhum digimon notável e por ter perdido para o Kabuterimon. Falando nele, o besouro não teve nem chance dessa vez. O Andromon foi outro personagem que foi até melhor aproveitado aqui, ponto para o reboot.

Voltando a falar sobre o Guardromon, o sacrifício dele foi uma linda e inesperada escolha. Mas uma coisa que me incomodou na hora que vi foi a forma sútil como isso aconteceu. Não precisa recriar a cena do Andróide 16 de Dragon Ball Z, mas de início eu nem tinha certeza se ele tinha morrido mesmo ou não, decidi confiar no clima da cena e felizmente estava certo. É bom ver a coragem dos roteiristas outra vez.

Mas é aí que entra as duas donzelas desse episódio. A primeira, aquela que com o tempo se tornou minha personagem favorita do anime antigo, mas que no reboot já foi instantaneamente a soberana dentre os personagens. E a outra que vimos sua transformação que nada mais é que a minha forma preferida dos digimons. Sério, não há um Digimon que chega perto da Lilimon.

E uma coisa que adorei foi a forma como o anime a apresentou. A simplicidade da bela flor a desabrochar, a trilha sonora que combina com o clima triste da cena, todo o foco nas emoções da Mimi, e então finalmente a fada se mostra radiante. E a luta dela foi igualmente bem feita, o anime deixou claro que ela não é forte como o MetalGreymon por exemplo, já que seu único golpe físico foi um chute ineficaz.

A personagem vence graças a suas diversas habilidades e seus movimentos velozes. A aparência dela como disse é belíssima, mas como uma fada ela de fato passa certa sensação mágica que se evidencia em seus golpes. E pouco a pouco o Andromon se torna consciente, o que culmina no arrependimento do próprio antes de sua derrota.

No final de tudo isso temos uma Mimi ainda mais grandiosa, uma grande porém breve história que se encerra, e mais uma digievolução muito acertada e apenas o melhor episódio do anime até aqui. Eu adorei esse episódio, coisa que eu não pensei que veria no reboot. Eu acredito que pode sair algo de fato muito bom daqui, mas veremos.

Até mais.

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