Dois episódios bem diferentes do que vinha sendo o anime, com direito a time skip, apresentação de nova integrante do clube e aparecimento de pontos interessantes sobre os quais refletir e questionar.

Os pros e contras do time skip são simples. Como ponto positivo tem o foco ser direcionado ao que mais importa na história do nosso herói, que não é uma derrota em estreia, mas a reformulação do time, ainda que uma integrante tapa buraco não seja exatamente a melhor forma de começar. Como ponto negativo tem o mau aproveitamento do Tanba. Ele sai do time, permanece para ajudar e aí se machuca, que zoeira.

Assim o personagem nunca vai ter qualquer aprofundamento além do pouco que teve no torneio. Eu até entendo que ele é um secundário entre secundários e que não há mais muito a dizer sobre ele, mas acho uma pena que saia assim da trama, pela porta dos fundos. Aliás, o Andy, o Urabe e a Michiru sumiram… e eu sei que não fazia sentido que tivessem muito mais tempo de tela, mas algum não seria mal, não acha?

Espero que em uma eventual terceira temporada esses personagens deem as caras de novo e a gente os veja ainda envolvidos no basebol após processarem seus fracassos pessoais. Focando na nova integrante, é óbvio que ela recusaria no primeiro convite, porque em Major 2nd tudo é mais difícil, raramente algo é conquistado de mão beijada, ainda que ela ter se apaixonado pelo Nishina tenha sido muito conveniente.

Porque por mais que recusasse, estava na cara que uma hora aceitaria. independentemente do que a fez desistir do basebol quando mais nova. A insistência do Daigo pelas qualidades que viu na Chiyo foram o começo de algo que se perpetuou ao longo do episódio e podem causar estranheza no púbico, mas não são incoerentes quando a câmara se volta aos personagens fora de torneio, mesmo que dentro do clube.

Quanto a paixonite em si, faz sentido que uma garota com seus 13, 14 anos se interesse por um menino bonito com o qual ela não convive diariamente. É mais difícil que isso ocorra dentro do clube pela forma como as garotas e os garotos se conheceram, pelo convívio no dia a dia e a própria motivação de entrar no clube em primeiro lugar. A Chiyo não, ela foi pega de surpresa e um elemento externou a influenciou.

Deixando isso de lado por enquanto, “Por que a Chiyo parou com o basebol?” foi a pergunta que rondou a minha mente nesses dos episódios (o artigo duplo é culpa da enxurrada de primeiras impressões), mas, para minha irritação, a resposta não foi dada em momento algum. Eu posso pensar que tem a ver com a altura, acho que é a associação mais fácil de problema em que dá para pensar, mas será só isso mesmo?

Será que ela não desistiu do basebol por acreditar que não seria capaz de competir com os meninos? Se for isso, por que não deu uma pista ao longo dos episódios? No fim, acaba que isso deve ser revelado, é certo que sera, o problema é quando e como. Talvez no torneio? Se o aproveitamento desse “trauma” for bom vai ter compensado o vazio que ficou e foi preenchido pela “estranha” jornada da Chiyo apaixonada.

Estranha para a série, não para o anime, mesmo que um anime esportivo… Inclusive, é peculiar como são os japoneses, pois não achei nada estranho que o Nishina tenha descoberto o interesse da Chiyo e ainda assim não tenha feito nada, enquanto ela também não buscou qualquer avanço. Por ora, ficou no campo do amor platônico e não duvido que permaneça desse jeito por muito tempo, é só lembrar da Mutsuko…

Paralelo a isso, o antigo parceiro do Nishina é recrutado e a sua falta de seriedade misturada ao seu ego inflado começam a criar atrito no time, além de exporem as “deficiências” do capitão para administrar o vestiário, porque mesmo que estivesse disposto a ceder por necessidade (e não acho que seria diferente se fosse uma garota), ele me pareceu perder um pouco de vista o pulso firme que precisaria ter no time.

Não vejo real problema em querer ver uma rivalidade sendo alimentada, o que é ruim é fazer isso se não existe igualdade no tratamento entre partes, afinal, o cabeça de cogumelo chegou recebendo privilégios, os quais a Tao não teria. Mas o Daigo não percebeu isso, e o pior de tudo é que a questão ficou de lado dada a cirurgia do garoto; ou melhor, pois é um defeito introduzido que podem explorar melhor depois.

Na ânsia de sanar a necessidade maior do time o Daigo perdeu de vista o que precisava fazer para dar a Tao (mas não só a ela, como também a qualquer um ali) a segurança de que não seria injustiçada, que o esforço dela seria devidamente tratado e que todos que estavam jogando tinham o mesmo objetivo. Se era a Tao e a Yayoi que faziam corpo mole, ver o que é um verdadeiro corpo mole é algo que ajuda, né?

Digo, em circunstâncias ideais veria sentido em disputarem a posição, mas nessas circunstâncias zoadas vejo sentido na Tao mudar um pouco mais seu próprio comprometimento com o basebol. Ou via, afinal, jogaram o cabeça de cogumelo para escanteio e eu não sei se vai voltar. A apendicite foi um artifício de roteiro safado que poderia ter sido evitado mesmo que a gente já soubesse quem jogaria naquele jogo.

Pelo menos a Yayoi tomou as dores da amiga e isso foi algo bacana de se ver, como a Tao já tinha feito, mas a diferença é que a forma como o Daigo estava lidando com a situação era bem mais questionável, além de ter sido a Yayoi que falou de atitude, o que não vejo como hipocrisia, pelo contrário, pois ela e sua amiga mudaram de atitude e nunca foram tão folgadas quanto o cabeça de cogumelo, um vacilão!

Ele estava sendo o tipo de vacilão que não vingaria no time mesmo se fosse um gênio, na verdade, sua atitude provavelmente faria o vestiário cair por dentro, então, por isso foi importante pontuar que esse problema precisava ser resolvido antes mesmo de qualquer disputa por posição. Veremos como será o trato com o salvador/estorvo após a recuperação dele, talvez ele fique escanteado e nem volte ao time.

Os sentimentos da Chiyo ficaram bem claros para mim e ao mesmo tempo não ficaram, porque não sei quais os motivos que a levaram a parar de jogar, mas sei que ela não odiou ajudar no treino ou compor como tampão no time, então não consegui entender qual a profundidade da coisa, o quanto o primeiro dia e a primeira experiência em campo a fizeram superar o trauma e o quanto têm a ver com o próprio.

Além disso, tem a atração que sente pelo Nishina, que não progrediu nesse curto espaço de tempo em que está no clube. Acaba que achei interessante a forma como a Chiyo foi introduzida; gostei da moça, dos interesses “escusos” (que de escusos não têm nada) dela ao entrar no time e de como pode ajudar em campo (claro que com o tempo e com o treino), mas sei que a abordagem pode ter sido “estranha”.

Repito, não estranha de “ruim”, mas estranha de “incomum”. Lembrou ao público que os jogadores são mais que apenas atletas, ainda mais na fase da vida em que estão. Por outro lado, eu também não curti tanto essa abordagem pelo que ela abriu de problemas e ainda não fechou. É claro que é um processo, Major 2nd 2 está em sua reta final e há outras coisas a serem resolvidas, então vamos dar um “tempo”?

A vantagem ridícula proposta pelo outro time me incomodou, beirou o absurdo, ao menos a queda na qualidade da animação só foi perceptível em certas cenas (a imagem estática da Sakura por segundos, apenas corando no fim, foi descaradamente isso) e não preocupa pela qualidade quando importava. O saldo final é positivo? Acho que sim, ainda que com algumas ressalvas Vamos ver como se desenrolará.

Até a próxima!

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