Depois de se meter numa sequência de eventos inesperados que culminaram no seu casamento relâmpago, o protagonista tem agora uma difícil missão enquanto marido e essa é compreender como funciona a vida de um casal. Com toda a sua inocência e imaturidade no assunto, não imagino como ele irá se sair ao longo dessa jornada, mas uma coisa é certa, a comunicação vai ser um fator crucial.

Acho bem legal a forma como o anime desenvolve a história dos dois, porque apesar de alguns clichês se fazerem presentes, alguns pequenos elementos fazem toda a diferença e torna o processo mais agradável.

O Nasa tem uma idiotice que acho saudável, porque apesar de alguns exageros decorrentes da sua inexperiência romântica, ele se move e é isso que faz dele um ponto meio que fora da curva.

A cena em que ele vai atrás da esposa para que ela não vá embora, mostra bem isso, porque ali ele poderia ter entrado em pânico e aberto mão da oportunidade de passarem a noite juntos, mas ele preferiu confiar no coração e agiu.

Como eu disse na estreia, a sinceridade – e acho que também a curiosidade – que ele e a Tsukasa possuem, entregam um casal prático e que mesmo com suas dúvidas e pensamentos, encaram seus sentimentos de frente sem correr das situações.

Esse é um ponto legal do que eles estão construindo, justamente porque eles não estão só aprendendo a lidar com a ideia do matrimônio e a companhia permanente de outra pessoa, mas estão se conhecendo também.

Normalmente as pessoas se casam cientes de algumas manias, comportamento, personalidade e outros detalhes de seus parceiros, o que na teoria facilita, já que cada um sabe mais ou menos o que esperar dessa junção e como tentar contornar qualquer possível revés.

No caso deles, um não sabe nada sobre o outro, dobrando a dificuldade do casamento, no entanto é exatamente essa personalidade “limpa” deles, que acaba facilitando o que poderia ser um desastre total. É muito bonitinho ver a forma como eles tentam se aproximar enquanto também não infringem a linha do respeito.

O Nasa apesar de toda a timidez, tem lá os desejos dele como qualquer outro garoto, porém se limitando ao que ela lhe permite. Enquanto dormiam juntos por exemplo, ele poderia tentar algo a mais e ainda assim o rapaz não quis ser aproveitador e abusar da própria sorte.

Essa parte é até engraçada porque o anime tem consciência da doidice de seus personagens e brinca com isso, principalmente com os pensamentos dele, já que ele está sempre em conflito do que fazer, como fazer, ou se é correto. Fora esse recurso, ainda exploraram nessa interação, piadas de referências a outras obras, o que para quem curte como eu, fica nota 10.

Na contramão do seu parceiro, a Tsukasa já se mostra mais solta do que aparenta, até instigando um pouco ele a fazer o mesmo, o que para ambos é bom, porque equilibra a relação. Por outro lado ela também tem seus momentos de timidez e fofura, não sendo a doidona que é segura de tudo – vide a vergonha com um simples apelido.

Com essas ferramentas em mãos, a série vem entregando um romance bacana e se mostrando bem competente em criar a comédia situacional, porque a química e a dinâmica dos diferentes, mas iguais, funciona legal com esse casal de primeira viagem e a sua curiosidade em descobrir as coisas – a cena dela dormindo que o diga, conheço bem aquele sono estranho.

O terceiro episódio segue trabalhando a convivência da dupla, acrescentando agora um tempero especial, as amigas do Nasa. De cara pode rolar uma preocupação de se formar um harém, mas para nossa felicidade, elas são as melhores amigas irmãs que ele podia ter – e eu realmente acho que não vai além disso nem se quisessem.

Gostei horrores da Kaname porque ela carrega consigo as melhores qualidades que uma boa amizade pode ter, a camaradagem verdadeira e o deboche – na dose certa, claro. Ela sabe como pegar no pé dele e não poupa as palavras, sendo até mais “bocuda” do que eu estava esperando.

A Aya já me pareceu ser o tipo louca varrida e desastrada que não soma 2 e 2, porém ambas são companheiras importantes e que acima de tudo são gratas ao protagonista pelo que ele já fez por elas, quando estavam na pior.

Para mim as irmãs terão um papel importante daqui para a frente como conselheiras amorosas – cada uma a seu modo -, principalmente a Kaname, já que ela é a mais descolada no assunto ao menos superficialmente. A aparição da Aya também foi necessária para que o casal ficasse de frente ao seu primeiro probleminha, a comunicação.

Como se conhecem pouco e são inocentes para o amor, eles entenderam errado suas próprias mensagens ao conversarem, rendendo o ciúme fofo da Tsukasa e o momento hilário do Nasa dizendo que precisa de tempo para dizer que sua esposa é bonita – isso depois de já ter dito várias vezes.

Se esse fator de contato já levanta discretamente o sinal amarelo, a garotinha loira do final dá um sinal bem vermelho – que ironicamente é a cor da roupa dela. Não faço ideia do que ela quer, mas já deu pra notar que ela é próxima da Tsukasa e pode dar algum trabalho a eles. Quem será essa doida? Mais uma amiga, ou uma inimiga? Aguardemos.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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