Jotaro tem seu fardo nada leve para carregar, mas com a sua decisão de seguir adiante ele puxou mais problemas para si, afinal agora a opinião pública é contra ele. Num meio de gente sem empatia e precisando se redescobrir, como será que o samurai vai encarar cada obstáculo daqui para frente?

Eu continuo apostando no espírito leve e ao mesmo tempo forte do ginasta, com esse episódio só confirmando o que vejo.

Depois de rever sua aposentadoria e não desistir da sua paixão pelo esporte, o protagonista agora precisa lidar com as consequências de sua escolha e é aí que vemos como o ser humano é baixo e mesquinho.

Ao invés de deixarem o rapaz seguir seu rumo – e torcer para que ele recuperasse a glória que já trouxe ao país -, as pessoas simplesmente se dedicam a espezinhar ele enquanto profissional, por acharem que ele brinca com a realidade, enquanto na verdade o mesmo se dedica a ponto de colocar em xeque a própria saúde.

Esse tipo de comportamento é algo natural e que acontece constantemente, especialmente no mundo do esporte, mas é aquela coisa, por mais que se entenda algumas questões que se levantem quanto a qualidade do atleta, não vejo com bons olhos o negativismo que se despeja em cima das pessoas, principalmente quando o empenho delas em evoluir é real.

Como nem tudo nessa vida é tristeza, o Jotaro tem uma arma poderosa chamada família – isso inclui seus bons amigos – sempre lhe dando o suporte devido quando sua mente e coração ameaçam falhar.

O Amakusa me surpreendeu porque embora não parecesse muita coisa, ele não era apenas o mestre que estava sendo realista com seu pupilo, ele sempre funcionou como uma espécie de pai que o ginasta não tinha presente.

Atuando nos bastidores, o treinador sempre monitorou de perto o rapaz e lhe dando conselhos quando necessários, esses que o bonito praticamente não ouviu nenhum. Diferente do que estava pensando, o atleta não estava sendo rejeitado por ser incapaz ou debilitado, mas ele estava sendo rejeitado para sua própria proteção, por não ter limites.

Gosto bastante da forma como o Jotaro vai percebendo essas nuances do seu amigo, conforme ele chega no fundo do poço e revê sua história. Falando assim parece que tudo se resolve magicamente pelo cérebro dele, só que não, tem algumas pecinhas que são importantes nesse processo de reavaliação e por conta delas que o episódio foi o que foi – fora as coincidências naturais de um mundo pequeno.

A Rei sempre maravilhosa fez o seu papel de filha prodígio, madura e consciente, que está ali para ser o alicerce do pai, assim como a dona Mari também faz o seu de provedora – em vários sentidos por sinal. No entanto, dentre as figuras do dia, destaco o Leo e o simpático Britney.

Leo vinha se mostrando apenas como o carinha insano que acha que é um ninja, mas em sua inocência, ele acabou dando ao Jotaro a chance que precisava, oportunidade essa que o levou ao acupunturista.

Antes de falar dele, achei bem interessante a forma como o anime tenta bater nas várias pontas, apresentando um elenco diverso em suas personalidades, desde o sujeito normal, até a gal que fez uma rápida aparição, mas que pode ser uma personagem bacana do núcleo mais jovem.

Enfim voltando ao Britney, apesar de no geral seus momentos terem sido mais cômicos pela pegada over e bruta do personagem, ele não é um alívio cômico tosco, que não sabe ser sério quando precisa ou sequer tem uma função real. Na verdade, Brit – como já chamaram – era uma pessoa necessária para que o protagonista caísse em si, já que ele não estava ouvindo a nada, nem ninguém.

É engraçado porque a situação em si, remete muito aquela coisa do cidadão não dar importância a verdade que alguém próximo diz, mas ficar impressionado e crer quando outro de fora ou um profissional, lhe confronta com os fatos.

Felizmente o Jotaro ouviu os bons conselhos de seu novo amigo e agora acupunturista, dando um tempo para seu corpo e sua mente, deixando que a mudança interior fizesse a diferença.

Apesar de simples, eu achei muito bonita aquela cena onde a multidão que olhava torto para o ginasta, aos poucos vai aderindo ao que ele está fazendo. Não sei se a intenção da direção foi essa, mas aquele pequeno gesto para mim estava indicando que as pessoas estavam notando o espírito e a força de vontade dele, se sentindo levemente inspiradas por isso.

Qualquer um podia olhar e continuar cagando para o que ele fazia – como alguns fizeram -, porém dava para notar que a partir do momento que ele se desligou de todas as pressões e focou em se dedicar ao seu objetivo, a aura de peso e aflição que o circundava, simplesmente sumiu naquele instante.

Consequentemente ele conseguiu entender o quanto o Amakusa se dedicava a ele incondicionalmente, e assim essa família se dá uma nova chance de aprender com as novidades e tentar vencer juntos mais uma vez.

Embora eu já tenha entendido o plot do Jotaro, ainda me pergunto como o Leo se insere nesse negócio e qual a história por trás da fuga, afinal já percebemos que o samurai lhe influenciou e de algum jeito a alma de ginasta está nele, mas como ele vai ser captado e por que? – o encerramento me fez pensar sobre esses detalhes.

O outro elemento pertencente ao trio esportivo já fez sua entrada e pessoalmente não sei o que esperar dele ao longo da jornada, porque ele apenas transparece ser o super talentoso ressentido e grosseiro, enquanto eu esperava um doido que talvez só fosse caladão – a abertura me enganou, ele já chegou criando celeuma.

Bom, Gymnastics Samurai continua me surpreendendo positivamente pela sua forma singular e divertida de contar essa história, no que espero que essa virtude não se perca – muito menos o enredo. Então vamos vendo aonde Jotaro e companhia vão chegar e cruzando os dedos para continuar dando certo.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

Comentários