Desde que conhecemos o casal mais fofo da temporada, quiçá do ano, acompanhamos a história muito sobre o prisma do Nasa, entendendo quem era o rapaz, o que pensava, como chegou na sua esposa e por aí vai.

Embora ambos sejam bem trabalhados no conjunto, a questão que pairava no ar até então era: e a Tsukasa? De onde essa moça veio e cadê a sua família? Que tipo de poderes bizarros ela tem? O que o passado dela esconde? Pois bem, o anime nos trouxe nesse episódio algumas poucas respostas, para nossa alegria.

Achei bem curioso a forma como o anime constrói a personalidade dos dois, porque um vive como o oposto do outro. O Nasa me parece o tipo de pessoa que embora solitária, está nessa condição por opção, já que sua mente sempre funcionou 24 horas, em prol dos seus objetivos – o que consequentemente faz com que ele sinta menos os efeitos dessa solidão.

Na contramão do marido, a garota veio sabe se lá de onde e sob quais circunstâncias, porém buscando um lugar para chamar de seu, com alguém que pudesse lhe aquecer o coração e gostar dela verdadeiramente – mostrando uma certa fragilidade que não condiz tanto com seu jeito mais sereno e ponderado.

O encontro com o Nasa possibilitou a resolução desses pequenos probleminhas dela, e é uma graça a forma como ela de fato abraçou a ligação súbita e sincera que eles tem, sentindo a falta do parceiro quando fica sozinha e desocupada, caçando um meio de se desviar da sensação de estar sozinha.

Dito isso, o que de verdade a protagonista guarda sobre suas origens? Se por um lado o Nasa nada sabe, a pecinha que nos foi apresentada agora já está na vantagem quando o assunto é a Tsukasa.

A Chitose é a famosa tsundere que vive em função da “irmã”, porém diferente da maioria das suas conterrâneas de personalidade, a riquinha é simplesmente hilária e diria até que mais profunda que sua aparência sugere.

Apesar de não ter qualquer elo direto entre as duas, a loira considera muito sua irmã de criação. A forma como ela mesma narra sua história, deixa claro que a Tsukasa realmente é da lua e apenas aqueles ao seu redor tem conhecimento desse fato – o que era óbvio devido aos vários sinais, mas até então não estava confirmado por ninguém.

Eu confesso que me preocupei com o quanto ela poderia ser inimiga do casal, mas no fundo ela é inofensiva e diria até que inocente quando o assunto é ser ameaçadora. Em seu primeiro encontro com o Nasa, ela viu no menino as mesmas boas qualidades que viu na Tsukasa, o problema é que descobrindo o casamento, o jogo virou.

Bato palmas para o rapaz que dobrou com excelência sua maior adversária durante boa parte do tempo, mostrando que sua lábia não é de principiante. Continuo gostando bastante da forma como o personagem é construído, entregando um cara simples e honesto que dá de 10 a zero em muito par romântico “machão” por aí.

Embora cheia de macacadas e bobeiras de irmãzinha siscon, a menina de fato ama a outra e coloca o seu bem estar acima de tudo. Uma vez que sua vida foi salva pela moça, ela passou a ter um senso de gratidão eterno que se desenvolveu em uma ligação forte, acredito que pelo fato da mesma também ser igualmente solitária – mesmo com uma dupla de maids bem divertida a sua disposição.

Falando nelas, o que são essas empregadas, gente? A Aurora é uma graça com o seu padrão sério e ao mesmo tempo bobão – fora as habilidades absurdas com o photoshop -, mas a Charlotte supera qualquer expectativa que eu tinha com a sua aparição. Eu queria uma maid insana e ela veio bombando nesse quesito, sendo “over” em tudo.

Se por um lado, essas três mulheres juntas são uma confusão ambulante para a pacífica vida a dois, com a presença delas a comédia foi garantida do começo ao fim, sem que os protagonistas perdessem seu brilho inclusive encerrando o episódio com chave de ouro.

Para quem curte um bom andamento do romance e pessoas que tem atitude, o casal deixou claro que não veio a passeio e depois da Tsukasa ciumenta, ganhamos um Nasa resoluto que tomou as rédeas da situação e fez valer mas uma vez o seu voto de amor – selado com o beijo que só costuma aparecer no final, olha que coisa.

Continuo me surpreendendo com o quanto essa obra consegue ser divertida com elementos tão básicos, somados a uma delicadeza única e um timing cômico mais afiado que a espada de um samurai. Assim como eu disse, a Chitose tinha tudo para ser um porre, mas no final foi uma ótima adição ao elenco, junto a suas funcionárias padrão.

Se o anime parecia mergulhar apenas na comédia e sem algo a mais, a direção exibe domínio completo sobre as nuances do enredo, mantendo o ar de mistério em cima da Tsukasa quando precisa, e trazendo a leveza do relacionamento entre ela e o Nasa para deixar a coisa mais fofa. Não sei como estão fazendo, mas que continuem assim porque tá muito bom.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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