Iwakakeru sobreviveria sem sua “fantasia”; sem os títulos ilustrativos das personagens, as frases de efeito, os trejeitos incomuns e as abordagens visuais distintas? Eu acho que sim, mas aí o anime teria que ser outra coisa e sempre é mais difícil se aprofundar no drama ou abordar com mais seriedade um tema que poderia ser mais realista. Não é mesmo esse o caso aqui, mas isso não estraga o anime, ao menos não necessariamente.

Só quis tocar no assunto, porque dessa vez a “Cool Kurusu” realmente me incomodou e não sei se é o caso da escalada esportiva feminina lá no Japão, mas se não tiver o melhor dos cenários, acho que caberia dar atenção as dificuldades do esporte, não gastar tempo com essas peripécias, principalmente visuais, que pouco ou nada agregam a trama. Ainda assim, o anime está ok e vou falar da Jun reencontrando o prazer de escalar.

O duelo contra a chata da Cool Kurusu foi legal como ideia, como execução quase que um purgante, afinal, se a ideia era deixar bem claro para a Konomi que ela precisa se tornar uma escaladora mais rápida, haviam formas de fazer isso sem o confronto direto com a grande rival, o qual não durou quase nada e não gerou empolgação alguma. Mesmo a cena do banho (talvez o máximo de “ecchi” até agora) precisava mesmo acontecer?

Não sei, mas ao menos esta tem uma utilidade narrativa que a justifique, afinal, depois de suar faz sentido que uma pessoa tome banho, além de fazer mais sentido que a Cool Kurusu solte suas asinhas após derrotar a rival. O mais legal, ou não, que achei foi ela aparecer depois puta da vida, mostrando que no banho só estava sendo ela mesma. A idol Kurusu Anne parece boazinha, mas na verdade é muito é da babaca. Eu já esperava.

Nunca gostei dela, acho seu slogan irritante, além da voz mesmo. Pelo menos o prazer de vê-la sendo derrotada pela Konomi a gente deve ter, é aquilo que se espera para o anime encerrar satisfatoriamente. Outras coisas que não gostei muito nesse episódio foram o time skip e o “sumiço” total da Jun pelo período dele. Seis meses sem conseguir escalar por trauma e ainda assim trabalhar na loja de escalada é algo meio maluco, né?

Foi bem inusitado ver ela sendo chamada de “Uehara-sensei”, assim como sua eterna rival virando sua kouhai, mas me preocupa faltarem apenas dois meses até o grande torneio e ela ter passado seis distante, sem nem conseguir treinar, aparentemente, e isso enquanto a Konomi virava uma musa da escalada. Sem chance da Jun conseguir mais do que se divertir e fazer um brilhareco nesse torneio. Vai ser forçado se rolar mais que isso.

De toda forma, parece que ela não vai desperdiçar esses dois meses, porque duvido que não volte ao time depois de ter vencido o desafio de sua eterna rival, o qual foi o desafio realmente interessante do episódio e, apesar de sua motivação ter sido estranha, faz sim sentido ter rolado, pois a “Destruidora de Novatos” nutre carinho e respeito por sua rival, sentindo o prazer de desafiá-la e quem sabe derrotá-la em sua “forma verdadeira”.

Porque seria uma agressão ao seu orgulho derrotar a Jun distante de sua melhor forma, aliás, sem forma alguma, já que ela não conseguia escalar por todo o trauma que ainda carregava nas costas. Acho que o hiato da Jun e a manutenção do trauma não foram abordados com a profundidade que eu gostaria de ter visto, mas dando o devido desconto pela falta de tempo deu até para engolir, apesar de não fazer muito sentido a situação.

Digo, não é nem que faz ou não faz sentido, mas esses seis meses não existiram para ela. No máximo ela mudou o penteado, enquanto a Konomi estava tirando X1 com a boss final. Menos mal que a resolução do seu problema foi até bem feitinha, destacando a pressão que exercia em si pela forma como ela encarava o esporte, em um primeiro momento como algo divertido, prazeroso, e depois como obrigação, um ato bem “ortodoxo”.

O reencontro com o prazer de escalar da Jun muda a forma como enxerga o esporte e a superação dessa barreira psicológica justifica o provável avanço que ela terá a partir de agora, porque a escalada passou a ser a resignação dela desde muito nova, deixando de ser algo que poderia fazer sob pressão, mas também por prazer, limitando sua visão de mundo, o principal fator de seu fracasso, mesmo que tenha faltado técnica também.

Por fim, achei o episódio aquém dos anteriores e não engulo um time skip tão grande sem uma “amostra” real de como esse tempo influenciou na trama. No máximo deu para ver que a Konomi melhorou muito, mas isso já era esperado, né. A necessidade de melhora da prota também foi algo bom, mas serio que ela ainda precisa ser mais rápida após seis meses? Meio tosco, não? E faltam só três eps, temo pelo gerenciamento do tempo.

Até a próxima!

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