Além do Lestrade ter levado o Holmes até a cena de crime, um grande sinal de confiança da parte do inspetor, ele ainda o ajudou ainda mais permitindo que o detetive escapasse das mãos da polícia. Mas seria ele capaz de resolver esse mistério? Acho que a resposta sempre foi óbvia.

Após a fuga ele foi ao encontro do Dr. Watson que decidiu colaborar com a resolução desse caso. Ainda que verdade seja dita, não é como se ele tivesse realmente ajudado com muita coisa. Ele apenas ajudou com aquela inocente idosa. Que na realidade era o Fred Porlock disfarçado, ele que é um personagem bem inexpressivo. Na verdade mesmo nesse episódio que ele teve uma grande participação não é como se ele tivesse mostrado alguma coisa sobre sua pessoa.

Esse episódio não teve nenhuma investigação, já que o anterior nos revelou tudo o que tínhamos para saber. Só faltava o próprio Holmes descobri-las, coisa que fez sem dificuldade. Então no geral foi um episódio mais expositivo do que realmente investigativo. Contudo foi legal ver as deduções do detetive explicarem toda a lógica do mistério. Mas não teve realmente impacto aquela cena de revelação.

O Moriarty além de conduzir todos os acontecimentos do assassinato também parecia conduzir os atos do próprio Holmes. É como se tudo estivesse no seu controle. Ele até se deu ao trabalho de correr o risco para recuperar um anel sem utilidade e ainda foi capaz de arriscar se expor ao fazer uma proposta extremamente conveniente para o detetive.

Claro, nada mais “conveniente” que uma aposta da qual você é obrigado a contar com a boa vontade do seu inimigo. Ele mataria o homem que já estava condenado, se tornaria um assassino, e só teria o que foi-lhe prometido se e apenas se o seu inimigo estivesse de boa vontade para com ele. É óbvio que esse plano não tem nada de conveniente igual o anime tentou vende-lo. Na realidade é extremamente suspeito e duvidoso.

Mas ainda assim foram boas as respostas que o Holmes deu, mostrando em ambas muito bem a sua personalidade. E digo “ambas” pois de fato foram duas. A primeira foi sobre como a parte divertida de um mistério está justamente no fato de descobrir as respostas por si mesmo. Isso já o diferencia de outros detetives como o Lestrade que busca apenas o resultado. Ele não, ele trabalha pelo prazer de investigar e descobrir a verdade.

E a outra resposta foi dada quando ele se desculpou com culpado do assassinato. Ao fazer isso ele deixou claro como entende que tudo que o homem queria era uma morte digna, mas que infelizmente não poderia fazer isso por ele. Isso deixa claro que ele não se negou a mata-lo por um motivo bobo como estragar a sua diversão ou algo do tipo mas porque realmente isso é algo que ele nunca faria.

Esse episódio teve várias coisas que qualquer um que já viu alguma coisa de Sherlock Holmes, seja séries ou filmes, com toda certeza já deve ter visto. Há três coisas que eu gostaria de destacar. A primeira são os meninos de rua da Baker Street os ditos irregulares. Eles aparecem em diversas histórias do detetive inclusive no romance Um Estudo em Vermelho que é a fonte de inspiração para o caso resolvido nesse episódio.

Além disso temos o disfarces do Fred Porlock que vemos várias vezes o próprio Holmes utilizando deles. E os usa tão bem que até o Watson que convive com o detetive diversas vezes é incapaz de perceber que ele se ocultava ao seu lado, prova do quão competente é a mudança na aparência junto da atuação do detetive. Mas até agora em Moriarty: O Patriota essa habilidade só foi utilizada pelo Fred mesmo.

E por último no final do anime quando o Watson fala sobre como agora tem coisas de sobra para escrever em seu diário. Para quem não sabe, todas as histórias do Sherlock Holmes são narradas pela perspectiva do médico que é quem as escreve. Como uma ou outra exceção raríssimas. É apenas uma curiosidade, mas foi legal que o anime tenha se dado ao trabalho de cita-la.

Importante mesmo foi o diálogo do grupo do Moriarty em que o anime deixa claro a grande importância que o Sherlock terá para o objetivo do professor. Agora é ver como isso se dará na prática. É isso que queremos ver, até mais.

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