Wixoss Diva(A)Live – Idols jogando cartinha – Primeiras impressões
WIXOSS Diva(A)Live é um anime do estúdio J.C.Staff que dá seguimento a franquia de card game WIXOSS em animação, mas dessa vez em um cenário e com uma pegada bem diferentes. Se Selector e Lostorage focavam no drama, Diva deve focar em moe e comédia, ou ao menos foi essa a impressão que eu tive.
Na história acompanhamos Hirana, uma garota que joga o card game WIXOSS e quer se tornar uma Diva lendária. Diva é uma espécie de jogadora muito popular, amada pelo público tal qual uma idol. WIXOSS se tornou um grande fenômeno cultural no mundo todo e como Hirana há outras garotas com o mesmo sonho e que vão batalhar por ele.
Hirana e Rei são opostos que se atraem? Eu diria que sim porque um pouco diferente do que geralmente acontece, as duas se dão bem mesmo com todas as suas diferenças. O anime começa com a equipe de uma enfrentando a da outra e por diferentes motivos elas se separam de seus grupos, mas acabam interagindo de maneira bastante amistosa.
Rei tem uma personalidade diligente (não à toa é a presidente da sala e/ou do conselho, não ficou claro) e leva o jogo muito a sério, enquanto Hirana já é mais flexível e desajeitada, a única coisa sobre a qual parece ter total convicção é em seu amor e respeito pelo jogo. Uma respeita a outra e tem tudo para fazer uma bela equipe, desrespeito foi usar o nome “Garotas Eternas”…
Quem viu as quatro temporadas anteriores da franquia (aliás, veja elas, duvido esse anime ser melhor) sabe que esse termo tem uma conotação negativa por todo o sofrimento que causou as jogadoras. Tornar isso algo bom, um objetivo a ser alcançado, não me pareceu uma boa ideia. Posso estar sendo “purista” por adorar o que veio antes, mas precisava mesmo não ter atenção a esses detalhes nessa mudança de direcionamento?
Enfim, deixando meu chororó de lado, o card game se tornou um jogo de imersão total além de um jogo de cartinhas? É a impressão passada. Na verdade, não tem como ser de outra forma, afinal, as garotas precisam chamar a atenção do público para receber Selector Points (tipo voto da plateia em programa de calouros) além de vencer, então tem que aparecer em um ambiente virtual como são.
Como são entre aspas porque a Hirana e a Rei eram colegas de classe, mas não se reconheciam no jogo, só que aí cai na conta na lógica de ficção, a mesma parada que rola com o super-homem. Outras aspas bem dadas dedico a Akino, que pode até não ter confiança; mas é bonita, peituda e fofa; não tem como achar que ela não é qualificada para ser uma Diva, ao menos pela capa, que é ótima.
Enfim, se você viu os outros animes como eu deve ter notado pelo menos duas referências quase que gritantes a ambas as fases da franquia. Tem uma hora na qual aparece algo que a Tama, a LRIG principal de Selector, fala (Batoru! Batoru!) na tela antes da Hirana e da Akino entrarem na arena. Quanto a Lostorage, o uniforme da escola das protagonistas lembra demais (deve até ser o mesmo) o da escola da Suzuko de Lostorage.
Isso significa que Diva se passa no mesmo universo dos outros animes e que tudo deu certo para o card game depois que ele deixou de ser sobrenatural e passou a ser mais tecnológico? Acho que sim, mas a verdade é que essas coisas são só fanservice para não desagradar tanto os fãs mais “puristas”. Se fosse realmente um deles provavelmente teria odiado essa estreia, mas até que gostei, só achei bem mais ou menos.
Ao meu ver a primeira metade até que estava legal, mas a segunda metade deu uma avacalhada “legal” na coisa, apelou para o velho clichê das personagens que querem detonar novatos e se dão bem até aparecer uma protagonista no caminho. Além disso, o grupo das protagonistas se forma e ganha skin nova do nada. Sério que foi o sistema que fez isso? Se fosse comum elas não teriam se surpreendido.
O desenrolar foi uma luta sem nada de muito interessante e mais clichês nos quais já vou tacar o pau, mas antes devo comentar que até gostei de algumas dessas mudanças de regras. Por exemplo, não vejo problemas nas jogadoras serem suas próprias LRIGs, acho até que a ideia é a mais coerente com o desenvolvimento tecnológico do game, gosto das palavras pipocando na tela na hora dos golpes e do lance das vidas.
Acho que essa transição para um novo cenário, o ambiente virtual propriamente dito, foi bem feita. Inclusive, também preciso defender os Selector Points aqui, porque é uma ideia até interessante dado o que o mundo é hoje. A interatividade entre quem provê entretenimento e quem consome é algo coberto com essa novidade, mas claro que também pode ser algo perigoso, as matadoras de novatas estão aí para provar…
Enfim, antes de tratar do final e me despedir devo admitir que simpatizei bastante com a Rei, pois ela não tem só um design super fofinho, mas foi a única do grupo principal nerfada sem pudor (precisava mesmo dar um buff nos seios das outras duas?) haha. Agora sério, conhecendo melhor ela é até simpática e tem personalidade, convicções, não é má por ser dura, apenas uma garota forte.
Infelizmente, gostaria de elogiar a personalidade da Hirana (a Akino também é simpática, só que apareceu pouco ainda), mas ela acaba caindo em um mar de clichês com seu discurso chatíssimo e pior, é a âncora para o embarque de um dos piores clichês em qualquer trama, o poder tirado do mais absoluto nada. Ou aquela forcinha que elas ganham daquela carta gigante teve algum aviso prévio e/ou explicação lógica?
Foi pior do que a roupinha; que é apenas algo visual, não interfere na luta; o que me faz pensar que a ideia desse WIXOSS repaginado é até boa, mas a produção se empolgou demais e não teve tanto esmero com o roteiro e a direção, acho até que mais com o primeiro. Diva é todo muito previsível, clichê e pouco empolga. Nem desgostei exatamente da protagonista, até elogio por suas semelhanças com a Rei, mas ela é super clichê.
Mesmo assim, não posso mentir que gostei um pouco, mas talvez seja meu desprendimento prévio quanto ao que foram os outros animes e meu gosto por WIXOSS, porque no geral é um anime medíocre salvo um ou outro aspecto (principalmente o que conectou as duas heroínas principais) e a nova mecânica do jogo.
Não vou ser um fã chato que vai odiar esse anime, porque ele não tende a apelar para o drama (depois dessa estreia ficou difícil imaginar isso) ou porque ele comete certas “heresias” quanto aos animes antigo. Encaro como uma mudança de direcionamento que não e necessariamente ruim e nem necessariamente boa, talvez seja até necessária para manter o card game vivo, o que me incomodou é que, repito, foi uma estreia medíocre.
Por fim, só indico Diva(A)Live se já é fã dos animes da franquia e vai assistir de coração aberto ou não é fã, mas conseguiu curtir essa estreia. A verdade é que indico mais assistir as outras temporadas com protagonistas pelo menos um pouco mais interessantes, ótimas batalhas e muito, mas muito drama, porque as cartinhas são só uma desculpa para vermos garotas fofas sofrendo e se reerguendo brilhantemente, convenhamos…
Até a próxima!
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