Nanatsu no Taizai: Fundo no Shinpan é a quarta temporada do battle shounen de sucesso que a princípio era animado pelo ótimo A-1 Pictures, mas acabou no estúdio Deen nas mãos de uma equipe de produção aparentemente desanimada e certamente pouco recursada para entregar um pouco da qualidade que marcou ao menos a primeira temporada da série. Não à toa os memes se acumularam na terceira temporada e nessa não há uma perspectiva de algo muito diferente. Sem mais delongas, vamos falar um pouco sobre essa S4 de Nanatsu, uma sombra do que Nanatsu foi um dia…

Adoro o Ban, mas nem ele deu uma salvada nesse episódio, pois as partes dele no purgatório não foram nada demais, até bem previsíveis, e eu sei que um bom motivo para ele estar lá é ter a chance de upar (ele era o pecado mais fraco, só tinha a mais a imortalidade mesmo), mas sequer isso é citado. Ele se encontra com o Meliodas no final e quando passou um tempão enfrentando o mesmo monstro dava para imaginar quem ele era. E o pior é que esse núcleo sequer é o grande problema dessa estreia, a inoperância da direção fica mais evidente em outras cenas e o roteiro está uma…

Admito que não vi a terceira temporada toda, mas li o mangá, então não fiquei boiando nesse episódio, só que, ainda assim, tenho uma memória ruim e não lembro todos os detalhes do envolvimento do Gowther com o Estarossa, mas há um, nem é um spoiler. O problema é que a essa altura a história se tornou densa com tanta informação nova sendo jogada em tela e algumas delas bem intricadas de se esmiuçar. Sendo assim, o anime precisava de uma boa direção para administrar tudo isso, mas não foi nada do que vimos aqui, pois a direção é desleixada, adapta sem “perder” tempo em dar seu toque a trama.

Mais tarde volto aos problemas, antes gostaria de elogiar que pelo menos dá para perceber muito facilmente o mínimo no que se refere ao roteiro, pois enquanto a Elizabeth se alia a Stigma para lidar com todo a confusão que a guerra se tornou, tem Mandamento lutando lado a lado com Pecado Capital e com boas razões para tanto, ao mesmo tempo em que o líder da Stigma mostra sua faceta pragmática e não muito diferente de como eram os Mandamentos até bem pouco tempo atrás. Sendo assim, é de se elogiar a quebra de aparências de ocorre, apesar de que era quase obrigatória dada a mistureba que Nanatsu se tornou.

E nem estou reclamando dela não, pois gosto de como a coisa estava se desenrolando até onde li (uns bons capítulos depois desse ponto), mas é de se admitir que estava enrolada e que isso deve dificultar um pouco a atuação da equipe de produção. São vários núcleos que merecem atenção, mais de uma luta por vez para se trabalhar e detalhes que deveriam ser tratados a fim de engrandecer o material trabalhado. Não estou escrevendo isso como defesa da direção, mas entendo que era um trabalho grande demais para a produção de um anime em franca decadência no que se refere a sua exposição midiática e talvez até ao interesse do público.

Não sei ao certo como está o interesse dele, mas após a péssima animação da S3 que deu origem a tantos memes muitos devem ter deixado de lado. De toda forma, mal e pouco elogiei, mas já devo voltar a criticar, porque é sério, Nanatsu já teve lutas muito melhores do que as desse episódio. Aliás, a queda de braço do Ban com o Meliodas na primeira temporada dá uma surra na (des)animação desse episódio. O design em si não ficou tão distorcido, pelo contrário, até apresentou uma estabilidade condizente com uma estreia ao menos decente, mas a pobreza das lutas foi de dar raiva.

Além disso, a preparação para a principal luta do episódio, a fim de pôr o público no clima certo, também foi descuidada demais, só elogio a coerência, pois o pré, o durante e o pós luta foram todos ruins. Não houve qualquer esforço para animar golpes, nem mesmo crucificando a consistência como acontece em alguns animes, além das lutas em si terem sido relativamente curtas e nada empolgantes (dane-se a droga do poder de luta). A trilha sonora não ajudou a maquiar o problema, ficando evidente o desleixo em entregar uma estreia empolgante. É a estreia poxa, se nem ela tem um algo a mais, o que esperar do resto?

Nanatsu no Taizai agora é uma sombra do que foi um dia e nem o reencontro dos eternos amigos e rivais deve ter empolgado alguém que assistia a um anime tão medíocre no sentido artístico da coisa. Não vou dizer que a história exposta em si foi ruim, mas a forma de tratá-la não realçou nenhuma de suas qualidades e muito menos mascarou qualquer um de seus defeitos. Foi tudo bem simplório. Posso até dizer que gostei da OP e da ED novas, mas mesmo elas não empolgaram para grudar na cabeça como antes. Inclusive, as achei muita areia para o caminhãozinho caído que Nanatsu se tornou.

Se nada empolga em uma história que poderia ter algum brilho, mas só desmotiva o telespectador a comentá-la, o que esperar dessa quarta temporada? O sofrimento que foi a terceira? Sim, talvez até coisa pior, apesar de que vai ser a última, então se você chegou até aqui indico que vá até o final. Claro, se consegue engolir cenas de ação apáticas e miseráveis em um anime no qual um dos pontos mais fortes era justamente a ação. Não dá para esperar nada demais de Nanatsu como está, se não cortarem muito do mangá e só adaptarem fielmente com sorte a história prende você o suficiente para continuar vendo. É isso.

Por fim, devo dar um tempo e ver direito quando sair o Blu-ray. Um dia termino, sem pressa. Não sei até onde a terceira temporada foi no que se refere as revelações e não lembro exatamente do que havia sido revelado no mangá aquela altura, então não irei me aprofundar nos comentários sobre os subplots em ação, só o que posso garantir é que é uma história complexa, que envolve vários personagens e que bagunça ainda mais esse conceito de bem e mal atrelado a cada um dos lados. No meio disso há a Elizabeth e o Meliodas, além dos outros Pecados, mas a gente até esquece que são eles que importam quando nada parece importar muito para quem está por trás dessa triste produção.

Até a próxima!

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