Uma Musume está em “oto patamá” entre os animes da temporada ou a versão 2021 não é tão boa quanto foi a 2018? Se você gosta de futebol deve ter pegado o meme, se gosta de rap também. Aliás, saca só esse rolê aleatório e ouve Djonga. Sem mais delongas, vamos ao texto?

As garotas-cavalo são eternas colegiais? É isso que o anime faz parecer porque as lesões demoram meses a sarar (como imagino que seja com os cavalos de corrida da vida real) e ainda assim elas continuam como estudantes.

Aliás, outro detalhe que parece replicar a vida real é que não as vemos ganhando grana com as corridas. Isso ocorreu na primeira temporada? Não lembro, e vendo todo o circo montado no entorno delas fico me perguntando cadê o dinheiro do direito de imagem?

Enfim, sei que a verossimilhança do anime é seletiva, só queria tocar nesses pontos. Mais importante que comentar coisas ilógicas em Uma Musume é falar da vitória fácil da Toukai Teiou, a qual evidenciou sua evolução enquanto corredora pela forma absoluta como atingiu o primeiro lugar.

Foi como se ela não tivesse sofrido enquanto suas adversárias deram o máximo de si. Não ficou claro que a vitória se deveu a um maior apuro de análise, mas a melhora na parte física foi evidente (ela nem ofegou), algo que faz sentido para quem treinou e se recuperou muito bem.

Essa parte da vitória dela e o burburinho alimentado em seu entorno foi importante para a personagem, mas mais relevante para manter o anime interessante foi o espaço dado as outras garotas-cavalo, capitaneado pelas garotas da Canopus, mas também pela novata promissora e sua “stalker”.

Além disso, pode ter sido algo menor, mas foi bem fofinha a interação entre a garota que queria melhorar e a que parecia uma viajante do tempo de tão “peculiar” que era. Talvez ela seja uma novata que veio de outra província?

Essa ideia de parceria (seja rivalidade, amizade ou ambos) tem sido constantemente explorada nessa temporada e assim foi nesse episódio, então acaba que mesmo que seja um trechinho isolado ele não se desconecta da trama maior.

Gostei bastante desse momento, mas também de outros em que outras garotas-cavalo tiveram seu espaço. Inclusive, tenho algumas coisas a comentar sobre a nova desafiante do pedaço, a Mihono Bourbon, que tem um “mestre”.

É, não gostei dessa história de mestre, mas não parece ser uma relação tóxica a que ela tem com seu treinador, além de que a própria McQueen tem família (será que é uma garota-cavalo aposentada ou só uma senhorinha humana mesmo?), a Spe-chan. Enfim, todo mundo.

A origem das garotas-cavalo pode ser sobrenatural e tal, mas elas têm família e são garotas normais tirando a capacidade de correr e as diferenças no corpo. Até por isso citei a grana e a longevidade nas corridas/escola. Tirando esses dois “detalhes” todo o resto é bem ok para mim.

Enfim, se ate aqui a Canopus só serviu para a comédia, não dá para dizer o mesmo da Bourbon, cuja corrida vencida demonstrou não só a qualidade e o perigo que ela pode representar para as garotas da Spica, mas também que ela tem uma “fã”.

Na verdade, não foi dito se ela é uma fã, mas ela aparece na abertura (conseguiu perceber quem é?) e pela carinha fofa, além da obsessão em acompanhar a Bourbon de longe, fiquei muito com essa impressão. Algo como a Teiou faz com a Presidente, mas com muito mais vergonha e falta de noção.

Como a Bourbon é bem “fechada” e só parece ter apreço pelo seu mestre essa interação nova com outra garota-cavalo pode ser divertida a fim de fazer da personagem mais simpática e preencher um pouco as lacunas que a trama em volta da Teiou dá.

Lacunas de tempo, pois repetindo o que escrevi em outros artigos, o caminho da Teiou até que realize seus objetivos dificilmente vai preencher todo o tempo do anime. As coadjuvantes serão importantes para dar uma encorpada na produção.

Aliás, até esqueci de elogiar a direção pelos momentos cômicos com a best palhaça Gold Ship e a alternância entre o treino das garotas do Spica, divididas entre a McQueen e a Teiou, e a corrida da Bourbon. Ver Uma Musume se torna mais divertido por causa desses detalhes.

A única coisa que achei boba foi a McQueen e a Teiou não se falarem antes da corrida. A Special Week e a Silence Suzuka não chegaram a esse ponto, né? Não lembro direito, mas não acho que precise chegar a tanto também, afinal, se falarem não atrapalha no treinamento.

Ao menos não em teoria porque lembro que a Spe-chan também se prejudicou por pensar demais na Suzuka. Talvez seja para evitar isso? Mas não tem mais ninguém lesionada e naquele momento elas nem estavam competindo diretamente…

De toda forma, ainda há coisas mais interessantes a comentar sobre esse episódio e uma delas certamente é a forma como a Teiou encara a pressão antes de uma corrida, ainda mais uma tão importante. O que ela fala é perfeito sem tirar nem pôr.

Ao mesmo tempo em que a pressão é obstáculo, também é combustível, além de simbolizar a importância da corrida. A própria Toukai Teiou gosta de ser vista ao correr para extrair o máximo de si, é a forma que ela encontrou para lutar com coragem pelos seus sonhos.

Não tem como não simpatizar com uma personagem dessas. E eu até gosto da McQueen, mas a Teiou realmente mostrou mais até aqui, se destacou. Inclusive, o que a vó da McQueen a fala se encaixou perfeitamente na diferença entre as duas. McQueen é a lebre, Teiou a tartaruga.

Ao longo de todo o episódio a McQueen demonstrou desconforto pelo claro favoritismo que a imprensa conferia a Teiou enquanto pouco a vimos se concentrando em formas de vencer (pois ela é inferior a rival) a corrida e não a adversária. Por outro lado, a Teiou demonstrou mais foco no objetivo.

Para ela derrotar a McQueen é apenas uma consequência, tanto é que não duvido nada que se estivesse no lugar da rival usaria esse complexo de inferioridade como combustível. Como ela é a favorita não precisa, basta que administre o emocional e treine forte.

Já a McQueen não, ela vai precisar fazer mais que apenas pular com ferraduras mais pesadas se quiser vencer e o anime obviamente não vai mostrar isso mesmo que ela o faça. Aliás, ainda se ela fizer algo de diferente, ainda assim, duvido que vença, a vez é da Teiou, a gente sabe disso.

Porém, isso não significa que a McQueen não possa fazer bonito e nem que não possa aprender algo com a corrida. Se tem uma coisa que Uma Musume faz bem é ensinar através da derrota, ainda mais quando se trata de uma personagem mais relevante na trama.

Por fim, além de ter me divertido a beça e ter ficado um pouco hypado sim para a corrida da dupla dinâmica, acho que o mais legal foi o espaço dado as personagens coadjuvantes, que foram comendo pelas beiradas e até deixaram expectativa para mais.

Vou adorar ver alguém da Canopus vencendo ao menos uma vez alguém da Spica até o fim do anime e a Bourbon mostrando outra face pode ser legal, além de que não seria má ideia ver um pouquinho de diferentes garotas-cavalo todo (ou quase todo) episodio. Uma Musume segue de vento em popa.

Até a próxima!

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