Gostei bastante desse episódio porque ele fechou bem o arco narrativo do Garfiel que estava ali o tempo esperando para ser concluído e nem as coisas que geralmente me incomodam me incomodaram dessa vez.

Apesar de ter sido um episódio dramático nem foi tão pesado, acho que isso se deve também ao fato do Garfiel não ser um personagem tão importante, convenhamos.

Tanto é que a foto de capa não poderia ter sido outra senão a da Emilia copiando o protagonista, apesar da belíssima imagem que conclui o texto. Sem mais delongas, é hora de Re: Zero no Anime21!

O Subaru fazendo o Garfiel recuar na base da lábia me fez rir, sério, mas não porque eu não acredito na capacidade de convencimento do herói e sim porque foi meio inusitado, ainda mais quando ele se dispôs a encarar o “tsundere” de frente mesmo sendo só um humano comum.

Aliás, ele era porque após ter se envolvido tanto com tantas bruxas ele obteve justamente os subterfúgios que o ajudaram a convencer o Garfiel na base da conversa, mas também na base da porrada. E ele nem precisou ser protegido pela Emilia, que dessa vez só ficou no discurso bonito mesmo.

E sobre a Emilia, o medo que ela sentia se assemelha ao que o Garfiel estava passando porque ela havia acabado de sair da fase da negação, mas ele não e esse episódio tratou justamente disso, do Subaru tentando curar as feridas do passado de mais um personagem.

Menos mal que o Subaru não tem muito o que fazer além de usar o “discurso no jutsu”, diferente do Naruto, então não tem do que reclamar por tanto falatório e drama. Pelo contrário, achei que a saída dele para deter o Garfiel fisicamente foi estranha, mas tenho a impressão de que aquilo já havia sido citado, então ok.

Enfim, foi legal o que a Emilia falou e como o Garfiel rebateu o discurso dela e também do Subaru porque se ele se deixasse convencer tão fácil passaria a impressão de que não sofreu tanto assim com toda a situação envolvendo a mãe e o confinamento na vila.

Não à toa o Garfiel fala que mudança nem sempre é sinônimo de felicidade porque não foi para ele e não foi para a mãe. Aliás, a ideia que ele tinha de que a mãe foi atrás de ser feliz no mundo exterior e o que dizia sobre não odiá-la por isso dizem muito sobre o personagem, sobre sua capacidade de amar e não guardar rancor.

O normal, ou ao menos o previsível, seria ele odiar a mãe e culpá-la por tudo, mas não, ele culpava a mudança, o mundo exterior, o novo, aquilo que tinha medo de encarar porque em sua cabeça era o que havia levado a mãe embora, uma mãe que não estava satisfeita com o que tinha, o que não era verdade e descobrimos mais a frente.

Nem na segunda metade foi porque o episódio teve quase meia hora, mas nenhuma abertura ou encerramento e essa tem sido a tônica de Re: Zero, todo episódio é épico, especial, nada é simples. Não é uma reclamação, só constatação, mas isso cansa, né?

Parece que toda hora o anime quer ser grandioso e a simplicidade já deu cara de que vai ser a exceção… Enfim, mais importante que isso é comentar a ajudinha que o Subaru recebeu para conseguir parar o Garfiel.

O Pack está vivo então? Será que alguma hora ele volta a trama para ficar? Ele foi embora por causa da volta das lembranças da Emilia?

Ela não percebeu, mas fico pensando se essa ajudinha dele não foi um pouco anticlimática depois daquela despedida “intensa”. Por outro lado, o golpe de misericórdia da Patrache me divertiu bastante e reforçou o discurso do herói, né.

No fim, o Garfiel perdeu, não mudou de ideia no momento e nem acho que deveria, mas foi impedido de agir pelo medo, tendo a oportunidade de encarar seu passado como ainda não havia tido coragem de fazer.

O contraste entre o colo da Emilia e o agradecimento do Subaru aos seus aliados (com os quais jamais teria conseguido tido sucesso) com o colo da Ram e o sermão (duro no início, mas gentil no final) que o Garfiel precisava ouvir foi uma das coisa mais bacanas e divertidas da segunda metade, reforçando uma característica forte do anime.

Às vezes (várias vezes, né) Re: Zero pode até usar de frases clichês e saídas previsíveis, mas sempre há pelo menos a tentativa de construir uma narrativa interessante, rica mesmo, em torno dos personagens e das situações.

Não à toa demorou uma eternidade para se chegar até esse ponto em que o Garfiel superou seu trauma e foi aberto caminho para a Emilia superar o dela.

O Garfiel desistiu de resistir ao teste e encarou seu passado, descobrindo a verdade sobre o que levou sua mãe a sair da vila. Só não entendi se ela morreu, mas foi o que ele viu na infância, então…

Enfim, se não há muito o que comentar sobre mais um colo da Emilia oferecido ao Subaru, posso elogiar o da Ram com o Garfiel pela gentileza que ela demonstrou ao não pegar leve com ele. Dizer o que a pessoa quer ouvir ou não confrontá-la atrapalharia nesse caso e ela só ajudou, o que condiz demais com sua boca, mas também olhar afiados.

Diferente da Rem ela guarda segredos, é fiel ao seu mestre, mas tem uma capacidade de discernimento que a permite fazer o que quer e falar as coisas que falou com propriedade. A Ram usou sua altivez e até seu charme como ninguém.

O verdadeiro motivo da mãe para sair da vila não me surpreendeu porque estava na cara que o Garfiel estava equivocado.

Que mãe “peculiar” seria a dele se sua felicidade não fosse ao lado dos filhos, além de que a própria capacidade de amar do Garfiel e o entendimento de sua irmã, Frederica, apontavam outra razão por trás das ações dela.

E foi só com esse desprendimento da ideia de que ele era um “fardo” para a mãe que o Garfiel foi capaz de sorrir sem bloqueios porque se sentir amado por quem se ama, ainda mais alguém com quem não se teve a oportunidade de conviver, é…

É incrível, catártico, libertador. E Re: Zero é muito assim, aliás, tenta ser assim o tempo todo e honestamente acho que consegue na maioria das vezes, como conseguiu dessa vez.

Porque, apesar de uma situação que poderia ser mais simples ter se complicado muito, todo esse “imbróglio” fortaleceu muito o personagem do Garfiel, além de ter dado boas vindas a versão 2.0 da Emilia.

Pode ter parecido um pouco rápida, mas a mudança de “tsundere” para “irmão mais novo” do Garfiel simbolizou bem isso, esse peso que ele tirou das costas e aliviou seu jeito “estressado” de ser.

Por fim, a Emilia agiu com o mínimo de coragem e confiança não só por ter seguido para dentro do templo logo após tudo estar resolvido, mas também pela perspectiva de resolver sua situação com o Subaru.

Esse cenário romântico entre os dois com certeza foi favorecido pelo que levou o garoto a quebrar sua promessa com a amada, uma atitude tão simples, mas atenciosa e que demonstrou a confiança dele em seu sucesso.

Não sei se eles vão namorar, não sei mesmo, mas espero que deem vazão aos sentimentos que fluen entre eles e tudo indica que farão isso. De outra forma, por que ela o copiaria na frente da chata da Echidna? Que foi bem chatinha quando apareceu, convenhamos.

Terminar um episódio tão denso com a Emilia se inspirando no crush foi bem legal e se achei a coisa toda enroscada demais, não posso dizer que não gostei das diversas saídas que o Subaru encontrou para deter o Garfiel, assim como convencê-lo de seu ponto de vista.

O que na verdade nem aconteceu de cara, mas era óbvio que todo o esforço seria compensado com a revelação da motivação e dos sentimentos de sua mãe.

Além disso, os outros personagens foram bem aproveitados, teve comicidade e até uma pitadinha de romance no ponto certo.

Tenho que dar meu braço a torcer, foi um episódio denso, mas satisfatório, principalmente por ter sido competente no que de mais importante se propôs a fazer.

Até a próxima!

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