Levante a mão se você é um dos poucos que descobriu a existência do kabaddi por conta da tarada Madoka de Chio-chan no Tsuugakuro e ficou pensando o quão tosco era aquilo. Pois bem, agora temos a chance de realmente entender a grandiosidade desse esporte tão desconhecido, injustiçado e empolgante, através da exibição de Burning Kabaddi – ou Shakunetsu Kabaddi -, quem vem?

Eu confesso que estava bem empolgado com essa adaptação, porque eu queria ver até onde a bizarrice disso aqui podia chegar, dito isso eu saio contente por ver que a minha expectativa positiva não foi traída e o kabaddi mostrado aqui não me fez ter calafrios, ao contrário, me divertiu bem mais do que o previsto.

Olha, como ainda não sou nenhum expert no assunto, vou resumir esse esporte as palavras do próprio vice-presidente do clube de kabaddi, isso é basicamente um pega-pega que tem um quê de baleado sem a bola, só que mais agressivo e intenso – além de ter umas regrinhas especiais que fazem a diferença na hora de jogar.

Algo que achei bem bacana do anime são as explicações simples, mas ainda sim importantes para entramos nesse mundo e comprar essa ideia com facilidade, de modo que fica claro como tudo funciona sem muito esforço. Obviamente que o kabaddi não é tão rebuscado e isso ajuda muito a digerir as informações, mas a direção fez um bom trabalho nesse sentido, sem atrapalhar o ritmo do episódio com muito didatismo.

Gostaria de deixar registrado que o Yoigoshi é um protagonista bem legal, eu simpatizei muito com o seu jeito irritadiço – o fato de ele não suportar outros caras só o torna mais cômico -, e realmente tem coisas na prática esportiva que são um verdadeiro saco, eu concordo com ele em todos os argumentos.

O lado prático e franco do rapaz também é algo com que me identifico, porque sou igual nesse sentido, não fico dando voltas pra resolver o óbvio de forma rápida, é só cortar o mal pela raiz e pá, tá feito, vamos ser feliz – e ele é -, o que foge do clichê do cara que lá no fundo sofre amargamente porque não pratica aquele esporte que tanto gosta.

Achei engraçada a forma como ele rejeita os vários recrutamentos, ao passo em que fica tentando apreciar o seu novo hobby, especialmente porque ele falha miseravelmente em ser um bom streamer e mesmo assim acha que está no auge. Depois de vencido pelo cansaço, ele conhece o diferente clube de kabaddi e é aqui que a coisa começa a andar.

As figuras do clube são divertidas e cada um segue o seu clichê com sucesso e simpatia, com destaque para o vice-presidente Yura, uma figura manipuladora, cínica e hilária. A forma como eles apresentam o esporte embora tenha um ar simplista e cômico para facilitar a compreensão, fica devendo um pouco na animação e aqui vem um dos temores quanto a essa adaptação.

As cenas estáticas são muitas e isso tira um pouco do dinamismo que essas cenas poderiam ter com uma produção mais afiada. Ainda há um esforço claro em tentar criar efeitos de movimento através dos ângulos de câmera e alguns outros truques, mas honestamente nem isso mascara a pouca força da animação – o que deve piorar caso o estudio foque em suas outras produções da temporada.

Mesmo com as limitações visuais, penso que o anime faz um trabalho decente em captar a atenção para esse esporte literalmente único, e trazendo protagonistas legais no processo, fora isso ele deve seguir o padrão de todo anime do gênero, o que não é necessariamente ruim, mas também não ressai se conduzido da forma errada.

Bom, a dinâmica entre os personagens e a originalidade do enredo em si são os seus maiores fortes até aqui, então se a animação não te convence, talvez esses elementos o façam pensar na possibilidade de continuar.

Sejam honestos, quem não acha divertido ver um homem que odeia outros homens – especialmente esportistas suados e musculosos -, sendo obrigado a entrar num clube de um esporte tosco cheio deles, apenas com a ilusão de alavancar sua carreira secreta de streamer? Eu já achei e espero pelo melhor deles e do kabaddi.

Agradeço a quem leu e nos vemos no próximo artigo!

 

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