A animação desse episódio final foi sensacional e a trilha sonora também, como se o MAPPA quisesse deixar a melhor última impressão possível. E deixou, a luta do combo ItaKugi foi excelente, não deixou pedra sobre pedra em mostrar toda a capacidade dos heróis desse shounen de porrada tão divertido. Sem mais delongas, vamos falar do que importa!

Fiquei muito feliz quando a Kugisaki disse que a característica do inimigo casava com a dela porque essa é uma tecla em que venho batendo faz muito tempo. Às vezes o feiticeiro ou a maldição nem é mais fraco do que quem enfrenta, o que pega é o encaixe de características, como um poder consegue anular ou se aproveitar dos pontos fracos do outro.

A ressonância da Kugisaki é o tipo de habilidade perfeita para infligir dano sem contato direito, contato esse que o cara das asas evitou já que queria resolver a parada usando seu sangue. Não foi nada de novo ou forçado o Yuuji conseguir se mover tão bem mesmo estando envenenado, então o destaque fica para a sincronia dos dois que se entenderam sem nem precisar trocar palavras.

O Yuuji teve todos os seus movimentos de ação muito bem animados e tudo mais, mas quem claramente ditou o ritmo do combate e colocou os dois irmãos em xeque foi a Kugisaki, que brilhou sem direito a flashback de passado triste, mas com direito a uma voracidade marcante para uma personagem feminina que pode não ter a personalidade mais interessante do mercado, mas é muito contundente sempre que se faz preciso.

Eu adoro a Kugisaki porque antes de ser fofa ou afável ela é badass, luta e tem coragem para enfrentar e matar uma maldição de nível especial pelas próprias mãos, feito realizado por cada um do trio e que rendeu ainda mais prestígio a eles com os superiores. Infelizmente, a construção toda da personagem, explorando seu background, não foi feita, mas ela teve flashback dramático antes, né? Pensado bem, não carecia de outro.

O Fushiguro é que ainda tinha o passado um tanto nublado apesar de já ter mostrado muito no presente. O que me incomoda é que ela tem menos tempo de tela que os outros dois, mas ao mesmo tempo é de se entender que ela seja o elo mais fraco do trio de protagonistas e que até pelas características de sua habilidade não brilhe em combate como os outros dois, mas o faça dentro de certas circunstâncias.

Deixando isso de lado, não tem o que comentar da luta, foi um show de animação, marra e sincronia que deve ter empolgado até que não gosta do anime. Toda a construção da situação e o drama envolvendo os irmãos acabaram acrescentando peso a essa luta tão bem produzida e que concluiu muito bem a primeira temporada do anime, assim como deu repercussão a sentimento conflitantes nos heróis.

Por quê? Porque existe uma diferença palpável entre exorcizar e matar, por mais que se exorcize uma maldição inteligente. Os fetos amaldiçoados eram filhos de uma humana com maldições e a explicação bizarra do que o antecessor do Noritoshi fez encorpou ainda mais ao desconforto provocado pela situação. Não que as lágrimas do irmão realmente tenham me comovido, mas há de se questionar, né…

Felizmente, a conversa que o Yuuji tem com a Kugisaki toma um rumo interessante e se não tranquiliza completamente ao nosso bonzinho herói, pelo menos o permite uma visão mais realista, mais pragmática, de seus atos, e isso se aproveitando da filosofia do Fushiguro para definir o que dá para fazer ou não. No final, matar não é uma sensação agradável, mas acaba sendo uma escolha inevitável para nossos heróis.

Enfim, deixando de lado uma baita luta que não merece nunca ficar de lado, o Fushiguro foi muito tolinho ao dar o dedo na mão do Yuuji sabendo que o Sukuna materializa uma boca para se comunicar sem trocar com seu hospedeiro. Vou dar um desconto porque ele estava meio atordoado por causa de sua própria luta, mas isso não se faz, talvez esse único dedo adiante o ressurgimento do vilão, quem sabe?

Quando isso acontecer, e isso vai acontecer, Jujutsu deve chegar em seu clímax, afinal, se só o despertar do Sukuna e a presença de um de seus dedos deflagra novos eventos cada vez mais perigosos, o esperado é que se ele voltar a vida completamente haja guerra generalizada. Aliás, meio que é isso o que a facção das maldições quer e interessa aos irmãos, pelo menos ao líder deles, mas todos eram um, né?

Aliás, foi um tanto desagradável o Mahito rir ao saber que os irmãos do seu parça morreram, mas é do Mahito que estamos falando, né? Ele deve ter visto nessa tragédia a oportunidade perfeita para alimentar os sentimentos negativos daquele a sua frente e com isso gerar cenários ainda mais divertidos e caóticos. Temos que lembrar que ele é uma maldição, né, e uma relativamente nova na praça.

Em todo caso, se a morte das maldições mais humanas dessa obra repercutiu entre a facção inimiga, também repercutiu entre os feiticeiros, afinal, respaldou o pedido do Todou e da Mei Mei pela ascensão dos protas e de seus companheiros de quebrada e também angariou louros para o Gojou, como se ele fosse responsável pelo sucesso dos garotos.

Não vou dizer que ele não ajuda, mas é claramente mais mérito deles que desse tutor doidão que ensina no máximo a ser cool e se virar com os pepinos que um feiticeiro precisa descascar todo dia. Ele mesmo apareceu descascando o seu nesse episódio com a investigação do traidor, o qual vai se revelar na próxima temporada (nem dá para considerar isso um spoiler, né) e não acho que vai surpreender muita gente.

Por fim, por que esse episódio final foi melhor que a conta? Porque esbanjou qualidade técnica e também teve um papel minimamente relevante na narrativa, concluiu esse primeiro estágio da história com muito alto astral, mas também como uma exposição bacana do quadro geral do que ocorre no mundo dos feiticeiros e será relevante no avanço da trama. Foi um final que não concluiu nada, mas nem deveria mesmo.

Porque Jujutsu Kaisen é um estrondoso sucesso que ainda vai ter muita animação tanto nas grandes quanto nas médias e pequenas telas de todos os cantos do mundo. E isso tudo devido a qualidade da história, mas também a essa adaptação que só valorizou um mangá tão bacana. Espero que o filme chegue aqui nesse lado do ocidente antes da segunda temporada e aposto que você mal pode esperar por ele também.

Até a próxima!

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