Esse foi aquele tipo de episódio que eu chamo de “transição”, em que não acontece nada de tão destacável, mas ainda dá para aproveitar alguma coisa. Se com relação ao Deku o desenvolvimento ou não desses colegas não agrega tanto, pelo menos foi possível ver alguma coisa bacana sobre um personagem secundário que certamente deve contar com a simpatia de alguns, nosso homem pássaro sombrio, Tokoyami.

Conseguimos vê-lo usando sua individualidade aprimorada, o Deku apareceu bem para explicar do que ele melhor sabe, coisas de heróis, e ainda tem uma rivalidadezinha entre a Yayorozu e a Kendo a ser explorada no prosseguimento da luta. Além disso, ainda nos surpreendemos com as individualidades da galera da turma B, mas como o pessoal da turma A não sabia? É para responder a essas e outras questões que eu estou aqui!

Só eu achei um saco o tempo gasto com reflexão e preparação? Não diria que não era necessário, mas tanto? Ao mesmo tempo, entendo que isso ocorreu para acabar o episódio com algum cliffhanger razoável e alongar o máximo possível o embate. Esse arco nem é tão extenso, mas já que a abertura só diz respeito a ele imagino que terá pelo menos uns 11 episódios. Se a produção estivesse com pressa não faria muita falta…

Retomando a cutucada que dei acima, é sério, como a galera da 1-A não conhece as individualidades da 1-B? Entendo que descrição é uma característica típica do povo japonês vendida a nós ocidentais por intermédio de seus animes e mangás, mas poxa, será que não bateu a curiosidade de interagir com os colegas do mesmo ano? Além disso, estava na cara que uma hora as turmas seriam postas para se enfrentar, né?

Enfim, para servir de cereja do bolo a Midnight teve um ou outro momentinho bem bobo e desnecessário em que tentava trazer um arzinho de erotismo usando sua empolgação com a jovialidade dos alunos para tanto. Não vi muita graça, preferiria, por exemplo, ver o bobo do Monoma enchendo o saco de alguém, até porque já tem pouca personagem feminina no anime e quando tem uma heroína adulta não serve para nada.

Menos mal que a chama da rivalidade foi acesa entre a Kendo e a Momo, apesar de que isso surgiu mais da tentativa de se descolar um pouco uma da outra que de uma competitividade preexistente. Além disso, elas se aproximaram pelo comercial que fizeram, sequer foi salvando a vida de alguém ou batendo em vilão (e as duas têm individualidades para combate), para vermos como as garotas em MHA são subaproveitadas…

Tocando o bonde, o protagonista desse episódio foi o Tokoyami, que pode até estar sendo associado ao Hawks por conveniência, mas se nós pensarmos bem, esse cenário foi bem construído porque o interesse do Hawks no Tokyoyami fazia sentido, como faz a frustração que veio com o estágio do garoto e a maneira como lidou com ela, treinando sozinho para aprimorar sua individualidade, o que é bem a cara do personagem.

Não vou dizer que achei o relato do Tokoyami super interessante, não foi, mas a cena dele no alto do prédio com o Hawks e a conversa deles ali foi bem bacana, além de que, não é porque reclamo da falta de destaque as heroínas fazendo coisas de heroínas que vou achar ruim ver os heróis fazendo coisas de heróis. Não que ouvir uma palavra de alguém mais sábio seja algo heroico, mas acho que você me entendeu.

Acaba que a evolução do garoto pássaro, como de qualquer outro candidato a herói, passa pelo aprimoramento de sua individualidade. Aliás, é com ela que conseguimos ver alguma mudança neles, afinal, dar uma repaginada nos trajes é legal e tudo mais, mas não é nada além de visual. As experiências que influenciam na maturidade necessária para ficar mais forte, no sentido amplo da expressão, são o mais importante.

E tivemos contato com a experiência do Tokoyami enquanto acessamos um personagem recém-integrado a trama, e que já deu indícios de que ainda deve agregar muito a ela. É verdade que maneira como o Kouhei liga as coisas acaba sendo um tanto conveniente, mas narrativamente e logicamente pelo menos no caso do Tokoyami as coisas fizeram bastante sentido e proveram a construção adequada para o personagem.

Antes de finalizar, só queria elogiar o uso do Deku para explicar o que o Tokoyami fez com sua Dark Shadow, que agora não só consegue cobrir uma área bem maior, como também permite ao seu mestre que “voe”. Ver a situação de fora e ser didático como ele foi é bem a cara do Deku, o que foi uma maneira bem melhor de explicar as minúcias ao público que fazer com que um personagem seja bocão e fale demais sem motivo.

Por fim, eu nem falei do Kuroiro, mas o que falar, né? Ele claramente foi pensado para counterar o Tokoyami, então é claro que agiria nesse embate. Não foi nada criativo e entregou que ao menos alguns personagens da 1-B foram criados pensando em contrabalancear com a 1-A. Pelo menos o plano não era tão simples e óbvio e isso exaltou um pouco a Kendo ao mesmo tempo em que apresentou uma individualidade curiosa.

Na verdade, não só a da garota cogumelo, o garoto que tem um balão na cabeça também deve ter uma individualidade relacionada a desenho que só deve caber em combate se for usada com criatividade, o que não só pode exigir um pouco mais do autor, como dobrar a aposta em relação a competição entre a Kendo e a Yayorozu, as líderes de seus times, dando mais espaço as garotas. É uma pena que isso só role em treino.

Até a próxima!

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