SSSS.Dynazenon – ep 5 – Episódio obrigatório de pisci-
Bom dia!
A essa altura já ficou claro os combates são secundários, certo? Quase metade do anime e eles ocupam uma porção menor do tempo de tela e têm sido muito fáceis para os heróis vencerem.
Não que isso seja um problema. Dynazenon tem muitos personagens e eu estou bastante interessado nas histórias deles, o que aconteceu com eles e como eles vão evoluir. É preciso tempo para contar tudo isso.
O que o anime tem feito, e fez muito nesse episódio em particular, é usar bastante linguagem visual, ou de outras formas contar a história sem precisar recitar a história.
Não estou dizendo que as batalhas estejam sendo ruins, ou que não possam vir a ser importantes. Sou capaz de apostar que pelo menos a batalha final vai ser épica e sofrida.
Mas por enquanto nem os eugenistas estão se esforçando.
Quero dizer, pergunte para a Mujina. Em sua breve porém brilhante participação nesse episódio estava mais preocupada em brincar na água do que em lutar com kaijus. Na verdade, o correto é dizer que ela só estava preocupada em brincar na água.
O Onija é o único que leva as batalhas a sério, mas me parece que a seriedade dele é mais competição contra o Gauma do que interesse nas lutas em si.
O inexpressivo Shizumu foi o eugenista que mais apareceu nesse episódio e também o que controlou o kaiju dessa vez. E, para ele, controlar o kaiju pareceu ter sido mais uma obrigação burocrática e tediosa do que algo que ele realmente queira fazer.
Se bem que ele em particular talvez não queira nada. Pelo menos considerando o que ele falou para o Yomogi e a Yume. Aliás, teve uma coisa que ele quis sim: conversar com o Yomogi e a Yume. É como se ele estivesse tentando entendê-los.
Mas mesmo assim, desdenha dos sentimentos deles e de sentimentos em geral, classificando-os como apenas coisas que prendem as pessoas, impedindo-as de ser verdadeiramente livres.
Menos empáfia, mas similar sensação de despreendimento emocional, vem da Inamoto, a ex-colega de escola do Koyomi. Quando estudaram juntos ela era um furacão. Hoje, é funcionária de uma loja de conveniência, bem educada, e que nem sabe porque se casou.
Ela pode não se saber porque está casada, mas no fundo o Koyomi sabe porque mesmo assim aceita compartilhar uma cerveja com ela no meio da tarde: ele gostava e ainda gosta dela. Será que ela nunca percebeu?
A Chise percebe. E ela pode ser diferente do que a Inamoto é e do que a Inamoto foi, mas mesmo assim ela tenta competir pelo Koyomi, e mesmo assim ela coincidentemente acaba emulando a antiga Inamoto pela qual ele se apaixonou.
E tem que prestar atenção na Chise agora porque parece que essa menina está se automutilando. Ou por que outra razão ela entraria na piscina com a manga que ela está sempre usando?
A forma como a cena foi construída não pode ter sido de graça, e a Yume parece ter ficado desconfiada. Se a Yume está desconfiada, eu também estou!
Será que a irmã dela também se automutilava? Explicaria porque ela tem um olhar tão afiado para isso.
Mas esse episódio ao fim e ao cabo foi da Yume, né? De sua investigação sobre as circunstâncias de sua irmã, de seu estado mental, de como ela fica bonita de biquini (…é um episódio de piscina, ué).
E de como ela pode ou não estar começando a se interessar romanticamente pelo Yomogi.
Quero dizer, ela foi indiferente enquanto eles deveriam estar “fingindo ser namorados” segundo o plano infalível do Gauma, e mesmo quando ela agradece o Yomogi com o olhar (na piscina, quando ele segurou sua boia) ou com palavras (depois do combate), pode-se argumentar que ela estava apenas sendo grata mesmo. Não apaixonada.
Mas aquele olhar quando descobriu que a Chise estava dividindo o Dyna-Soldier com o Yomogi foi quase certamente olhar de ciúme. Que talvez nem ela tenha percebido, tão preocupada com outras coisas que está.
Claro que a cara de ciúme o Yomogi não viu, mas viu as demais caras que a Yume fez ao longo do episódio e que não necessariamente significam nada.
Foi também o episódio das patetagens do Gauma.
Que foi engraçado (“Depressa, mas não corram!”, hahaha!), mas não é isso que eu quero falar sobre o Gauma.
Você tem acompanhado meus artigos? Lembra de como eu especulei que o Gauma não apenas conheceu a Kano, irmã da Yume, como foi apaixonado por ela? Pois é.
Nesse episódio ele esteve mais uma vez pensativo debaixo da ponte, em frente a sua “casa”, olhando para o nada ao longe. Exceto que não é para o nada que ele está olhando. Ficou claro que quando ele para naquela posição ele fita a torre da comporta, aquela onde a Kano morreu.
E reparou como o penteado dele visto por trás é incrivelmente similar ao daquele garoto não identificado com quem a Kano conversa e que a Yume viu em vídeo no começo do episódio? Está lá na imagem que eu escolhi de capa para o artigo, compare com essa:
Ou assim, se ficar mais fácil. Não é idêntico, mas se passaram 5 mil anos, ele morreu e ressuscitou, as pessoas mudam um pouco depois de passar por tudo isso, mas é bem parecido mesmo assim:
A Yume é traumatizada com água e ela viu um rápido flashback do que provavelmente era o cadáver de sua irmã boiando no canal da comporta. Se ela realmente viu a cena, o que parece provável, faz sentido que seja traumatizada.
O final do episódio termina com mais coisas sobre a Kano e a sugestão de que ela teria se suicidado, mas vamos com calma.
Em português e inglês a palavra suicídio (suicide) foi cortada no meio pela legenda oficial, para indicar o corte brusco na fala ao final do episódio. Mas em japonês é dito “jisatsu” (自殺), que significa “suicídio“, com todas as letras. Ou kanjis. Você entendeu.
Isso significa que ela com certeza se suicidou? Também não. Só significa que a palavra suicídio não foi cortada. O que aquele rapaz disse foi “Are wa jiko janakute jisatsu” (あれは事故じゃなくて自殺), o que em tradução direta é como estava na legenda, “Aquilo não foi acidente, (foi) suicídio“, mas ele não terminou de falar.
Aquele “foi” entre parênteses não existe no japonês, ele é adicionado pela tradução porque seria o significado se aquela fosse a frase inteira. Mas aquela não é a frase inteira. Eu não estou dizendo que foi isso ou aquilo, só estou dizendo que as opções ainda estão abertas.
Da forma como a frase foi cortada, logo depois de “jisatsu” (suicídio), a única certeza que podemos ter é que ele falou de suicídio, mas pode ser qualquer suicídio, não necessariamente o da Kano.
Pode ser, por exemplo, que alguém a matou e em seguida se suicidou.