The Aquatope on White Sand – ep 9 – Uma dor de cabeça nunca vem só
A Chiyu mal chegou no Gama Gama para fazer o seu treinamento e já deixou um gosto amargo na boca da Kukuru. Como era de se imaginar, a moça não é uma pessoa fácil e a sua chegada embora tenha trazido à tona algumas verdades, também trouxe mais problemas a superfície.
Qual o reflexo que essa passagem relâmpago vai deixar para trás, depois desses dissabores com a protagonista?
Flávio: Pode ser que a nova personagem retorne para aprender as lições que não aprendeu.
JG: Olha, eu confesso que fiquei impaciente o episódio inteiro. A Chiyu é uma personagem muito grosseira e desagradável, tudo bem que entendi um pouco a circunstância dela – e dei razão em dois pontos -, mas no geral, fiquei um tanto incomodado que ela mal chegou ali e desrespeitou educadamente tudo e todos.
Assim como você falou, espero de verdade que ela retorne ou que aprenda sua lição de outra forma, porque uma das coisas que mais me agitou, foi o fato dela já ir saindo de cena sem que sequer entendesse o aquário ou o motivo pelo qual estava nele.
Flávio: Ela é irritante, mas possui qualidades, como inteligência, determinação e esforço.
JG: Achei legal que colocaram diante da Kukuru, alguém com a estrada dela, que também está percorrendo dificuldades e lutando da melhor forma que consegue, porque são pessoas como ela que vão construir o caráter da garota, para fazer com que rume firme pelos seus sonhos, mas que ela é uma pessoa complicada, ela é.
Inclusive, as verdades que jogou na cara da colega foram importantes porque eram coisas que a protagonista vinha ouvindo indiretamente das outras pessoas, mas talvez por isso não tenha dado a devida importância. Ouvir isso de alguém como ela teve um impacto muito maior, especialmente pela intercambista emendar sua argumentação com fatos, coisas que a diretora interina não podia refutar e sim, pensar.
Flávio: A Kukuru também provocou. Nenhuma das duas se comportaram de forma madura, embora a estagiária tenha se saído pior porque agia como se fosse mais madura do que a Kukuru, sendo que o nível de maturidade é parecido.
Se tem alguém de postura elogiável, esse alguém é a Fuuka que agiu conforme o esperado de uma pessoa madura. Ela tentou colocar “panos quentes” no conflito entre Kukuru e a Chiyu.
JG: A Fuuka foi a voz da razão no dia, pois embora entendesse a aflição da amiga, também foi firme em pontuar o erro dela ao ser infantil com a outra. Engraçado que a Chiyu falou sobre a imaturidade, mas a todo tempo mais parecia que aquilo valia para as duas, não só no comportamento entre si, mas especialmente por ambas acabarem se cegando para as coisas ao seu redor.
Quando a moça fala sobre a questão da batalha, a necessidade do estudo na procura pelo trabalho, ali eu acho que foi importante porque casa bastante com o discurso do professor lá no começo do anime – coisa “ignorada” pela Kukuru. Por outro lado, ela perde razão ao não ter a paciência necessária para entender as pessoas e não julgar o que ela não conhece, como fez com o avô da protagonista – não a toa foi corretamente chamada de superficial.
Flávio: O avô da Kukuru parecia só um senhor muito simpático, mas é uma lenda viva quando se trata de aquário. O segredo dele não é o vasto conhecimento técnico, e sim o conhecimento que ele tem sobre as pessoas.
JG: Acho que se a Chiyu tivesse ido para o Gama Gama com a mente um pouco mais aberta, talvez ela pudesse ter entendido onde está o mistério por trás da lenda e mais, teria apreciado a magia do lugar, até porque eu acho que é algo muito próprio dali.
Se todos fossem iguais ele não teria os visitantes especiais que tem, além dos moradores da região que também são fiéis e acima de tudo, atentos ao aquário e tudo o que tem nele, diferente do que ela própria pensou ao não dar a devida atenção as pessoas que estavam ali, ela apenas viu a superfície delas, mas não buscou compreender o que elas fazem ali.
Flávio: Me pergunto se a magia de verdade que o aquário tem a convenceria do contrário. Talvez a convença caso ela retorne, ou nem precise que o sobrenatural apareça para mudar suas convicções.
JG: Acho que influenciaria muito, porque todos que tiveram essa experiência se conectaram ao lugar ou mudaram algo dentro de si, imagino que com ela não seria diferente.
Já aproveitando que o citamos, estou cada vez mais convencido que o Gama Gama realmente “vai pro brejo”, pois não só as insinuações com a construção do novo aquário e as dívidas, mas especialmente o fato do avô da Kukuru já ir colocando na mente dela que é importante ter novas experiências, ir pra outros locais.
Essa conversa já está tendo um certo efeito nela, considerando que começou a pensar se estava com o sentimento correto em relação ao aquário. Nada contra a mudança – até porque isso é bom para o desenvolvimento dos personagens -, contudo eu confesso que gostaria de ver o Gama Gama permanecer até o fim e vencer.
Flávio: Eu também gostaria que o aquário sobrevivesse, mas o fechamento é sim uma possibilidade. Para mim, mais importante do que o destino do aquário é a trajetória que levará ao desfecho do anime. Não importa o resultado, mas sim o aprendizado e amadurecimento que os personagens tiveram.
JG: Partilho desse mesmo sentimento, porém não vou deixar de ficar triste pelo Gama Gama. Do mesmo modo já me questiono o que foi a ligação recebida pela Fuuka, porque o seu teor pode trazer ainda mais drama para a situação já difícil da Kukuru e seu lar, será que é um novo convite para retomar a carreira?
Flávio: Possivelmente sim. Se for tenho quase certeza que a Fuuka rejeitará porque não faz sentido a Fuuka abandonar a Kukuru agora.
JG: Na verdade parando pra pensar na história, não faz sentido nem para o andamento do enredo, já que ele se vende com a união das duas para conquistarem os sonhos, separá-las nesse exato momento não funciona – talvez mais à frente, porém agora não.
Acho que a Kukuru já está bem fragilizada só pela pressão, não a toa aquele final deu uma impressão esquisita, porque penso que ela só vai se deprimir mais diante do novo aquário – ou com muita sorte, vai reagir de vez.
Flávio: A possibilidade do retorno da Fuuka ao “mundo idol” geraria mais um drama, mesmo sabendo que certamente a Fuuka recusará qualquer convite agora.
JG: Com toda certeza seria um dramalhão em cima disso, mas vamos ver para onde vai essa ligação, porque dela pode vir tudo, inclusive nada – de muito tenso para a ex-idol.
Esse final da primeira metade do anime parece que está trazendo a tona todos os focos dramáticos possíveis, pois além do que já vimos e falamos recentemente, algo que está voltando é o mistério da caderneta sobressalente e a possibilidade de a Kukuru não ter sido filha única.
Flávio: É a primeira vez que a Kukuru fala a respeito da caderneta com alguém. Mais que uma amiga, a Fuuka está sendo como uma irmã mais velha para a Kukuru.
JG: O fato é que essas irmãs de coração estão entrelaçadas, independente de que rumo as coisas tomem em relação ao Gama Gama.
Flávio: Quando achei que a Kukuru iria se acalmar, ela vai até a construção do aquário, será uma reflexão ou a garota fará a loucura de invadir o local?
JG: Olha, eu sei que a Kukuru é bem imatura pra algumas coisas, mas acredito que se ela invadir, não deve ser para nada ruim, ao menos para o local. É mais fácil que ela cause dano a si mesma pensando em bobagens ao ver a construção, e como ela está se desenvolvendo rápido – mas se não for assim, será uma surpresa.
A curiosidade agora é descobrir como o anime pretende amarrar os diferentes pontos que criou nessa primeira metade – incluindo o figurante Kijimuna – e qual será o destino do Gama Gama nesse processo de crescimento do pessoal, porque a coisa realmente não está boa para que ele sobreviva.
Agradecemos a quem leu e até a próxima!