O fim de tudo se aproxima. E isso não é apenas eu dizendo, nem o número de episódios nos revelando, isso é a própria história anunciando. Isso, anunciando. Pois é exatamente isso que esse episódio foi, um grande anúncio do fim que aqui se inicia.

Logo de cara esse episódio nos mostra uma introspecção do Patamon junto do TK. Nela o seu velho conhecido, Devimon, anuncia a grande catástrofe pela primeira vez nesse episódio. Ela já foi anunciada antes, de carta forma, e nesse episódio um certo digimon faria isso em definitivo.

Então o que o Devimon fez aqui foi mais dizer que isso iria acontecer logo. Além disso ele deixou claro que o novo inimigo tem uma natureza mais perversa do que qualquer outro. Sua maldade é tanta que até ao mal trará ruína.

A grande catástrofe é, portanto, algo ainda mais profundo do que a velha dicotomia entre o bem e o mal. É a própria existência colocada em jogo, inclusive a do mal. Usando uma analogia, a questão bem e mal nos remete a uma questão de ordem e caos. O mal é aquilo que desestabiliza e traz desordem, já o bem é aquilo que mantém a ordem.

Essa ordem é a harmonia natural das coisas. Harmonia, exato, como em uma música. Mas mesmo uma música desarmônica ainda é música. Já o novo vilão trará o vazio, um mundo musical onde nem sequer uma única nota é tocada. O silencia absoluto, o vazio total.

Isso é o que deve ser evitado, essa é a nova missão dos escolhidos. Ou velha, já que de certo modo isso não apenas é o mesmo inimigo que eles lutam desde o começo, como devemos lembrar que essa é a continuação da antiga guerra.

Muito antes deles adentrarem o digimundo essa batalha já estava predestinada. Aliás, esse é um tema que apareceu muito nesse episódio. O Deathmon teve exatamente essa função, tanto no episódio como na história geral do anime. Aparecendo aqui quase como um cavaleiro do apocalipse.

O que está em total acordo com todo o simbolismo místico e religioso que esse episódio nos traz. A própria grande catástrofe nos remete ao apocalipse, enquanto os inimigos deles se assemelham a demônios.

Quer mais? A própria árvore do conhecimento faz uma referência clara. Mais claro do que isso apenas os dois anjos, que aqui ganharam evoluções para Seraphimon e Ophanimon. Por sinal em uma cena maravilhosa de evolução.

E tão perfeito quanto foi a batalha que se seguiu. O contexto dela a engrandecia, tal como as suas consequências para o futuro da obra. E isso é algo para ser destacado, porque ainda que eles tenham vencido essa batalha a guerra de verdade apenas começou.

O Deathmon foi apenas aquele que veio anunciar a grande catástrofe. O verdadeiro inimigo, a verdadeira batalha só veremos no próximo episódio.

E nela o destino daquele mundo será traçado. Sobre isso, tenho que destacar a importância da cena em que o anime mostra, ainda que apenas de relance, vários digimons que os escolhidos encontraram ao longo de sua aventura.

Isso pois é exatamente esses encontros e acasos que fazem a jornada ter o seu verdadeiro valor. E esse é um ponto muito importante, tanto que parece que toda a questão dos brasões se baseava nele.

Não adentrarei a questão, até porque os brasões ainda não tiveram sua devida conclusão. Ainda me parece que há algo para ser concluído. De toda forma, isso é o que saberemos nos dois últimos episódios que nos restam. Até mais.

Comentários