Amantes de um bom romance açucarado e a dois, se regozijem, pois estreou o anime que aguardávamos. Chegou a hora de acompanharmos uma bela história de amor e porque não, de superação, onde as duas figuras centrais precisam vencer o desamor e os infortúnios que a vida trouxe, para assim construírem sua felicidade.

Taishou Otome Otogibanashi é uma adaptação derivada de um mangá de slice of life e romance que tem 5 volumes, e já está finalizado – podemos esperar uma conclusão. Produzida pelo estúdio SynergySP (Battle Game in 5 Seconds, The 8th Son? Are You Kidding Me?), a obra narra o encontro predestinado entre Yuzu e Tamahiko, dois opostos que agora dividem a mesma realidade.

Tamahiko perdeu a mãe cedo num acidente e também o movimento de uma das suas mãos. Como consequência dessa tragédia, sua família não só lhe abandonou a própria sorte, como ainda criaram um trauma no garoto, de modo que se tornou um morto-vivo – como ele mesmo diz.

Yuzu já é uma figura alegre, bondosa e maternal que é vendida pelos pais para saldar uma dívida e acaba indo parar na casa do jovem deprimido. Daqui para a frente a missão dela é não só ajeitar a própria vida, como também ajudar o futuro marido a sanar seu coração ferido e congelado pelo desprezo que sofreu.

Flávio: O começo é triste, mas com a chegada de Yuzu tanto o episódio como a vida do Tamahiko ganham cores.

JG: Exatamente, eu sabia que tinha um que diferente na história, mas não imaginei que a vida do rapaz fosse tão complicada até a Yuzu mostrar um pouquinho de afeto humano.

No visual isso fica bem marcado, os cenários em volta dele são todos escuros, cinzentos, sem vida e até a estação não colaborou, o inverno estava ali mostrando a frieza do lugar. Depois que a Yuzu surge, tudo ganha vida, o tempo muda, os ambientes passam a ter mais cor porque a luz entra pelas janelas e portas, assim como ela.

Flávio: O Tamahiko está tão “acostumado” com a solidão e o desprezo de sua família, que o comportamento carinhoso da Yuzu não só causa estranhamento como também incômodo porque ele não se considerar digno de receber afeto.

JG: Fico pensando que nele não só tem esse sentimento de não merecimento, como também o de incômodo porque ela retrata uma realidade que ele desconhece, já que apenas vivenciou infelicidade. É meio que aquela coisa de rejeitar o que não compreende, no caso, uma vida com coisas que ele nunca teve contato e não sabe como lidar.

Algo que o personagem deixa notório é que nele há ainda o medo de ser rejeitado mais uma vez, então essa oposição ao carinho da Yuzu é um meio de proteção também, pois já pensou como ele ficaria se ela mudasse seu jeito? É complicado, mas vejo que não deve ser difícil porque embora rejeite, ele sente falta desse afeto.

Flávio: A Yuzu não se incomodou com a amargura vinda do Tamahiko. Ela viu gentileza nele e quer retribuir porque mesmo com tamanha amargura no coração, a garota sabe que o noivo é uma boa pessoa e que irá valoriza-la.

JG: Algo que gosto na Yuzu é a sua positividade e capacidade de dar a volta por cima. O destino dela é algo que deveria ser trágico, já que foi dada a outra pessoa que sequer conhecia e que podia ser horrível.

Naquela época essas práticas do casamento arranjado eram bem comuns, então não havia muito para onde correr – especialmente para as moças -, ainda assim, ela tenta fazer dos limões que lhe deram uma bela limonada. Como ela mesma citou, o medo existia, mas tinha que seguir em frente e assim o fez, com otimismo.

Flávio: Ser vendida para pagar as dívidas da família é muito triste e traumático. Vale lembrar que esse não é um noivado arranjado com o objetivo de manter o status das famílias envolvidas e/ou para gerar herdeiros quando o matrimônio for consumado. A Yuzu foi comprada para ser noiva.

JG: Eu espero que ao menos os pais tenham a dignidade de pedir desculpas a coitada ou que venham ver como ela tem passado, pra demonstrar que se importam com o que é feito dela.

A relação dos dois protagonistas e parte da história me lembrou bastante Shinigami Bocchan to Kuro Maid, tirando alguns detalhes da personalidade de cada um. Acho que no caso do Tamahiko o peso só é maior, porque o Bocchan bem ou mal não tinha sobre si o ódio da família fincado nas raízes.

O bacana desse começo entre ele e a Yuzu é que mesmo com os estranhamentos, eles se esforçam. Ainda não existe amor de qualquer um dos lados – isso inclusive é dito por ela -, mas pelo menos estão tentando construir do jeito deles o que der, já que estarão ligados para o resto da vida.

Flávio: Haja vista a personalidade da Yuzu, capaz dela não guardar mágoa dos pais, e se tiver, ela os perdoará.

Apesar disso, a garota não é tão tapada quanto a personalidade dela sugere. Ela sabia que o Tamahiko estava esperando outra coisa e disse que não estava pronta e que ainda não sabe o que é amar alguém no sentido romântico da palavra. A reação do Tamahiko foi muito engraçada após ela convidá-lo para dormirem juntos.

JG: Achei essa parte ótima, quebrou um pouco a coisa do casal ser tapado demais e não saber o que acontece entre as quatro paredes – ele então me fez rir que só com sua pesquisa de campo. Bom, no geral essa foi uma estreia na qual me diverti bastante e me encantei com a dupla principal. Ele tem os seus problemas e traumas a superar, já ela só tem alegria a levar.

A animação é boa e a ambientação do anime também é bem interessante pra situar esse romance, então ele só tende a melhorar. Já anseio pelo próximo episódio, para ver como a Yuzu vai pentear o coração cabeludo do Tamahiko.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!<!

  1. Eu li o mangá, e digo que se trata de uma obra de arte, para quem gosta do assunto. Não é um Soujo, embora pareça ser um. A narrativa se desenvolve como um drama romântico com momentos bem dramáticos.

    • Oi Peruibense!

      Eu percebi uma vibe semelhante a de Shinigami Bocchan, como falei no artigo, e por aqui já tenho um norte do tipo de romance que pretendem contar. Me pergunto que peso a mais o fator histórico também terá, já que ele é um dos elementos que construiu a base do enredo, por envolver um período onde a sociedade era outra, com outras regras, acontecimentos e por aí vai – vindo daqui a origem do problema da Yuzu.
      Por aí vejo que elogiam bastante o mangá, então estou bem curioso para ver o que farão nessa adaptação.

      Agradeço o comentário e volte sempre pra gente compartilhar as ideias =D.

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