Podemos ignorar os seis minutos iniciais e a esquete da deusa? Podemos, mas só para não passar batido, por que essa insistência com a mãe quando já tem três garotas doidinhas pelo protagonista? É algo que dá uma avacalhada quando o anime até tenta falar sério.

E em momentos distintos a tentativa foi essa, com a Maha abrindo o jogo com o Lugh e com a reflexão dele acerca de seu primeiro serviço. Esse anime certamente não é um primor, mas é inegável que dá o devido peso as suas escolhas. A mãe é a exceção, (in)felizmente.

Não entendi muito bem porque o Lugh teve que confirmar com os próprios olhos, e punhos, a situação das terras governadas por seu alvo, mas se a proposta era mais uma vez pintá-lo como um herói misericordioso (afinal, ajudou estranhos), mas nem tanto, tudo meio que se encaixou.

Só não compro muito a jornada porque isso expõe ele de uma forma desnecessária, não que o anime vá explorar isso até seu fim, até porque ele não pediu a ajuda da Maha e ela não deu a letra? Era óbvio o que aconteceria, o episódio só enrolou demais até esse desfecho.

Tanto que a única coisa de interessante que aconteceu no meio foi a conversa da Maha com o Lugh, e ela nem demorou muito tempo, apenas teve um conteúdo interessante se pensarmos em um questionamento que fiz anteriormente e a própria concretização do óbvio: o harém.

A diferença para os outros isekais é a forma bem explícita como a Maha abordou o assunto, expondo não só que o Lugh ia a bordeis para se “aliviar”, mas que o deseja, que a Tarte o deseja e que, muito sagazmente, nem ela nem a amiga achariam ruim serem amantes.

E aqui não faço um elogio ao harém em si, mas a malicia da personagem, que sim, há alguns episódios mudou da água para o vinho, de um episódio para o outro, mas acabou sendo melhor assim, pois ela age na lacuna de inércia do protagonista e deve propiciar o enlace esperado e, sejamos honestos, devido.

O mundo de fantasia dos isekais é outro em diversos aspectos, além de que, na boa, o Lugh não é pintado como o homem mais maravilhoso do mundo à toa, né, é para seduzi-las. A própria distância que ele coloca entre elas, com a justificativa de serem da família, acaba as atiçando é mais.

Porque, pensa aqui comigo, não é muito mais sedutor alguém que é difícil de conquistar do que alguém que está correndo atrás de você? Se fazendo de difícil ele só deixa elas mais doidinhas, e no final elas vão todas usufruir da companhia dele em todo e qualquer “aspecto”, a gente sabe disso.

O elogio mesmo é a não hipocrisia, a não apatia, na forma de tratar o harém, que vai se desenhando cada vez mais a cada episódio, mas não por interferência vergonha alheia da mãe e sim por causa da ousadia da Maha. O Lugh tem o corpo de um adolescente/jovem adulto “saudável”, então…

É só questão de tempo até que ele case com a Dia e tome a Tarte e a Maha como suas amantes. É só questão de tempo até que ele mate o herói, mas isso não deve acontecer nesse anime, só se houver uma segunda ou terceira temporadas. É só questão de tempo para ele se arrepender?

Não, pois agora ele é um assassino que reflete sobre o peso de suas escolhas, que não se esconde por trás de terceiros. Lugh não deixou de ser quem era, mas tentou fazer disso algo “bom”. Além disso, ele demonstrou fraqueza e foi consolado pela Tarte, homem mais equilibradamente perfeito não há.

Até a próxima!

Como uma mãe, como uma deusa

Comentários