takt op.Destiny – ep 12 final – Ode à Alegria
Me apaixonei pela abertura e pelo encerramento, então foi reconfortante vê-las pela última vez nesse último episódio que me deixou com impressões mistas, mas sentimentos convictos sobre a mensagem de amor a música que takt op.Destiny é, ainda que por notas “tortas”.
Dessa vez tivemos um show de animação fluída e com direito a pancadaria que eu queria ver, mas no fundo não pensava que fosse acontecer da forma que foi, com a Destino baixando o cacete na Orpheus e conseguindo a fórceps derrotar sua antagonista.
Teve até direito a chute bem dado do Takt, e se você me perguntar o que achei da heroína ter ficado para trás, deixando o Takt seguir debilitado, de começo eu não engoli bem. Mas depois, vendo como ele conseguia usar algum poder em si, e a expectativa de só ter o Sagan lá, eu entendi.
Inclusive, o que acontece no final com a Destino pode até ser justificado por isso, pelo poder que ela precisou usar para vencer sua adversária, o que a fez se esgotar ou faria ela sugar ainda mais da vida do Takt para continuar vivendo, tornando seu desfecho compreensível.
Mas antes disso, queria falar dos vilões, do Sagan e da Orpheus. A segunda acreditava na ideologia questionável de seu Maestro, o primeiro tinha uma ideia meio maluca. Sacrificar uma parte por um todo é algo no qual até vejo alguma lógica, mas seu auto sacrifício me surpreendeu.
Além disso, jogar o flashback para “justificar” tudo isso não me soou bem, parece que pensaram primeiro na premissa, nos D2s, nos heróis e só aí pararam para bolar um conflito, que transcorre pela narrativa, mas em nenhum momento toma forma, e quanto toma, soa até bobinho.
Pois se pensarmos na fragilidade do Sagan, que só tinha a Orpheus para protegê-lo, e em como foi facilmente derrotado, fica ainda mais difícil não sentir uma desconexão entre suas ideias e seus atos. Honestamente, a aversão que o Felix tinha pela música me pareceu motivação melhor.
Odiar música é algo incomum, mas que você consegue imaginar razões para tanto, esse nível de “abnegação” do Sagan é só loucura. Fosse só ele, no máximo ele e a Sinfônica a se sacrificar, seria uma coisa, mas querer apagar o Japão junto com os D2s não agregou nada a trama.
Para não dizer que nada se salvou, o Ode à Alegria que o Sagan cita (um clássico do Beethoven, que inclusive é o hino da União Europeia) e a própria ideia que o Takt reforça em sua resposta ao vilão, de que a música deve ser preservada e vale a pena lutar por ela, foram boas sacadas.
A título de curiosidade, o final da Orpheus, que pareceu petrificada, foi uma referência ao personagem mitológico de mesmo nome? Porque a Euridice, a amada do Orpheus, é petrificada no mundo dos mortos. Aliás, a Orpheus não parecia mais a Inferno, que a Paraíso, repaginada?
Deixando esses detalhes de lado, agora posso focar nos protagonistas: Takt, Destino e Anna. A conversa “padrão” dos dois deitados na areia da praia e a delicadeza com a qual a Destino beija o Takt e se declara para ele, se despedindo após ouvir a melodia que ele compôs, foi arrebatador.
O fato do anime ser uma prequel para um jogo mobile no qual a Anna assume o papel de Destino não minimiza a potência desse trecho, assim como da relação construída entre os dois, pois havia várias formas diferentes de chegar ao mesmo resultado, mas escolheram uma excelente.
Foi emocionante ver a Destino se despedindo e levando com ela qualquer resquício de esperança de rever a Cosette. Aliás, naquele final é a Destino ou a Cosette falando? Quero acreditar que era a Destino, pois a gente já sabia dos sentimentos da Cosette e a Lotte diz que ela se foi.
O que a gente não sabia, ou melhor, o que a gente ainda precisava ver com os próprios olhos, era a Destino externando o que sentia, e a gente fez isso. A única coisa que me incomodou nesse final é a falta de explicação de detalhes a cerca da mecânica que cerca a existência da heroína.
Mas foi pouco, pois também entendo que deixar esses mistérios para serem respondidos no jogo faz sentido comercial, ainda que deixe um buraco na narrativa. Além disso, esse final foi pura poesia; trágico, mas tocante; à deriva, mas maduro. Será que só não nos basta apreciar?
Mesmo que a justificativa comercial prepondere, acho que se precisa de coragem para fazer um final como esse que takt op.Destiny teve, tanto que vi muitas reações ruins ao final da trama nos comentários da Crunchyroll, e imagino que muita gente de fora dali compartilhe dessa opinião.
Eu não compartilho porque já esperava por algo assim, achei o final tocante, me emocionei de verdade. Além disso, me emocionei ainda mais quando o episódio acabou e só restou na tela o logo da produção, cuja frase em alemão no título é mais uma homenagem a Beethoven.
Von Herzen, möge es wieder zu Herzen gehen (Que do coração possa voltar para o coração)
Devo confessar que chorei, chorei horrores, por entender que simplesmente por ser música há um peso tão grande, mas tão grande em proteger esse tesouro que não consigo dissociar takt op.Destiny das minhas emoções mais profundas. Proteja a música como o Takt e a Destino fizeram.
Até a próxima!
P.S.: Sim, o anime acabou sem os D2s serem exterminados, mas se é uma prequel para o jogo não fazia sentido outro desenrolar, né? Além disso, a ideia de derrotar essa ameaça sem sacrificar vidas, sem sacrificar melodias, foi o caminho mais sensato. Não há nem do que discordar.
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