Twice sendo pintado como anti-herói, pode isso Arnaldo? Pode, e não gosto muito, mas ao mesmo tempo entendo apelar para essa construção de vilania mais “amena” com a galera da União, ainda mais se pensarmos em seu líder, Shigaraki, e o passado complexo que ele carrega. Quanto ao Twice, ao ver a m*rda ser jogada no ventilador é claro que ele reagiria, dobrando as dificuldades que se amontoavam ao seu redor.

Dado o extremo estresse pelo qual passou e sua “leve” inclinação a loucura entendo o Twice quebrar a promessa que fez para si mesmo, e não só isso, amplificar seus poderes como nunca antes havia demonstrado na trama. Até aí tudo bem, a observação que tenho a fazer sobre seu passado e seu presente se refere a direção, que mais uma vez não fez jus a qualidade do mangá e entregou algo quase “protocolar” ao público.

Faltou mais violência e ainda mais loucura ao flashback do Twice, coisas que inclusive ajudariam a ilustrar melhor a instabilidade psicológica do vilão. Aliás, vilão? Ter virado órfão por causa de vilões e não ter recebido qualquer tipo de apoio psicológico para não se deixar tomar por sua individualidade fazem com que o cara pareça mais um paciente da ala psiquiátrica que um vilão exatamente. Além disso, a lealdade aos amigos…

Pode irritar a alguns e agradar a outros. Eu fico em cima do muro, afinal, não acho ruim que exista lealdade mesmo entre os piores elementos, coisa que os elementos da União nem são. O fato é que o Twice teve motivo para virar o jogo na base da quantidade, não exatamente qualidade, com o tipo de ações que, ao menos nesse momento, tornam praticamente inútil a interferência do Gigantomachia, apesar de que o Shigaraki…

Se o Twice foi o protagonista da vez, o Shigaraki foi o segundo, e ficou bem claro que ele terá um episódio de origem da próxima vez, que o Re-Destro não deve ser um adversário fácil e que sim, o Gigantomachia pode ajudar aí, a desequilibrar um embate equilibrado entre perfis distintos de vilões, pois enquanto Re-Destro sequer se considera um vilão de verdade, o Shigaraki veste a carapuça e deseja subverter o sistema.

Se isso é o mesmo que o Exército da Libertação quer, então por que não se entendem? Porque há diferenças enormes de pontos de vista entre eles, de ideologias, modus operandi, valores enquanto pessoas e agentes modificadores da realidade em que estão inseridos. A causa do Exército é maior, mais impessoal, depende menos dos indivíduos que a compõem, enquanto na União não, cada um está lá por suas razões.

Por isso aparece um Twice comprando a briga pelos outros ou um Spinner se preocupando com o Shigaraki mesmo em constante conflito sobre a natureza dos atos da organização em que está. Resumindo, o pessoal da União consegue tirar poder “daquele” lugar porque são praticamente uma família (oi Esquadrão Suicida de 2016, é você?), coisa que não me agrada muito, mas também não vejo como poderia ser diferente.

Por fim, o Mister Mãozinha mais uma vez deu uma demonstração de seus poderes, derrubando um prédio enorme com a mão, gerando um hype monstro para o próximo episódio. Infelizmente, digo e repito, a adaptação está bem aquém do que poderia, e ainda esquecendo o mangá, acho que o anime poderia estar melhor. Vão correr para dar tempo de fechar em três episódios, não devem mesmo fazer jus a Academia de Vilões…

Até a próxima!

P.S.: Sadman’s Parade deve ser uma referência a algum quadrinho que eu não estou achando. Se souber, escreve aí nos comentários, por favor.

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