Cadê um Cain quando se precisa matar um Abel, hein? O pior é que nem foi inesperado o interesse “romântico” do Abel na Fena, mas confesso não ter me atentado a essa possibilidade antes. Mas mais importante que isso nesse episódio com certeza foi a exposição das circunstâncias dos goblins e a escolha posta a mesa para a Fena. O mar cerúleo ou as nuvens chuvosas? O Abel ou os goblins? A resposta a gente já sabe, mas…

Falando em goblins, só eu curto a verossimilhança da caracterização deles? Digo, eles não são os mercenários cruéis que os boatos vendem, e diria que mesmo isso é legal, não acho que todo boato da antiguidade é 100% verdadeiro, não mesmo. Quanto as suas ações, eles têm um código de ética claro, não matam crianças ou mulheres, assim como não cometem (ao menos não muitos) erros bobos e agem como o que são.

A sacada para emergir a superfície foi bem legal, mas esse momento nem se compara a conversa que o Shitan tem com o resto do grupo, trazendo a mesa várias considerações bem interessantes sobre o papel do grupo na jornada. Honestamente, bobo fui eu que cai na conversinha de acordo entre clãs, não parece o tipo de coisa que moveria mercenários a fazerem tanto por uma garota frágil e sem muito para dar em troca.

Mas claro, imagino que eles respeitem palavra dada e tudo mais, mas não há nada de errado em criar uma aliança com um ou outro interesse a mais que o dito, por isso não vejo problema no que o Shitan revela e nem mesmo no protocolo que ele passa ao grupo. É duro não resgatar uma “companheira” de viagem, é, mas é mais realista do que seria todos quebrarem os protocolos ou mercenários agirem por amizade e não razão.

Porque por mais fantasioso que o tesouro, a espada, possa parecer, ainda é racional procurá-la a fim de obter mais poder, coisa que um pequeno território precisa, ainda mais após cruzar caminho com peixe grande da marinha inglesa. Nesse mundo cão em que vivemos desde sempre essas circunstâncias que envolvem os goblins realmente fazem mais sentido do que sabíamos deles, e nos fizeram desconfiar, episódio passado.

Enfim, mas tem uma figura que não segue o protocolo e parte para resgatar a Fena, esse é o Yukimaru. Tinha que ser o Yukimaru. Por quê? Lembra do que venho comentando desde o primeiro artigo? O Yukimaru se culpa pelo que aconteceu com a Fena, precisar deixar a garota à deriva, os dez anos de distanciamento, o problema em que ela se encontra; a urgência dele em não sair mais do lado dela é enorme.

Por quê? Obviamente porque a ama, e é recíproco, a gente sabe disso. Então sim, se tinha alguém que poderia, diria até que deveria, bater de frente com seu superior a fim de proteger a Fena, esse alguém é o Yukimaru. E aí entra a adiantada luta dele contra seu mestre, Kei, que vou me espantar se não acontecer, ainda que fique em um nível raso, que ele não se torne um alvo, afinal, seria mais legal a viagem com todos, né?

Agora, isso também depende da Fena, que precisa escolher entre seguir viagem com o Abel ou com os goblins, e se eu entendi bem, o mar cerúleo e as nuvens chuvosas se tratam justamente disso, dessa escolha. Mas como o Cody (ou é a Cody, lesei e não percebi se é moço ou moça?) diz, isso não é algo só da Fena, então imagino que tenha a ver com o lugar em que ela viveu, o tal bordel, é a conexão deles (ou delas).

Já a conexão da Fena com o Yukimaru vai além do interesse dos goblins ou da necessidade da moça. Imagino que no próximo episódio ela será devidamente resgatada, mas realmente será legal se ao menos ela aceitar esse cenário antes que ele se apresente a sua frente. Não vejo a Fena lutando e ajudando muito o Yukimaru, mas a vejo estreitando seus laços com o rapaz ao escolher ele e não Abel, a escolha óbvia, convenhamos.

Por fim, quem é Helena des Armoises? La Pucelle ou Joana D’Arc? Não, né, essas são apenas formas diferentes de se referir a mesma pessoa, a heroína da guerra dos cem anos. O Abel é inglês, né? A guerra foi entre quem mesmo? Não era Inglaterra e França? Isso deve responder porque a Joana D’Arc escondeu que teve uma filha. Além disso, por que a Fena é a chave para “todos os tesouros”? Isso que é síndrome de protagonista…

Até a próxima!

P.S.: Quanto a pirata ciumenta, a cena dela e a forma desprezível como foi tratada pelo boçal (para dizer o mínimo) do Abel deu bem a letra sobre quem ele é e o que a Fena é para ele. Eu só queria entender por que ele também a quer como esposa (foi o que aparentou o tempo todo nesse episódio), é só porque são da mesma raça? Ela é bonita, mas sério que precisa ser ela? Não bastava ela o levar as riquezas? Homens podem ser tão asquerosos, não é mesmo?

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