Como sempre nas gerações ditas “oficiais” de Love Live!, a ideia para salvar a escola é atrair novas alunas. Essa é a melhor saída mesmo, a questão toda era por que não unir o útil ao agradável fazendo isso através do trabalho de idol, que está na moda no Japão desde tipo sempre? A explicação veio e apesar dos clichês e outros pontos de incômodo posso dizer que gostei. E teve música, né. Posso converter você também?

O descontentamento das alunas do curso geral fazia todo sentido e não foi inesperada a intervenção da Kanon, ou a tentativa disso, pois se tem algo em que a protagonista é boa é em tentar encabeçar coisas seja por imposição ou boa vontade, ainda que não demonstre tanto preparo. Mas, claro, tira de letra na hora H. Nada diferente de todo Love Live!, as heroínas de cabelo laranja são programadas para isso, não tem jeito.

Enquanto a presidente do conselho queria porque queria acabar com as idols e salvar a escola, sem se tocar de como seria mais fácil fazer isso com elas. Ao menos a Ren apresentou um argumento plausível dessa vez, pois, por mais que seja mais emocional que racional, não fazia mesmo sentido ela investir em idols escolares com a impressão de que a mãe se arrependia de ter buscado essa saída para salvar a escola anterior.

Aliás, a mãe da Ren é uma integrante da Aqours de um universo alternativo? Porque, né, em ambos os casos o projeto de idols escolares não foi capaz de salvar a escola. Menos mal que ela criou outra escola meio que continuando o legado da qual ela fazia parte. Mas parece que mexer com educação no Japão não tá dando nem para pagar as contas, então voltamos ao clichê do qual Love Live! não consegue se desprender.

Nada a acrescentar sobre os registros, mas sobre a chave para o baú, olha, foi uma saída bem clichê e até fácil de imaginar, mas acho que deu para o gasto sim. Digo, nesse tipo de anime é quase impossível as coisas não darem certo (por isso foi uma surpresa a trollagem que fizeram com a Aqours) ou darem certo de formas incomuns. Tudo que era preciso para resolver a parada já estava em tela, só não víamos.

Mas é claro que isso tinha que ser usado para, mais uma vez, enaltecer a Kanon, que, meu deus do céu, como conseguiu gravar todo aquele discurso da mãe da Ren, ou será que ela que se inspirou nas fotos e falou no ato? Me pareceu memorizado, hein. De toda forma, e com certa boa vontade, vimos um clímax bem decente para um problema que ao meu ver, mesmo com a cabeça dura da Ren, só rendeu o que podia.

Tirando aquela cena dela na infância com a mãe a dizendo que ter sido idol escolar foi a grande quintessência da vida dela (aí forçaram um pouco demais ou a Ren que é muito esquisita por lembrar disso só quando convém), o resto, inclusive o choro da presidente, foi bem de acordo. Repito, para quem valorizava tanto o legado da mãe, que era a escola, seria contraditório demais insistir em uma lembrança amarga para ela.

O problema é que era justamente o contrário, a mãe dela adorava ser uma idol, e não dá para engolir muito a filha não saber disso. Além disso, a relação dela é tão ruim com o pai (e era do pai com a mãe) para ela não conseguir essa informação com ele? E a empregada de pintinha fofinha? A diretora que era fangirl da mãe? Sério, de duas uma, ou Love Live! força muito um problema ou a sociedade japonesa que é o problema.

Porque não deveria ser comum a garota não se abrir com ninguém sobre isso, tendo feito apenas quando não tinha mais jeito, quando as idols já se mexiam para ajudá-la. Mas sim, por ser um anime, e por a coisa não ser de percepção tão clara (a Kanon mesmo demorou um pouco para se tocar) eu consigo engolir esse desenrolar, consigo até gostar dele, mas isso pelo que impactou na Ren, que queria proteger o legado da mãe.

Por fim, foi só eu que percebi a leve queda na qualidade da animação? Algo normal para meio de jornada, e nada muito preocupante para a franquia. O empurrãozinho do vento na hora do convite foi o último detalhe “diferente” que notei nesse episódio, pois todo o resto transcorreu como eu previa, mesmo a escolha do centro ou o esforço das alunas. Foi lindo. E “Wish Song” é a cara da Ren, até superou minhas expectativas.

Apesar do meu tom áspero em alguns parágrafos do artigo, não tem jeito, não consigo não me deleitar com um episódio desses em que o espírito de Love Live! pulsou tão forte, mesmo sabendo que muito desse espírito é um enlatado de clichês. Ademais, elogio a suavidade e até “maturidade” com a qual a Ren não insistiu na intransigência após terem mostrado a ela o caminho. Mas aí seria demais também, eu sei.

Com todas devidamente apresentadas e integradas a dinâmica de idol escolar o que resta para esse anime é perseguir o objetivo comum de toda geração: salvar a escola. E como sempre o evento Love Live! será a resposta natural a qual elas vão chegar, afinal, são todas idols escolares. Dessa vez a cidade ser urbana, e não interiorana como é Uranohoshi, vai ajudar? Eu espero que sim, pois desejo esse outro clichê.

Venha ser uma idol escolar você também!

Até a próxima!

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