RBWY: Ice Queendom (ou RWBY: Hyousetsu Teikoku, como preferir) é a nova versão animada da franquia estadunidense. Agora, 9 anos depois de seu lançamento, a obra tem muito o que nos contar e eu estou aqui para comentar um pouco sobre a franquia como um todo e claro, os episódios de estreia.

Antes de mais nada, acho interessante comentar sobre a franquia logo de cara, afinal, vejo que há muita gente perdida sobre esse pequeno grande detalhe sobre o anime. Aliás, vou usar o termo anime para a versão japonesa e animação para a versão estadunidense para facilitar, ok? Dito isto, vamos lá!

Uns anos atrás teve um vídeo que rodou as redes sociais e recebeu atenção e elogios por conta de sua animação. Ele foi a minha porta de entrada para esse universo que no começo parecia simples, mas com o passar do tempo vai mostrando ser muito mais complexo e interessante do que o imaginado.

Aliás, o trailer em questão é uma espécie de apresentação da nossa protagonista, Ruby Rose. Inclusive ela não é a única protagonista, mas de sabe como é né: ela leva o nome da obra. Enfim, o legal é que cada uma das protagonistas centrais, Ruby, Blake, Weiss e Yang tiveram seus trailers, nomeados pela cor que representa cada personagem (red, black, white e yellow).

Outro detalhe interessante sobre esses trailers é que eles foram utilizados no anime (exceto o da Yang) pois de certa forma fazem parte da história. O da Yang acabou ficando de fora dessa adaptação e sinceramente não vai fazer falta. Não é ruim, mas ele não acrescenta em nada na história ou sobre a personagem.

Sobre a franquia, ela começou há 9 anos e nesse tempo muita coisa já aconteceu. Daqui já saíram 2 jogos, sendo 1 mobile –  Rwby Amity Arena (que infelizmente não deu certo) e outro para computadores, RWBY: Grimm Eclipse, presente na Steam. Já a animação conta com 8 volumes e já tem data para o lançamento do nono volume em 2023.

Também houveram algumas tentativas de embarcar no mercado japonês. O primeiro foi um mangá que durou apenas 1 volume e 12 capítulos. A história conta com eventos que antecedem a animação, inclusive. A outra tentativa veio 2 anos depois e foi uma antologia que contou com a participação de vários mangakas.

A última e talvez a informação mais importante sobre a franquia é sobre seu autor, Monty Oum, que veio a falecer em 2015. Na época houve um grande temor sobre a continuidade da animação, mas acho que dá para saber que felizmente ela continuou apesar dessa perda irreparável.

Agora vamos focar na animação, afinal, ela é o começo de tudo. Foi lançada em 2013 pelo estúdio Rooster Teeth e como mencionei acima, ela tem 8 volumes lançados até aqui. Esse termo, “volume”, é a forma como eles chamam cada temporada e confesso que isso pode confundir um pouco quem for assistir o anime e conferir a versão original.

O motivo para isso é a forma que estão adaptando. O anime em seus 3 episódios trouxe eventos do volume 1 e dos trailers das personagens principais. E talvez você pense que há um grande problema em adaptar 15 episódios e 3 trailers em apenas 3 episódios, certo? Pois bem, aí é que tá: os episódios da animação são curtos.

Para se ter uma ideia, os maiores episódios são os finais, com 10 e 15 minutos, respectivamente. Todo o resto tem entre 4-7 minutos de duração. Ah, e isso muda já no volume 2, visto que os episódios passam a ter em média uns 15 minutos (exceto o episódio final que costuma ser maior). Ainda assim, os 3 episódios do anime cortaram muita coisa e mudaram alguns eventos.

Alguns desses cortes eu acho que não deveriam ter feito, porém, talvez eles sejam usados posteriormente. Por outro lado, teve muita coisa “inútil” que foi tirada, algo que é bom pois evita tirar o foco daquilo que realmente importa.

No geral a história foi meio corrida e muitas explicações e até desenvolvimentos que são importantes foram cortados. Como disse antes, talvez eles sejam colocados futuramente, porém, num primeiro momento a falta desses conteúdos causou alguns problemas.

Um exemplo mega simples e fútil está na cena em que a Weiss leva uma xícara de café para a Ruby. Ela leva o café que a Ruby gosta (algo bem específico), porém, somos obrigados a entender que houve uma conversa entre as duas onde essa preferência foi revelada. Na animação a Weiss pergunta antes de levar essa xícara.

Tivemos também cenas de lutas que na animação foram realmente interessantes e aqui o anime se limitou a mostrar um simples frame com tudo explodindo. Mas ok, não vale a pena ficar juntando diferença por diferença, pois no final das contas a obra vai acabar sendo diferente e não só por conta do formato.

É uma adaptação que visa outro mercado e por isso é normal que as diferenças sejam tão frequentes e talvez gritantes. O orçamento, inclusive, parece ter sido outro fator determinante aqui pois a animação foi instável em diversos momentos, o que não é um problema para ser sincero. A versão original é mais curta e totalmente em 3D, o que acaba “facilitando” muita coisa. No fim, o que não dá é termos acontecimentos sem pé e nem cabeça.

No final das contas a adaptação ainda tem muito o que mostrar e por isso não dá para tirar conclusões. Recomendo fortemente que vejam o original, pois lá dá para ter uma dimensão maior sobre alguns aspectos.

A obra está disponível na Crunchyroll, porém, eu recomendo que assistam pelo site Rwby Brasil. Sim, não é o ideal sair recomendando meios não-oficiais, porém, o trabalho que ali foi feito é digno de nota. Tudo está devidamente legendado (contando com abertura e encerramento), eles tem links para que você tenha acesso as músicas de cada volume lançado até aqui (exceto o último) e outros vídeos especiais.

Esses vídeos especiais são mega interessantes pois falam sobre a produção da obra, explicam alguns aspectos do mundo em que se passa a história (esses são obrigatórios, inclusive) e tem até um tributo ao autor. Ah, não podia esquecer da animação em formato chibi que possui 3 temporadas e é bem divertido.

No mais, caso tenha alguma dúvida, não hesite em comentar! E vejam o original, é sério!