Spy x Family era o anime que mais esperava no ano de 2022. E ele cumpriu as expectativas? Sim e não. Por quê? Porque, se a Anya foi de longe minha personagem favorita do ano, e adorei o Loid/Twilight também, por outro lado sinto que o anime poderia ter sido melhor.

Ainda assim, foi muito bom, me agradou em muitos pontos, me divertiu e entregou um deleite de fofura e emoção envolvendo a formação de uma família de mentirinha que a cada episódio vai se tornando mais e mais de verdade. Vamos falar dessa família de espiões?

Na verdade, dessa família de um espião, uma assassina, uma telepata e, como última adição, um cão que vê o futuro. Spy x Family usa desses padrões para contar um tipo de história muito antiga, mas que nunca fica velha, de como o convívio nos muda e muda ao nosso próximo.

Por conveniência o maior espião de Westalis, um país ao leste da hostil Ostânia, adota uma criança órfã a fim de criar uma família para pôr em prática um meticuloso plano em prol da paz. Esse espião é Twilight (e Loid é seu novo nome), enquanto a criança é a Anya (uma telepata).

Mais tarde, e mais uma vez por conveniência, a assassina Yor (que trabalha como funcionária pública para manter as aparências) se junta a família fazendo de mãe/madrasta e completando aquilo que poderia ser um grande problema, mas acaba se tornando a grande solução.

Por quê? Porque a Anya é um amor, muito fofa e atrapalhada, tanto que ela contrasta bastante com as outras crianças da história, que tentam ser maduras, adultas, enquanto ela quer apenas ser feliz. É claro que ela tenta ajudar o pai em suas missões, mas é naturalmente estabanada.

Sim, uma história não pode ser apenas fofura, caras e bocas e comédia. Aliás, até pode, mas não quando se propõe a ser minimamente séria com suas pitadas de drama, afinal, os três integrantes da família são, de alguma maneira, desajustados e precisam uns dos outros para viver.

Mas afinal, Spy x Family só funciona por isso? Eu acho que não, mas com certeza a Anya é a âncora que segura o navio, pois é seu poder que move a história e propicia momentos únicos que só poderiam mesmo ser proporcionados por uma criança “serelepe.”

É ela quem concatena os núcleos e dá vigor ao desenvolvimento dos outros personagens, ainda que as missões do pai não partam dela, mas se pensarmos que na maioria das vezes ela o ajuda (ainda que o atrapalhando um pouco) e seu desenvolvimento a acompanha, então sim, a Anya é vital!

Infelizmente, nem tudo são flores e se há algo em que o anime (não vou falar do mangá, pois estou atrasado nele) falha é em dar dinamismo a sua trama, muitas vezes segurando o desenvolvimento de seus personagens, andando em círculos e explorando mais a simpatia da heroína.

Por exemplo, personagens importantes como Yor e Becky (a melhor amiga da Anya) demoram a brilhar no anime, com a segunda tendo mais espaço apenas na reta final do segundo cour, enquanto a primeira some por vários episódio e depende da Nightfall para voltar a brilhar.

Se o anime fosse um pouco mais enxuto, objetivo, talvez a sensação de que os personagens e as relações que desenvolvem entre si demoram a engrenar sumisse. Contudo, isso não acontece, o que não estraga a diversão propiciada, mas pode irritar pessoas menos pacientes.

A mim agradou em momentos e desagradou em outros, principalmente porque mesmo com isso bons desenvolvimentos ocorreram, como o do Damian com suas questões familiares, que se ligam diretamente com o plot principal, e do pai da família, Loid.

Ele é um personagem que resolve todos os problemas, mas a vulnerabilidade que apresenta em vários momentos ao longo dos 25 primeiros episódios (filme e segunda temporada já foram confirmados para 2023) dá toda a pinta de que ele está mudando por causa da família.

Que é o caminho para a paz? Eu diria que sim. O último episódio da primeira temporada “pinta” o vilão e nos lembra que Spy x Family é um anime de família, mas também de espionagem, nos deixando com o gosto de que é através dos Forger que eles chegarão a paz mundial.

Até a próxima!

Comentários