Just Because! – ep 12 final – Preparar, apontar, já!
Se tudo tivesse acabado exatamente como eu imaginava, haveria algo de errado, porque a vida real nem sempre dá certo como a gente quer, e mesmo quando dá geralmente as coisas não acontecem como a gente espera, não é mesmo? Entendendo que reviravoltas e surpresas fazem parte da vida, esse anime conseguiu entregar um belo e realista final para a sua história. Well, just because!
A primeira coisa importante a se pontuar sobre esse episódio é que o seu desfecho foi como o esperado, o casal principal ficou junto, a garota mais legal foi rejeitada e o outro casal se manteve próximo, o diferencial dele foram as constantes quebras de expectativa que confirmaram o que eu falei acima. Existe mais de um caminho para a felicidade e nem sempre o caminho que queremos vai ser o que vamos conseguir tomar por vários e vários fatores – às vezes fora do nosso controle.
No episódio passado dei como certa a concretização dos objetivos dos três personagens principais e acertei com a Natsume – afinal, ficou óbvia a sua aprovação –, mas fui completamente “tapeado” quanto aos outros dois, um que acabou dando certo de uma forma “torta” e o outro que não deu certo e abriu um leque de possibilidades um pouquinho mais interessantes para o anime – ou que conseguiriam prolongar mais o enredo até a última cena. O legal disso foi que vimos três formas distintas de se lidar com as próprias realizações, a de uma pessoa que venceu seu desafio e ainda assim tem dificuldade em dar o próximo passo – Natsume; a de uma pessoa que não venceu seu desafio, mas tenta dar um passo à frente – Eita; e a de uma pessoa que venceu seu desafio e dá a passada com coragem – Komiya. Okay, no caso dela já era meio que inevitável, mas isso não anula o fato de ela ter sido corajosa por pedir por uma resposta clara e direta mesmo sabendo qual seria.
Teria sido tudo muito “ideal” caso os três tivessem conseguido alcançar suas metas para assim conseguir confessar seus sentimentos, mas não, Just Because! desde o seu princípio não foi uma história que idealizou personagens, relações e conflitos, mas uma história que mostrou bem como muito provavelmente aconteceria na vida real, sabendo que certos momentos têm sim um quê de pompa e nostalgia, mas não é como se num passe de mágica tudo fosse acabar perfeitamente feliz.
Um ótimo exemplo disso ficou claro na terceira quebra de expectativa do episódio, pois após aquela cena do arremesso – que remeteu a cena do primeiro episódio – era normal de se esperar que o Eita alcançasse a Natsume e conseguisse se confessar, mas não, isso não aconteceu e o que vimos foi um prolongamento daquele estado de indefinição das coisas. Sei que alguns acharam isso chato e talvez alguns tenham gostado – eu gostei “mais ou menos” –, mas se há uma coisa que gostei é o que interpretei dessa cena, que nem todo momento que é considerado “chave” para a pessoa vai resultar em algo grandioso ou importante, e isso é um exemplo da vida adulta batendo à nossa porta, nos dizendo que não adianta jurar fazer algo após superar um desafio, que você tem que tomar coragem para fazer aquilo que quer assim que pode, como a própria Komiya fez ao se confessar “indiretamente” para o Eita antes. A vida não nos pede desculpas, mas sim coragem!
Aliás, que personagem fantástica foi essa Komiya, hein? Começou como quem não queria nada e logo foi crescendo no conceito do público, muito pelo seu carisma e sua objetividade, é verdade, mas também por suas decisões tomadas com confiança mesmo em meio a demonstrações de fragilidade.
Lembro que no primeiro e no oitavo episódio pensei no quão seria legal se a foto vencedora do concurso fosse uma foto dela apaixonada fotografando e não a do Eita arremessando a bola, e só posso dizer que não poderia ficar mais feliz com esse desfecho, pois justificou as pontuais cenas em que ela interagia com seus companheiros de clube, ou que eles interagiam entre si, ao demonstrar bem como ela era uma pessoa querida por seus amigos, esses que conseguiram capturar um momento fantástico seu fazendo o que ama. A cena no final em que eles arrumam mais integrantes para o clube também foi bacana e provou que todos os esforços da garota valeram muito a pena!
Não poderia deixar de falar da cena em que ela conversa com o Eita e é rejeitada, um ótimo momento que foi na linha do que eu falei antes, pois passou toda a sua carga dramática sem exageros, dando um tempo para a garota chorar e secar as lágrimas, procurando encarar a vida de cabeça erguida após isso. A produção do anime acertou ao adicionar uma bela música a essa cena – assim como na ótima cena em que o Eita acerta o home run e corre – e acertou ainda mais em não prolongá-la, sabendo dar naturalidade a conversa dos dois e depois às lágrimas que ela derrama.
Vi pessoas comentando internet afora que o Eita não merecia ela mesmo, que ele era um m*rda, etc, mas olha, não existe isso de “merecer” ou não no amor, as pessoas apenas se apaixonam, acontece! O bom é que ele foi honesto com ela, admitiu que ficou feliz por ter alguém que gostava dele e que gostava de verdade dela como amiga – ele ter ido ver pessoalmente o vencedor do concurso foi uma prova disso –, mas que era apaixonado por outra garota há anos e queria ficar com ela. Ruim teria sido, para nós que nos importamos com a personagem, se ele fosse um canalha que magoasse ela sem se importar, não é? No final ela sofreu, sofreu, mas não se arrependeu das coisas que fez, e nem deveria, e duvido que não tenha amadurecido com isso e ganhado um bom amigo para a vida toda.
Voltando ao casal principal, no fim o Eita e a Natsume não se libertaram das amarras que os impediam de confessar seus sentimentos um para o outro e essa situação se prolongou até o começo da vida universitária dos dois, o que foi bom porque proporcionou o encerramento no qual vimos como os personagens ficaram após sair da escola e isso nos deu a certeza de que Just Because! não é um romance comum em que muitas vezes vemos um trechinho de como ficou a vida daqueles personagens anos mais tarde, mas sim que o anime é um recorte da vida deles, um recorte desse momento único que é a passagem da adolescência para a vida adulta, marcada pela graduação na escola e algo comum para a idade: interesses amorosos e o que de bom e de ruim vem com eles.
O final pode ter sido arrastado e um pouco incômodo para alguns, mas não dá para dizer que ele não foi autêntico e bonito, pois o casal só se confessou após entrar na faculdade – e parece que ela foi estudar na dele mesmo, o que acho que teria ficado mais claro se a versão que eu vi tivesse a tradução das mensagens de celular –, a cena toda não teve música – apenas o realista e já muito simbólico som ambiente das pétalas das flores de cerejeira que caem das árvores na primavera – e um diálogo simples e natural – sem declarações melosas, chororô ou frases de efeito, sendo apenas duas pessoas que se gostam dizendo que se amam e correndo uma para abraçar e/ou beijar a outra.
Sei que vocês queriam um beijo – e eu também queria –, mas Just Because! sempre foi muito mais um anime sobre a vida real, sobre as escolhas importantes que os jovens têm que fazer nessa fase de transição para a vida adulta e toda a melancolia e expectativa pelo desconhecido atrelada a isso, do que sobre romance em si. O seu diferencial foi que ele entendeu perfeitamente onde pôr o romance nisso tudo, sem negligenciar os outros aspectos da vida desses personagens, então entendo perfeitamente bem que o anime não precisava de um beijo ou de um namoro em andamento para se fechar bem, ele só precisava desse recorte sob medida da vida de pessoas como eu ou vocês.
Sou da máxima de que uma história boa de verdade não dá o que a gente quer, mas o que a gente precisa! E esse anime é um exemplo perfeito disso, pois ele poderia ter sido apenas um checkpoint de clichês agradáveis e de fácil assimilação com um fundo real, mas foi uma história que tratou de forma inteligente o seu tema ao não se valer de meios previsíveis para fins previsíveis, conseguindo ser tudo o que pretendia ao passar de forma clara a sua mensagem. Por mais animes desse tipo!
Por fim, o Haruto e a Horikawa mantiveram a proximidade, a Komiya foi infeliz no amor, mas salvou seu clube e o Eita e a Natsume finalmente se confessaram e imagino que terão pela frente uma bela história de amor. Foi um final feliz mesmo em meio às adversidades e os problemas da vida, foi um final gratificante para uma história com a qual é muito fácil de se identificar – claro que considerando que se tratam de jovens japoneses, então nem tudo o que é comum lá é comum aqui – e ainda mais fácil de se deixar cativar por ela. Just Because! não é bom apenas porque é um romance verossímil, Just Because! é bom porque te faz apreciar as pequenas coisas da vida que costumamos deixar passar despercebido, como o romance, a amizade, e a importância dos momentos mais simples.
Me despeço do anime com um sorriso no rosto e uma agradável sensação de realização. Confesso que pensei bastante sobre que nota dar a Just Because! e no final não consegui evitar de achar que ele merece sim todas as 5 estrelas! Até o próximo anime apenas porque é isso o que nos faz felizes!
issei gentil
O desenho animado causa justa foi muito divertido e pra mim faltou um pouco de fantasia, sei que é um anime verossimil de vida cotidiana, mais eu gosto de ter fantasia em todas as obras. Se ao invés de dar um fora na garota ele dissesse tudo bem vamos ficar juntos eu você e a outra garota vamos fazer um harém seria mais agradável ao meu ver, como tem muitas outras obras que tem finais harém e são mega hits não é shimai maou no testament de qualquer forma, foi agradável e gostei, nota 10//10, porque pelo menos no mundo dos animes tudo é possível.
issei gentil
Aguardando com grande ansiedade o anime Koi wa ameagari no you ni = O amor acontece depois da chuva. O romance que vai animar todos os tiozinhos do mundo com certeza, quem já passou dos 30 anos adiante vai ficar bastante animado com esse desenho animado e vai trazer ótimas discussões nas análises episódio por episódio, quem pegar essa obra prima pra escrever sobre ela for maior de 30 anos vai poder transcrever as emoções que um homem pode sentir ao saber que tem uma colegial fofa de 17 anos totalmente apaixonado por ele e quer ficar junto dele pra sempre.
LegendRazgriz
A comparação mais forte que eu posso fazer com isso tem que ser Bakemonogatari – o triângulo Araragi-Senjougahara-Hanekawa. A Hitagi tem lá suas falhas, e pôs o Araragi pelo inferno algumas vezes (eu tenho certeza que levar uma grampeada dentro da boca deve doer como o diabo, imortal ou não), mas os sentimentos dela por ele e vice-versa são verdadeiros e fortes, que acabam por deixar de lado a que seria a “best girl”, uma Hanekawa que incontestavelmente leva o espectador às lágrimas consigo. Anime espetacular, impressionante – e foi ótimo pra mim pessoalmente pra preencher o vazio que foi deixado por Oregairu e que só agora pode voltar.
Alex Martins
Bom, mas lento até demais e o final é bem meh na verdade, esperava um Tsuki ga kire, mas acabou sendo bem modesto no romance.
Previsivel até o fim é o que eu resumiria Just Because.
Tsuki Ga kirei mostrou seu diferencial logo no Ep 3, enquanto Jucause ficou na mesmice até o fim.
Seiren ainda conseguiu ser melhor por ter tido finais fechado e sem enrolaçao.
James Mays
Ah! Peoples…O que dizer…Depois de alimentadas expectativas tenho a dizer que foi um belo “feel good” anime, mas faltou um pouquinho mais de intensidade no andamento da estoria. Previsivel sim como dito, mas a previsibilidade é um pilar de produtos “feel good”. A comparação com TgK é inevitável claro, o protagonista era mais digamos intenso, intelectualizado, erudito (e aproveito aqui para todos ouvirem a banda Happy End e ler os livros de Dazai) em resumo mais denso que o protagonista de JB e esse foi um grande diferencial de um para o outro. Mas não foi de todo decepcionante, os backgrounds, a animação foram muito boas e superiores em JB, fora o soundscore, o torna uma experiencia muito positiva se for para dar nota pelo conjunto da obra vou num 7.6/10.