Que começo lindo!

Sora yori mo Tooi Basho é um anime original do estúdio Madhouse – na verdade ele tem um mangá, mas como é projeto multimídia, o anime que é a base – e vai contar a história de Mari Tamaki, uma garota que sempre desiste no último segundo antes de fazer algo diferente, mas que, ainda assim, quer aproveitar ao máximo a sua juventude e viver uma aventura agora que está no ensino médio.

Depois desse começo lindo esse sorriso feliz e esperançoso me representa!

Em um primeiro episódio que serviu mais para apresentar as duas personagens centrais da trama – assim como os seus objetivos –, o anime mostrou um detalhamento de cenários excelente e uma bela e consistente animação, o que combinou perfeitamente com o clima slice of life desse episódio e pode ficar ainda melhor com a aventura prometida em sua sinopse – e reforçada pela abertura.

Quanto a história, ela começa em um dia qualquer da vida de Maki, que acorda e se vê incomodada por não ter feito nada de interessante até o segundo ano do ensino médio, o que a faz tentar matar aula para ir viver uma aventura e desistir na hora H por ter medo de se arriscar e falhar. Quantas pessoas não sentem o mesmo nessa fase da vida ou até pela vida toda? É fácil se identificar com a personagem e usar essa vontade dela de aproveitar a sua juventude da forma que ela acha plena, para fazê-la se interessar pelo objetivo da personagem Shiraze e querer fazer parte dele é algo bom, pois isso dá dinamismo à história e cria de imediato um laço entre duas garotas que vão viajar juntas.

É um detalhamento que assusta e de quebra age como merchan para meu amado NGNL! 

A abertura já deixa bem claro que elas vão sim fazer essa viagem, então buscar formas de fortalecer a confiança e a amizade entre essas quatro garotas antes e durante esse evento é importante, o que começa a ser feito quanto a Maki se interessa pela Shiraze e pela história de vida dela e o seu objetivo, a ajuda e prova que não é só da boca para fora quando diz que quer apoiá-la em sua jornada para encontrar sua mãe perdida no “lugar mais longe que o espaço”, o que, aliás, dá o título do anime e rende um simbolismo bacana que se bem usado pode render um bom drama no futuro.

Digo isso porque, quais são as chances da mãe dela ainda estar viva? É bonito ver que a garota se esforçou anos para ir atrás dela, mas é muito inocente da sua parte achar que pode ou que vai encontrá-la. Contudo, sua atitude é bastante coerente visto que ela se fechou para o mundo em prol de juntar dinheiro para fazer isso, então ela não teve oportunidade de amadurecer socialmente, nunca teve alguém para situá-la sobre a realidade ou nunca deu ouvidos a quem tentou alertá-la. De toda forma, ela deixa bem claro que quer mostrar para as pessoas que está certa e que seus esforços valerão a pena e o anime também deve tratar disso, dela conseguir ou não concretizar esse objetivo.

Será que ela vai se questionar se faz isso pela mãe ou para provar pros outros que consegue?

Voltando à protagonista, a Maki é a típica personagem que exatamente por não ter um objetivo claro, mas tem muita vontade de se dedicar a algo que mude a sua vidinha comum, acaba se tornando suscetível a se interessar pelo objetivo de outra pessoa e torná-lo seu, mesmo que com uma motivação mais voltada para a provação existencial do que a concretização de algo palpável.

Uma protagonista assim é interessante porque é comum que ao longo da história ela se questione sobre o porquê de estar fazendo isso e o que ela realmente considera aproveitar a juventude ao máximo. É claro que ela pode não fazer isso, mas se fizer e se for algo bem escrito e encaixado pode render um bom drama, o que o anime deu indícios de que deve ter tanto pelas dificuldades que elas devem encarar na viagem quanto pela grande possibilidade da mãe da Shiraze nem estar mais viva.

“Estou torcendo tanto que vou com você só pra ter certeza de que vai dar certo!”

Um outro ponto importante de salientar sobre esse começo é que a caracterização da amizade da Maki com a Megumi ficou muito realista e foi muito bem-feita, pois além de elas terem diálogos naturais e críveis, demonstraram bastante intimidade e confiança. Que amigo não ajudaria o outro a fazer algo arriscado e reprovável, algo que um parente em sã consciência jamais faria? Eu mesmo tenho amigos que já me ajudaram várias vezes a burlar as regras e fazer uma loucura, então sei o quanto é normal isso acontecer – principalmente nessa fase da vida. Confesso que adorei a Megumi e acho uma pena ela não ir junto na viagem. Espero que a personagem não suma até o final da obra.

Dá para dizer que foi conveniente a Maki ter cruzado com a Shiraze e ter recolhido o pacote de dinheiro – o que aliás rendeu um ótimo título para o episódio –, e que é muito bobo ela andar com esse dinheiro para todo lado, mas o primeiro não pede muito da suspensão de descrença do público – esses “momentos mágicos” são comuns até nos animes mais realistas – e o segundo condiz com a imaturidade da personagem que comentei acima. Sem apresentar problemas consideráveis e entregando um ótimo primeiro episódio com um final bom e objetivo – a trilha sonora usada para engrandecer certos momentos foi outra bola dentro da produção – Sora yori mo Tooi Basho dá o primeiro passo rumo a Antártida com o pé direito e é um início promissor para a temporada de inverno.

Por mais amigas como a Megumi em nossas vidas!❤

  1. Achei também um começo muito bom,as meninas são muito carismáticas e esse sonho que a protagonista tem de encontrar com sua mamãe é um motivo mais que justo para ela se organizar durante toda a sua vida para procurá-la até os confins da terra e é isso que esta aventura retrata. Que tal apenas viajar para o polo sul, sim claro vamos, vou me preparar minhas coisas, o navio já vai zarpar.

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