[sc:review nota=4]

Depois de um episódio absolutamente sem sentido, desnecessário, e ainda por cima sem graça, Laplace volta a tratar de mistério. Esse episódio inteiro pareceu no fim das contas apenas exposição do caso, para quem sabe vermos sua conclusão no próximo. Isso faz sentido em mistérios, mas a estética de Game of Laplace está ficando cada vez mais intrusiva, o que deixa difícil entender direito o que está acontecendo, separar conversas legítimas de pensamentos, flashbacks de tempo presente. Talvez o caso em questão seja tão simples que sem esses artifícios todos qualquer macaco assistindo com meio cérebro ligado descobriria entre uma banana e outra, ou talvez faltem mesmo elementos e seja indecifrável e toda essa confusão sirva de despiste para o espectador duvidar de si mesmo e acreditar que só não conseguiu entender por sua própria culpa.

Um grande empresário com um projeto megalomaníaco, famoso por suas seguidas colaborações para a caridade mas secretamente (não tão secretamente assim, acredito) um explorador de seus próprios funcionários, forçados a fazer horas extras frequentes, convencidos através da cultura corporativa de que precisam se esforçar assim pela empresa, e consequentemente vivem em constante estresse, com vários casos de suicídio. Em resumo, o estereótipo de empresário inescrupuloso. Não vou discutir muito o quanto é fácil criar personagens assim para que sejam facilmente odiados (o caso do gordão pedófilo foi semelhante) mas ele já morreu, nem vale a pena. O fato é que ele tinha um projeto de um imenso parque temático que pretendia que entrasse para a história como um monumento instantâneo. Prepotência faz parte desse estereótipo também. E lógico que os funcionários responsáveis pela construção de tal maravilha moderna eram sujeitos às mesmas condições de trabalho que todo o resto do grupo empresarial. Ou talvez até mais, supondo que aquele fosse mesmo o projeto de estimação do presidente.

Agora ele está morto. Ou melhor: foi assassinado, lógico. Junto ao produtor artístico que dava forma aos sonhos do presidente. Foram esmagados pela queda de partes de estátuas do parque, o que poderia facilmente passar por acidente. Mas Akechi tem certeza que foi assassinato, e eu também. Sendo assim, trata-se de um caso de quarto trancado: além dos mortos, apenas outras três pessoas estavam no local e ninguém poderia ter entrado ou saído sem que eles vissem. Achei curioso como os personagens dessa ilha foram o tempo todo retratados como marionetes, literalmente, e só perto do final do episódio é que tiveram suas verdadeiras formas reveladas. Da forma como a história se desdobrou, o maior suspeito é o superintendente das obras na ilha, mas de tão óbvio eu meio que desconfio disso. Apenas meio, porque meu outro meio acha que foi ele mesmo e Game of Laplace não está se esforçando tanto assim para manter o suspense, exceto pela confusão estética.

Mas mais do que o caso, o que chama a atenção é o Akechi, de duas formas: primeiro, não é desse episódio que Game of Laplace destaca o quanto o detetive está interessado no caso do Vinte Faces. Segundo, a Lagarto Negro sugere que os dois já trabalharam juntos no passado, e que teriam livrado a cidade de vários criminosos. Sabe, como o Vinte Faces. Acho que o Akechi é o Vinte Faces? Isso seria o maior balde dágua para uma história de detetive, mas já sei que não devo levar Game of Laplace muito a sério nesse aspecto mesmo, então por enquanto eu não apostaria nisso mas não descarto a possibilidade também. Lembre-se que de todo modo o protagonista é o Kobayashi, mesmo que ele seja um pateta e que tenha sido um alívio cômico nos últimos episódios. Imagine que dramático seria no final o Kobayashi (de preferência travestido) deduzir e revelar detalhadamente que o Akechi era o bandido desde o começo? Talvez ele chegue a esse ponto depois do Akechi matar o Homem Sombra, porque ele sabe um segredo sobre o Akechi e, bem, se ele for o Vinte Faces, que outro segredo poderia ser?

E aí o Akechi se sentiria culpado pelo que aconteceu com o Kagami? Ou será que quem tem que se sentir culpado é o … Nakamura? Ele pareceu suspeitamente arrependido depois de conversar com o Kagami na cadeia. E se o Nakamura for o Vinte Faces? Sim, eu já estou chutando tudo por enquanto. É que esse episódio sozinho meio que não deu muito o que falar, então estou aproveitando para falar tudo o que eu havia pensado sobre a série como um todo. Mas bom, é só isso por enquanto mesmo. Até semana que vem. Prefere o Kobayashi com vestido ou com uniforme escolar (masculino!)?

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