Cavaleiros do Zodíaco: Soul of Gold – ep 11 – A volta dos que não foram
[sc:review nota=4]
Antes de tudo permita-me apontar o momento histórico em Cavaleiros do Zodíaco que ocorreu nesse episódio e talvez nem todos tenham percebido: é a primeira vez que Aioros aparece e não é um flashback. Qual a importância disso? Ah, sei lá, saber disso para ser campeão em trivias? Anota essa que aposto que vai aparecer no próximo Anime Quiz no grande evento de anime da sua cidade!
Mas o Aioros não tinha morrido? Claro que não, ele só caiu de um penhasco incrivelmente alto depois de perder sua armadura. Mas ele foi encontrado e tratado por funcionários do Palácio de Valhalla, descobrindo toda a verdade da boca da própria Hilda e ficando de mansinho enquanto todo mundo morria para voltar no final e lutar ao lado do irmão enquanto o encoraja com coisas que ele leu em livros de auto-ajuda e outros mangás de luta para adolescentes. Ah, e também para dar a ele a soqueira divina Draupnir. Pelo nome você pode suspeitar que seja um item da mitologia nórdica, e você está certo. Só que o Draupnir original era um anel com o poder de multiplicar-se: a cada nove noites, gotejavam dele outros oito anéis idênticos em forma e peso. Como isso derrota Lóki? Não derrota! Usaram só o nome mesmo e Draupnir virou uma soqueira com o poder de selar deuses. Talvez a soqueira ainda se multiplique, sei lá. A Wikipedia diz que Draupnir também é uma carta em Yu-Gi-Oh, então se você jogar talvez já tenha ouvido falar. Curiosidade irônica: o Draupnir foi forjado por anões (junto com o Mjolnir e outro item que já me esqueci qual era) como presente para Odin após eles serem desafiados por Lóki a fazer presentes incríveis. Não fosse Lóki, o Draupnir não existiria. Isso, claro, na mitologia de verdade, em Cavaleiros pode esquecer.
Outro rosto conhecido voltou nesse episódio: Lífia. Frodi vai até a estátua de Odin invocar a Armadura de Odin (a de Poseidon é que não poderia ser, né) e a armadura surge … junto com Lífia translúcida – suponho que seja apenas o espírito dela. Depois Hilda conta telepaticamente para todo mundo que Lífia era na verdade a hospedeira de Odin. Mas como o velho caolho de Asgard é lerdo pra acordar, isso só aconteceu convenientemente agora. E suponho que por ser muito lerdo ele se contentou com o espírito dela mesmo, porque se fosse escolher outro corpo ia levar uns anos para ressurgir no mundo. De todo modo, para que ela reapareceu senão para deixar o Aioria bolado com a ideia de ter se apaixonado por ela? Sei lá.
O importante é que Aioria vestiu a Armadura de Odin, e para que os colecionadores nem pensem em vestir seu velho Aioria com a Armadura de Odin de seu velho Seiya, a armadura ficou dourada quando ele vestiu. Se você consegue pensar em um motivo melhor do que esse, sou todo ouvidos. Aioria deverá agora lutar contra Lóki e derrotá-lo antes que outro item mitológico nórdico renasça: Gungnir. Aliás, todo o motivo da existência da Yggdrasil em primeiro lugar era fornecer energia para trazer Gungnir de volta ao mundo. Na mitologia, Gungnir era uma lança criada por anões (não os mesmos que criaram Draupnir, mas vai lendo que a coisa fica divertida) e que Lóki (olha ele de novo!) obteve para Odin. A ligação com Draupnir é que Lóki desafiou esses outros anões (Brokkr e Eitri) a criarem itens mais legais que os criados pelos Filhos de Ivaldi, os criadores da Gungnir, Skidbladnir (o barco de Frei) e uma mecha de cabelo dourada para Sif que Lóki havia cortado. Daí nasceu Draupnir, Mjolnir e o terceiro item que não lembro qual era. Enfim, o que quero dizer é que foi Lóki quem conseguiu tudo no fim das contas! Mas em Cavaleiros do Zodíaco Gungnir é um machado de haste, o que pelo menos não é tão diferente de uma lança quanto um anel é diferente de uma soqueira.
Claro que Aioria não vai conseguir derrotar Lóki antes de Gungnir renascer, eu nem precisava ver a prévia para dizer isso. Quando isso acontecer no próximo episódio saberemos o que ele faz de especial. Acho que o poder do original já é bem bacana: uma lança tão bem balanceada que é impossível para qualquer pessoa errar qualquer alvo. Isso sem dúvida não é suficiente para conquistar o mundo, mas é um excelente começo.