Carole & Tuesday – ep 17 e 18 – Medo
Bom dia!
As protagonistas de Carole & Tuesday são artistas mirando o estrelato no mundo da música, mas também são apenas adolescentes, com vidas normais, mentalidades normais e preocupações normais de adolescentes.
Como a maioria dos personagens do anime, são pessoas normais, fazendo o que podem para levar vidas normais. E só isso já é difícil o bastante. Há um mundo de coisas que não controlamos e que nos afetam.
Algumas coisas nos distraem do nosso cotidiano. Outras nos perturbam. E as piores, provavelmente, são as que nos ameaçam objetivamente.
Coisas que nos causam medo.
O mundo de Carole & Tuesday é futurista mas não muito diferente do nosso, exceto por um detalhe: a inteligência artificial está em toda parte. De robôs que nos ajudam no dia a dia a realizar desde as tarefas mais simples quanto acordar pela manhã até sistemas que substituíram quase completamente o ser humano em trabalhos repetitivos como dirigir carros e tomar pedidos nos restaurantes, de sistemas de segurança e compositores de músicas a analistas de Big Data.
Carole & Tuesday é um mundo dependente da Inteligência Artificial. Não tenho dúvida de que os sistemas de segurança digital implementados nessa Marte do futuro são muito melhores do que qualquer coisa que exista hoje, mas ainda não são infalíveis.
Hackers especialmente habilidosos ainda podem assumir o controle de sistemas remotamente ou roubar dados de bancos de dados online. E os próprios robôs, dotados de inteligência e livre-arbítrio, por mais limitados que sejam, podem decidir se rebelar.
Nos primeiros episódios do anime já havíamos conhecido IDEA, o robô charlatão, que causou um monte de problemas e custou caro pra muita gente (principalmente para o Ertegun), mas o robô assistente pessoal do Ertegun foi muito além disso: roubou todas as economias do artista.
Isso não foi retratado exatamente como algo assustador, mas a ideia de que a sociedade humana convive com robôs dos quais é dependente e que podem de uma hora para a outra destruir suas vidas dá o que pensar, principalmente quando justaposta à escalada da ameaça do hacker Black Knight à Angela.
Mas esse mundo tem algo muito parecido com o nosso: a política. A incorporação de inteligência artificial nas campanhas e a tomada de decisões de acordo com vagas de humor da população não nos são estranhas. E em todo o caso, o populismo nunca dependeu da tecnologia.
Tuesday tenta entender sua mãe. Ela diz para Kyle, em entrevista, que acredita que há um lado bom nela, que ela sempre suprimiu porque obrigada a ser ao mesmo tempo mãe e pai. Porque não queria perder no mundo dos homens.
Ela sempre foi estrita, diz Tuesday, mas nunca injusta, ou, nas palavras da própria filha, ela nunca discriminou. Mas para que Valerie queria vencer?
Quem a está financiando, e que colocou Jerry ao seu lado, sabe muito bem porque quer vencer. Se Valerie é xenófoba contra os terrestres ou não, não importa: é isso o que está defendendo. Os problemas de imigração de Carole & Tuesday emulam com os nossos.
E a política mesquinha também. É tudo um plano para fabricar um “inimigo”.
Se a Valerie sabe que o Jerry está por trás do atentado terrorista ou não, não importa. E não importaria mesmo se ele não estivesse por trás do ataque: a mãe de Tuesday está apenas fazendo uso político do evento para seu próprio bem. Os marcianos que se lasquem, ela vai pensar neles depois, se sobrar tempo, e talvez nem “pense” exatamente em todos – Jerry já está se planejando para “cortar pela raiz” as possíveis “ameaças” ao futuro governo Valerie, dado por certo a essa altura.
Tuesday só queria ser uma adolescente normal que se apaixona, que tem o coração partido, e que só quer chorar depois. Ela tem uma mãe e um irmão, um luxo que Carole não tem, ela nasceu em uma casa boa e confortável, mas por conta das escolhas de toda uma vida de sua mãe ela termina o episódio 18 vagando sozinha pelas ruas. Até que Carole a abraçou.
Enquanto sua filha tinha seu primeiro amor e seu primeiro coração partido, Valerie estava contando os números de votos que deve ganhar com um atentado terrorista encomendado por sua própria campanha.
Angela também só queria ser uma adolescente normal, embora sua noção de normal seja distorcida em primeiro lugar pela forma como foi criada. Ela também tem um crush, a quem tenta de todas as formas chamar atenção, sem sucesso. No fim do dia, está sozinha e aterrorizada pelo stalker.
Enquanto sua filha adotiva passa por tudo isso, Dahlia se conforta ao empurrar ao seu lado Aaron, um aproveitador em quem Angela não tem o menor interesse. E o stalker mostra ser capaz até mesmo de matar quando faz um táxi atropelar justamente Aaron.
Marte está cada vez menos segura.
James Mays
Grande “Mexicano”!!! Helllooo Peoples James na área dinooovoooo…
Well…Chego a conclusão que se tirar duas mocinhas cantarolando num fim de tarde outonal em um parque bonito…Tem bastante bife nesse anime!!!
Aliás peoples recomendo montar uma playlist com os nomes dos episódios deste anime é MAASSSAAA!!!
Fábio "Mexicano" Godoy
Olá James, tudo certinho?
Ainda bem, né! São dois cours, afinal! Por mais carismáticas que elas sejam, se o anime dependesse só delas já teria caído na mesmice faz tempo…
Obrigado pela visita e pelo comentário!