Chuubyou Gekihatsu Boy é um anime interessante porque assim como outros raríssimos colegas, é originário de uma canção do Vocaloid. Ao ver isso me perguntei: que tipo de música contaria a história de pessoas insanas e seus delírios? Ou melhor, como isso renderia algo interessante de produzir? Bom, não sei qual a resposta que vou obter no final, mas esse primeiro episódio me transmitiu uma sensação levemente boa – e que espero ver crescer até o final.

Apesar de ter começado de uma forma meio simples demais para a sua proposta, esse anime tem em mãos uma mina que se souberem explorar pode render bem. O enredo carregado de garotos com suas síndromes é uma sacada ótima para gerar comédia, e quando ainda tem uma protagonista que tenta ser normal, tentando não se misturar a galhofa – e não conseguindo – a expectativa cresce com os tipos de piada que podem vir dessa dinâmica.

O grupo de chuunis já mostra a que veio nos primeiros minutos, quando enfrentam um simples riacho – disfarçado de forte correnteza pela mente afetada deles – para salvar o bule de uma velhinha que tinha pedido a sua ajuda. É bem verdade que a cena poderia oferecer bem mais, porém como um ponto de partida, acho que ela serve como um indicador de que a ideia pode sim dar certo.

Mizuki é uma garota comum e que gosta de se manter na linha do mediano, sem aparecer muito e nem ficar invisível aos olhos alheios. Seu objetivo maior é começar uma nova vida escolar, serena e pacífica com os amigos que conseguir fazer, mas sua aparência duvidosa foi a ferramenta necessária para jogar todo o seu planejamento na lama.

Vendo a colega como uma promissora parceira de equipe, Noda não precisou de muito para grudar e perseguir a menina, assim como um editor persegue seu autor de sucesso. Confesso que numa primeira instância, até eu achei que ela também era do time deles, mas tudo não passou de um inconveniente causado por uma inflamação no olho.

O único alívio que a garota encontrou foi em Nanako, que achei bem simpática, gentil e curiosamente, aquela que lançou a nova amiga no poço profundo que é o clube dos heróis. Os outros protagonistas tem um nível de bestagem imenso e acho que o menos pior é o Takashima – o fanático por 2D -, já que ele consegue manter um equilíbrio entre suas personalidades.

Noda acha que é um Power Ranger, Nakamura se vê como resultado do amor proibido entre um anjo e um demônio – o mais perturbado mentalmente -, já Rei só se mostra insuportável mesmo e parece que gosta de se fantasiar de gato.

Achei curioso que mesmo presenciando toda aquela loucura e agindo de forma normal, a Mizuki não é exatamente um exemplo de normalidade, pois ela própria é muito agitada e atrapalhada. O anime também dá a entender que ela tem algum tipo de sensitividade, já que durante a parte dos acidentes com os objetos, ela dava uns efeitos meio homem aranha – talvez ela tenha poderes mesmo e acho que seria uma adição legal.

Quando os rapazes decidiram defender sua colega a coisa desandou para ela, a cena dos aviões de papel foi ótima também, porque quebrou minha expectativa com o conteúdo deles – até eu morreria de vergonha com aquilo. O final deixou um gancho com a descoberta do autor dos “acidentes” e curiosidade pela sua motivação, já que ele é um dos heróis.

Essa estreia apesar de não se destacar, não chega a ser ruim – algumas piadinhas são até boas -, tendo no que trabalhar para realmente se firmar como uma boa comédia. O elenco é ok, sendo a Mizuki o destaque real por sua expressividade – que ainda não chega aos pés de uma Rista, mas foi bem.

Assistindo a composição da coisa, a série me lembrou rapidamente Chuunibyou demo Koi ga Shitai!, com a diferença de que esse sabia manipular melhor as excentricidades de cada uma das garotas e seu estado mais normal – o que ficou faltando em Noda e Nakamura.

Penso que se apostassem mais na questão visual também, no sentido de dar intensidade as maluquices deles – como acontecia com os delírios da Rikka e CIA -, o resultado melhoraria ainda mais, mas vamos ver qual o caminho que irão escolher daqui para frente. O espaço para crescimento existe, agora depende da staff conduzir bem a “música”.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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