The 8th Son? Are You Kidding Me? – Mais um isekai ruim? Novidade?
Adoro isekai, mas eu sei que toda temporada o isekai cativo, que parece ser sempre o mesmo apenas com poucas alterações para não deixar tão na cara, é uma droga. The 8th Son? Are You Kidding Me? (Hachi-nan tte, Sore wa Nai deshou!) não foge a regra e pior, nem para guilty pleasure serve. Porém, não é como se não houvesse algo de interessante a escrever, então peço um pouco do seu tempo. Vamos falar do oitavo filho?
Wendelin reencarnou em um mundo de fantasia e é um mago, mas o apelo da obra nem é esse, mas sim o fato dele ser o oitavo filho de uma família nobre de baixa relevância e escassas riquezas. De tal maneira, há margem para tudo que se pode ver no anime; jogo político, guerra de sucessão famíliar, uma ascenção típica de isekai, etc. Isso é bom? Ruim? É ruim já que na verdade nada muda comparando a outros isekais.
O máximo que a trama faz é explorar a nobreza com maior afinco, mostrando como nobres se comportam e quais são seus interesses, e tenho certeza que já vi isso em outro isekai genérico de temporada. Não que a ideia seja ruim, mas também não é lá grande coisa, afinal, contextualizar o mundo é o básico, o problema reside na forma como o resto é apresentado. 8th Son tem uma embalagem sem graça e por vezes irritante.
Os personagens são rasos, a animaçào é de mediana para baixo, a trilha sonora não me cativou (eu mal me lembro dela) e as capacidades muito acima da média do protagonista roubam a cena senão o tempo todo, sempre que pode surgir uma adversidade real. Não é como se eu pudesse esperar algo de muito diferente nesse tipo de anime, o problema é que a obra se leva a sério demais quando deveria é “abraçar” o absurdo.
Menos mal que a abertura agitada empolga, então é quase certo que você entrará no clima (caso esqueça a bomba que é), mas, por outro lado, o encerramento é tão agradável, gostosinho de ouvir, que aposto que você vai querer (ou quis, se já viu) ver logo tudo para poder ouvir ele. Resumindo, Hachi-nan não faz jus as músicas que têm. Teria achado melhor músicas mais genéricas e mais galhofa, como foi o do smartphone.
Usam a piada do quão incrível o protagonista é toda hora, mesmo quando não há magia envolvida, mas a ideia de que ele tem limitações e até gosta de criticar as coisas pensadas para ele é bacana, o problema é que isso acaba ficando de escanteio já que a trama apela para conveniências das mais diversas. Ele tem o poder necessário ou o aliado certo sempre, até as garotas se oferecem para ele e ele aceita um harém.
A contragosto, é verdade, mas quase tudo que ocorre com o Wendelin é assim, não está nos planos dele, e isso é tão frequente que chega a irritar. Ao menos ele tenta resolver seu último problema com uma solução “alternativa”, contemplando as suas vontades, o que pega é que até isso era parte dos planos dos nobres. Não vemos nada além de um mago nobre dançando na palma da mão de pessoas que estão acima dele.
A estrutura da trama acaba a “engessando”, porque o protagonista e seu grupo só vivem “aventuras” que o rei e os nobres determinam, o mundo em que vivem é pouco explorado e não há desafio real. Parece mais um slice of life. Tentam vender uma tensão no último arco, mas é balela, quem vê sabe que o protagonista nem vai precisar suar para dar um jeito na situação. É o comum nesses isekais, mas com seriedade não dá.
O melhor momento do anime foi o segundo episódio em que o Wendelin é treinado ainda criança por seu mestre. Não é um episódio maravilhoso, mas aquela altura a série não sofria tanto dos problemas citados. O pior momento do anime é até difícil precisar, acho que os diálogos sem graça e a animação fraquinha nas cenas de ação foram o que mais me chateou. E não devo esquecer das relações interpessoais nulas.
Tirando a relação dos noivos, que tem uma ou outra boa cena para aproximá-los, o harém só foi selado e nunca voltou a se tocar no assunto, as pessoas vão até o Wendelin por causa do que ele pode oferecê-las e não tem o que acrescentar, não tem conflito sério, a única animosidade contra ele vem de gente invejosa e interesseira que nunca se dá bem. Não tem inimigo que o afronte, seja o irmão ou algum nobre influente.
Por fim, nada do que escrevi é novidade, mas se levar a sério estraga o anime, que nem é exatamente cheio de situações estúpidas como na maioria dos isekais, mas os problemas são fáceis de lidar, não há peso… Menos mal se desse para rir um pouco. Chafurdar na nobreza não salvou o anime, zoar com o conceito do sétimo filho do sétimo filho também não. É um anime chato e só indico para fã hardcore de isekai como eu.
Até a próxima!
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