Acredito que o Katou se encontra perdido e agora posso dizer que me sinto igual, mas não achem que isso é ruim, pelo contrário, essas dúvidas que estão se criando deram um novo fôlego a história. Kambe vem passando por um processo positivo de mudança e de algum modo sinto que isso se interrompeu nesse episódio graças as influências de seu poderoso grupo. Afinal, quem é que se esconde no lado mau dessa família e o que quer?

Na minha concepção pessoal o anime sempre foi bem divertido e preciso no que pretendia trazer, mas por mais que o ar de mistério estivesse presente em cena, o forte real daqui sempre foi a ação policial e o cômico, criado pela química e personalidade dos dois protagonistas.

Com isso em mente, o enredo seguiu um eixo episódico, sem um fio condutor muito claro, exceto o desenvolvimento dessas duas peças chave. Se isso era ruim para o andamento, não sei dizer, porém agora existe uma linha central e toda ela gira em torno do império dessa família milionária e influente – que parece ser mais mafiosa do que se supõe.

Eu achei interessante o episódio ter começado pelas sobras do anterior, com o Kambe fazendo exatamente aquilo que eu esperava de um personagem inteligente, questionando a Suzue pelo seu desespero na missão anterior e o que ela poderia saber sobre a limitação da HEUSC – por vezes os animes subestimam a capacidade de seus protagonistas, então é sempre bom vê-los raciocinar de vez em quando.

O Cho que havia dado sinais de saber algo a mais sobre o ocorrido, agora parece cada vez mais convencido de que nomes grandes e próximos estão ligados a isso tudo, mas o pior é que eles tem defesa. Não entendi bem como a polícia dali está funcionando, porém tive a nítida impressão de que os superiores abafam casos e a equipe do alto escalão está vendida na história – embora vivam ostentando ser melhores do que os fracassados da Crimes Modernos.

Falando neles, retiro o que disse sobre eles serem pessoas legais, o que eu vi foi um grupo de gente preguiçosa e covarde até na hora de receber a punição. Eu estava esperando que eles se unissem e um encobrisse o outro, só que não, passaram a bola pro amigo besta. O mais triste disso é que na real eles não mentiram, o Kato de fato fez tudo e o restante apenas nadou conforme a maré – com esse time o crime está feito.

Algo que me veio a mente enquanto assistia, é a possibilidade do Cho ser “parecido” com o Katou em alguns pontos. Ele não só confia nele enquanto parceiro de equipe, como ainda o orienta em muita coisa e conta com sua ajuda, mesmo depois de desobedecido por ele – numa cena importante que mostrou a convicção do rapaz, ainda que o outro lhe ensinasse que nem sempre o caminho certinho é o mais eficaz.

Julgando pela sequência dos eventos e pela perspicácia do veterano para ir destrinchando as pistas achadas enquanto arruma novas, imagino que ele tenha sido um justiceiro como o protagonista, compartilhando do mesmo destino de ser rebaixado para que informações importantes de gente grande, se mantivesssem em sigilo absoluto – não consigo imaginar alguém safo como ele, ficando ali sem um motivo plausível, além da idade.

Para quem queria um bom mistério, o comportamento atual do Kambe é a maior incógnita agora. Eu estava realmente achando que ele estava buscando entender quem estava manipulando as coisas ligadas a sua família, mas as ações dele estão confusas e apontando para um rumo bem mais doido – até o Katou que decidiu se abrir para ele está sobrando nessa.

Durante o interrogatório da executiva que trabalhava para uma parceira de seu conglomerado, ele não só exagerou na dose da abordagem, como parecia querer arrancar informações separadamente dos demais. Por sinal, fiquei com uma certa pena da mulher, porque ela foi pressionada e afligida de várias formas, do primeiro ao último segundo e no fim só era um peão que estava ali até que fosse necessária.

Fico intrigado para saber se realmente foi o Kambe que armou a explosão que pegou ela e o pobre coitado que embarcou junto, ou se apenas foi um tiro no escuro do Cho. Como ela pediu permissão para contar segredos, deduzo que alguém tomou controle da HEUSC, do mesmo modo que o milionário fez antes, causando a morte.

No entanto uma segunda hipótese estaria no fato do Kambe querer preservar o nome de sua família, enfrentando esses problemas internos em particular e se livrando de qualquer um que ameaçe seu propósito – afinal ninguém o conhece a fundo e ele já deu várias mostras de que pode ir a extremos se preciso.

Sugiro que a segunda possa ser verdadeira porque o grande trabalho do policial veterano está na investigação ligada aos seus familiares e que nunca foi solucionada: o assassinato de Sayuri Kambe. Agora essas duas mentes se encaram e no meio disso temos um Katou que não sabe em que acreditar e grandes empresas com negócios excusos e influências na polícia.

Quem é Sayuri e o que sua história tem a ver com tudo isso? Será Kambe inocente do atentado, cujas informações podiam solucionar vários casos? O Cho e ele vão conseguir chegar num ponto comum? Enfim, todas essas são perguntas que devem ser respondidas no próximo episódio.

O que eu sei é que tinham muitas flags em cima do futuro aposentado e me admirei de não ter morrido dessa vez, mas depois da Imura, tudo é possível. Katou que abra o olho, porque ele também corre por fora na investigação e ninguém sabe quem controla a HEUSC para apagar erros.

Agradeço a quem leu até o fim e nos vemos na próxima!

 

 

 

 

 

 

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